“Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem1, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido.”
(Mateus 5.18).
Introdução
Mateus capítulo 5 é muito conhecido por causa do sermão do
Monte ou das bem aventuranças. O sermão do Monte é o primeiro dos grandes
discursos registrado em Mateus 5, este compõe-se de três partes: a) Bem
aventuranças; b) Admoestações éticas (5.13-20; 6.1-7.23) e, c) contrastes entre
o ensino ético de Jesus e as tradições legalistas judaicas (5.21-48). O sermão
termina com uma parábola breve que ressalta a importância de pratica o que
acaba de ser ensinado (Mt 7.24-27), e com admiração da multidão por causa da
autoridade com que Jesus ensinava (Mt 7.28,29).
É bem verdade que os oponentes de Jesus o criticavam por não
guardar as minúcias das observâncias tradicionais da lei judaica.2
Aqui Jesus deixa claro que Ele não está ausente para destruir a lei, mas para
cumpri-la. Por isso, em Mateus 5.18-20 Jesus não está falando contra a
observância da lei, mas contra o legalismo dos fariseus. Esse legalismo não se
tratava na observação dos pormenores da lei, mas era o fingimento, o ter a
aparência para conquistar méritos diante dos homens, e um pensamento infantil
de que isso pudesse trazer benesses divino. Embora fosse no íntimo desrespeitadas.
Tratava-se de seguir a letra da lei, ao passo que o espirito da lei era
desconsiderado. Alguns fariseus entre o povo eram peritos em dizer aos outros o
que fazer, porém eles mesmos perderam a essência da lei. Jesus deixou bem
claro, porém, que obedecer às leis divinas é mais importantes do que
explicá-las. Em outras palavras, é muito mais fácil estudar as leis de Deus e
dizer aos outros que as sigam do que colocá-las em práticas na própria vida. A
fraqueza dos fariseus era o sentimento de satisfação por obedecer às leis, sem
permitir que Deus lhes transformassem o coração. Por isso, Jesus disse que a
qualidade da nossa obediência e justiça deve superar a dos fariseus, pois estes
apenas tinham a aparência de piedosos.
Quanto a passagem em referência, tomamos a liberdade de
enfatizar duas outras versões. A primeira, a Bíblia BKJ está assim escrito: “com
toda certeza vos afirmo que, até que os céus e a terra passem, nem um i ou o mínimo traço se omitirá da lei até que
tudo se cumpra” (Mt 5.18). e, a segunda, a Bíblia de Jerusalém tem a seguinte
versão: “Porque em verdade vos digo que, até que passem o céu e a terra, não
será omitido nem um só i, uma só virgula
da lei, sem que tudo seja realizado”. Vejamos que, nesta passagem que nem a
menor letra do alfabeto hebraico: “yud”; e no grego “iôta” que corresponde a letra “i” em
português; nem mesmo o menor sinal gráfico, conhecidos também como nekudotes
que servem para distinguir certas letras hebraicas, e que pode alterar o
sentindo de uma expressão, serão suprimidos das Sagradas Escrituras, Jesus usa
essa hipérbole para evidenciar a veracidade e autoridade da Escrituras até o fim dos tempos.
Dake3 afirma: que cada “jota” ou “til” de toda lei
foram cumpridos, terminados e abolidos em Cristo e “finalizados” por Ele quando
fez a nova aliança (2 Co 3.6-15; At 15.5-29; Gl 3.19-25; 4.21-31; 5.1-5,18; Ef
2.15; Cl 2.14-17; Hb 7.11-28; 8.6-13; 9.1-22; 10.1-18; Rm 10.4).
Gioia também afirma que a letra yud e o til são, figuras que
mostram que as mais pequeninas diferenças em relação à lei serão percebidas e
exigidas pela lei. Assim, a lei, na sua essência, é imutável, para o fim a que
foi dada.2
O Senhor Jesus vê na lei, pequenos e grandes mandamentos (Mt
5.19). Mas, expressamente afirma que todos os mandamentos são importantes. A
transgressão de um mandamento pequeno, em essência, é transgressão como de um
mandamento grande. Pode haver graus de penalidades, mas a essência da
transgressão da lei é uma só. Compreende ainda que o súdito do reino de Deus
que pratica e ensina a praticar os mínimos mandamentos será chamado mínimo no
reino dos céus. Porém, volto dizer que a justiça dos súditos do reino deve
exceder a dos escribas e fariseus (Mt 5.20).
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1.
Esta expressão “até que o céu e a terra passem” é uma
expressão proverbial, semelhante a “nunca, jamais”. Notas e Comentários à
harmonia dos evangelhos. Gioia, Egidio. p.120. Ed.Juerp.
2.
Comentário Bíblico Pentecostal. NT. pg. 44. Ed.CPAD.
3.
Comentários à harmonia dos evangelhos. Gioia, Egídio. p.120.
Ed.Juerp.
4.
DAKE. Comentário. Ed. Atos.
Fraternalmente em Cristo.
Josué de Asevedo
Soares.
Interessante este artigo.
ResponderExcluirParabéns pastor pela boa palavra. Deus abençoe sempre.
ResponderExcluirBoa esta palavra.
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