sexta-feira, 26 de setembro de 2025

A Pericorese: Origem, Definição e Significado Bíblico

 

Introdução

Ao longo da história da teologia cristã, a busca por compreender a relação entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo constituiu um dos maiores desafios do pensamento eclesial. A doutrina da Trindade, embora fundamentada nas Escrituras, exigiu do pensamento patrístico e medieval categorias filosóficas que possibilitassem expressar a unidade divina sem negar a diversidade das Pessoas. Nesse contexto, o termo “pericorese” surge como uma das formulações mais fecundas e belas, pois indica a mútua habitação e interpenetração das Pessoas da Trindade em comunhão eterna.

Longe de ser apenas um conceito técnico, a “pericorese” se apresenta como chave interpretativa não apenas para a teologia trinitária, mas também para a cristologia, a eclesiologia e a espiritualidade. Por meio dela, compreendemos que a vida de Deus é, em sua essência, relação de amor, e que a humanidade é chamada a participar dessa comunhão.

1. Origem do Termo

O vocábulo “pericorese” deriva do grego perichóresis, resultado da junção de peri (“ao redor”) e choréo (“conter”, “fazer espaço”, “dar lugar”, “circular”). Originalmente, o termo foi usado por Máximo, o Confessor (580–662) em contexto cristológico, para descrever a união das duas naturezas de Cristo sem confusão ou divisão¹. Posteriormente, passou a ser aplicado à relação trinitária, especialmente nos escritos de João Damasceno (675–749), que sistematizou o ensino da Igreja Oriental².

No Ocidente, a tradução latina circumincessio ou circuminsessio ganhou força, sobretudo em Tomás de Aquino (1225–1274), que utilizou a expressão para explicar a unidade substancial de Deus e a distinção pessoal entre Pai, Filho e Espírito Santo³.

Essa evolução conceitual mostra que a “pericorese” nasceu de uma necessidade: exprimir o mistério da fé em categorias que preservassem tanto a unicidade quanto a pluralidade do Deus revelado em Jesus Cristo.

2. Definição Teológica

A "pericorese" pode ser definida como a habitação recíproca, permanente e indivisível das Pessoas divinas, de modo que cada uma está plenamente presente nas outras, sem fusão ou confusão. João Damasceno afirma:

“As Pessoas estão unas nas outras, sem confusão e sem fusão, porque permanecem inteiras e distintas, mas inseparáveis em sua essência e energia.”⁴

Essa definição é central para a teologia trinitária, pois evita dois extremos: o triteísmo, que separa as Pessoas de modo a sugerir três deuses, e o modalismo, que as confunde como simples modos de manifestação de uma única realidade.

Assim, a “pericorese” expressa ao mesmo tempo a unidade ontológica de Deus e a relacionalidade pessoal entre Pai, Filho e Espírito Santo.

3. Fundamento Bíblico

Embora o termo não apareça explicitamente na Bíblia, a ideia de “pericorese” está profundamente enraizada nas Escrituras.

3.1. Evangelho de João

No Evangelho de João, encontramos as mais claras alusões:

  • “Eu estou no Pai, e o Pai está em mim” (Jo 14,10-11).
  • “Para que todos sejam um, assim como Tu, ó Pai, estás em mim e eu em Ti, que também eles estejam em nós” (Jo 17,21).

Esses textos revelam uma mútua habitação (enousía) que transcende qualquer lógica humana.

3.2. Cartas Paulinas

O apóstolo Paulo também sugere a presença pericorética ao afirmar: “Nele [Cristo] habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2,9). A ideia de plenitude (plērōma) aplicada a Cristo demonstra que o Filho contém a totalidade de Deus sem deixar de ser distinto do Pai.

3.3. O Espírito Santo

No discurso de despedida (Jo 14–16), Jesus afirma que o Espírito procede do Pai e é enviado pelo Filho (Jo 15,26). Esse dinamismo trinitário indica que o Espírito está inserido nessa comunhão de habitação mútua, não como uma energia impessoal, mas como Pessoa plena.

4. Contribuições Patrísticas

Os Pais da Igreja foram fundamentais na formulação do conceito.

  • Atanásio de Alexandria (296–373), embora não utilize o termo, insistiu na consubstancialidade (homoousios) do Filho com o Pai⁵, preparando terreno para a noção de interpenetração.
  • Agostinho de Hipona (354–430), em sua obra De Trinitate, descreve Deus como *“o amante, o amado e o amor”⁶, antecipando uma compreensão relacional da divindade.
  • João Damasceno desenvolveu de modo mais sistemático a “pericorese”, sendo considerado o pai do termo aplicado à Trindade⁷.

5. Desenvolvimento Teológico Posterior

A tradição ocidental, representada por Tomás de Aquino, articulou a “pericorese” com base na noção de relações subsistentes, destacando que “em Deus tudo é uno, exceto onde há oposição de relação”⁸.

Na teologia contemporânea, Karl Rahner (1904–1984) destacou a inseparabilidade entre a Trindade imanente (quem Deus é em si) e a Trindade econômica (quem Deus se revela na história), afirmando que “a Trindade econômica é a Trindade imanente, e vice-versa”⁹. Já Jürgen Moltmann (1926–2023) ampliou a reflexão, entendendo a pericorese como modelo de comunhão que inspira a vida da Igreja e a organização da sociedade¹⁰.

6. Significado Espiritual e Eclesial

A “pericorese” não é apenas uma doutrina abstrata, mas possui implicações diretas para a espiritualidade e para a vida da Igreja. Se Deus é comunhão pericorética, então a Igreja é chamada a refletir essa comunhão em sua unidade e diversidade.

Assim, a “pericorese” desafia toda forma de individualismo e de hierarquia excludente. Ela aponta para uma espiritualidade relacional, na qual cada pessoa é chamada a viver em abertura, acolhimento e amor, refletindo a vida do Deus Triúno.

Conclusão

A “pericorese”, nascida da reflexão patrística e desenvolvida pela tradição teológica, continua sendo um conceito central para compreender a revelação cristã. Sua origem grega, seu fundamento bíblico e sua elaboração nos Padres da Igreja revelam que Deus não é solidão, mas comunhão perfeita de amor.

Compreender a “pericorese” é, portanto, penetrar não apenas em um conceito, mas no mistério da vida divina. Um mistério que não se fecha em si, mas se abre ao mundo, convidando a humanidade a participar da eterna dança trinitária de amor.

                                              Josué de Asevedo Soares

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  1. Máximo, o Confessor. Ambigua, PG 91, 1056–1418.
  2. João Damasceno. De fide orthodoxa, I, 14.
  3. Tomás de Aquino. Suma Teológica, I, q. 42, a. 5.
  4. João Damasceno. De fide orthodoxa, I, 14.
  5. Atanásio de Alexandria. Contra os arianos, I, 19.
  6. Agostinho de Hipona. De Trinitate, VIII, 10,14.
  7. João Damasceno. De fide orthodoxa, I, 14.
  8. Tomás de Aquino. Suma Teológica, I, q. 28, a. 3.
  9. Rahner, Karl. The Trinity. New York: Crossroad, 1997.
  10. Moltmann, Jürgen. A Trindade e o Reino de Deus. Petrópolis: Vozes, 2000.

 

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

A Revelação Histórica de Deus: Contribuições de Wolfhart Pannenberg e Wayne Grudem

 


Introdução

A revelação de Deus ocupa lugar central na teologia cristã, pois sem a iniciativa divina de se dar a conhecer, a fé não passaria de especulação humana. Mais do que uma transmissão de informações sobre o transcendente, a revelação é entendida como a autocomunicação de Deus na história, pela qual Ele se mostra ao ser humano e oferece salvação.

No pensamento teológico do século XX e XXI, diferentes perspectivas buscam interpretar a natureza e o alcance da revelação histórica de Deus. Entre elas, destacam-se a abordagem de Wolfhart Pannenberg (1928–2014), que sublinha o caráter histórico, público e escatológico da revelação, e a de Wayne Grudem (1948–), que enfatiza a revelação como processo progressivo, registrado de forma autoritativa nas Escrituras e culminando na encarnação de Cristo.

Este escrito tem como objetivo apresentar, de maneira sistemática, o pensamento de ambos os teólogos acerca da revelação histórica de Deus, explorando seus fundamentos, implicações e diferenças, a fim de oferecer uma visão abrangente e crítica sobre o tema.

1. Wolfhart Pannenberg: A Revelação como História Universal

1.1. O caráter público da revelação

Para Pannenberg, a revelação divina não se restringe à esfera subjetiva da fé ou a experiências privadas, mas se dá na própria história universal.¹ Ele recusa a noção de revelação como um ato isolado, acessível apenas pela fé individual, insistindo que a revelação tem caráter público e verificável, podendo ser examinada racionalmente.²

Esse aspecto marca uma ruptura em relação ao modelo de Karl Barth, que via a revelação como um evento miraculoso, não redutível à história. Para Pannenberg, a revelação é histórica, mas não no sentido de que qualquer evento histórico seja revelação: ela é reconhecida como tal no horizonte do futuro escatológico, que confere sentido à totalidade da história.³

1.2. A centralidade da ressurreição

O ponto culminante da revelação histórica de Deus é, para Pannenberg, a ressurreição de Jesus.⁴ Esse evento não é apenas uma experiência interior dos discípulos ou um mito fundador da fé cristã, mas um acontecimento histórico objetivo, com implicações universais. Nele, Deus antecipa o fim da história e manifesta sua verdade de modo definitivo.

A ressurreição é, portanto, o critério hermenêutico da história: é nela que a humanidade pode reconhecer a ação de Deus e antecipar a consumação escatológica. Assim, a revelação histórica não está encerrada em um momento isolado, mas aponta para o futuro como consumação daquilo que já se tornou visível em Cristo.⁵

1.3. Escatologia e universalidade

A revelação, para Pannenberg, só é plenamente compreendida no horizonte do fim da história quando, Deus se manifestará de modo total.⁶ Entretanto, esse futuro já se tornou presente de forma antecipada em Jesus Cristo. Desse modo, a revelação é simultaneamente histórica e escatológica, presente e futura.

Além disso, por ocorrer na história pública e verificável, a revelação tem caráter universal, não se restringindo a um povo ou comunidade de fé. Embora a história de Israel seja fundamental como preparação, o clímax da revelação em Cristo destina-se à humanidade inteira.⁷

2. Wayne Grudem: A Revelação como História Redentora Progressiva

2.1. Revelação geral e especial

Grudem distingue entre revelação geral, a manifestação de Deus na criação, na história e na consciência humana, e revelação especial, pela qual Deus se dá a conhecer de modo particular, ao longo da história da redenção.⁸ É nessa última que se encontra a “revelação histórica de Deus”, pois diz respeito aos atos concretos e progressivos de Deus registrados nas Escrituras.

2.2. Progressividade da revelação

Para Grudem, a revelação divina é progressiva: Deus não comunicou todo o seu plano de uma só vez, mas ao longo da história, em etapas sucessivas.⁹ A criação, a aliança com Abraão, o êxodo, a lei mosaica, os profetas e os escritos sapienciais formam uma linha contínua que culmina na encarnação de Cristo.

Cada etapa acrescenta clareza, mas é apenas em Cristo que a revelação atinge sua plenitude. Essa visão aproxima-se da noção bíblica de que a revelação é um drama histórico, em que cada ato prepara o seguinte.

2.3. A Escritura como registro autorizado

Grudem sublinha que a revelação histórica de Deus está registrada na Escritura, de forma inspirada, inerrante e autoritativa.¹⁰ A Bíblia é, portanto, o meio pelo qual as futuras gerações podem acessar a revelação que ocorreu na história.

Assim, ainda que a revelação tenha se dado em eventos concretos, como a travessia do Mar Vermelho ou a ressurreição de Jesus, ela só é interpretada corretamente à luz da Escritura. Esse ponto distingue Grudem de Pannenberg: para o primeiro, a Escritura é o testemunho normativo e insubstituível da revelação.

2.4. Cristo como plenitude da revelação

Seguindo a tradição evangélica, Grudem afirma que a revelação histórica tem seu ápice em Jesus Cristo.¹¹ Todos os eventos anteriores apontam para ele, e a própria Escritura encontra nele sua chave interpretativa. Assim, Cristo é tanto o conteúdo quanto à forma definitiva da revelação.

3. Convergências e Divergências

3.1. Pontos de convergência

Tanto Pannenberg quanto Grudem reconhecem:

  • A centralidade de Jesus Cristo como plenitude da revelação;
  • O caráter histórico da revelação, que não é mito nem mera especulação;
  • A progressividade da revelação, entendida como processo que culmina em Cristo.

3.2. Pontos de divergência

Contudo, suas diferenças são significativas:

  • Pannenberg vê a revelação como processo histórico e escatológico, verificável publicamente e culminando na ressurreição de Cristo, aberta à investigação racional.
  • Grudem, por outro lado, sublinha a dimensão bíblico-proposicional: a revelação histórica de Deus está registrada de modo autoritativo na Escritura, e sua interpretação deve ser guiada pela fé e pela autoridade da Palavra.

Enquanto Pannenberg abre espaço para o diálogo com a filosofia e a ciência, Grudem adota uma postura mais confessional, enraizada no evangelicalismo12 e na tradição reformada.

Conclusão

A revelação histórica de Deus é uma categoria fundamental da teologia cristã, pois mostra que Deus não é apenas um princípio abstrato, mas um Deus vivo que age concretamente na história para se revelar à humanidade.

A contribuição de Wolfhart Pannenberg destaca o caráter público, racional e escatológico dessa revelação, insistindo que a ressurreição de Jesus é o evento central que antecipa o fim da história. Sua ênfase está em mostrar que a revelação não é privada, mas universal e verificável.

Wayne Grudem oferece uma perspectiva mais confessional e didática, ressaltando a progressividade da revelação ao longo da história da redenção, seu registro autoritativo na Escritura e sua culminância em Cristo como plenitude.

Ambos, ainda que por caminhos distintos, reafirmam que a revelação histórica de Deus é um testemunho de seu amor e fidelidade, chamando a humanidade a reconhecer sua ação no tempo e a responder com fé e obediência.

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  1. Pannenberg, Wolfhart. Revelation as History. New York: Macmillan, 1968, p. 121-125.
  2. Ibid., p. 135-138.
  3. Pannenberg, Wolfhart. Systematic Theology, vol. 1. Grand Rapids: Eerdmans, 1991, p. 41-47.
  4. Pannenberg, Wolfhart. Jesus – God and Man. Philadelphia: Westminster Press, 1968, p. 104-110.
  5. Ibid., p. 118-124.
  6. Pannenberg, Wolfhart. Basic Questions in Theology, vol. 2. Philadelphia: Fortress Press, 1971, p. 12-18.
  7. Pannenberg, Systematic Theology, vol. 1, p. 52-56.
  8. Grudem, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999, cap. 6, p. 111-115.
  9. Ibid., cap. 8, p. 127-134.
  10. Ibid., cap. 4-5, p. 55-70.
  11. Ibid., cap. 8, p. 135-139.
  12. O evangelicalismo é um movimento cristão de origem protestante caracterizado pela ênfase na conversão pessoal, na autoridade da Bíblia e na centralidade da fé em Jesus Cristo como experiência transformadora. Embora suas raízes estejam na Reforma Protestante do século XVI, o movimento adquiriu contornos próprios a partir do século XVII e foi amplamente fortalecido pelos avivamentos e despertamentos espirituais ocorridos na Inglaterra e, sobretudo, nos Estados Unidos. (Bebbington, David W. Evangelicalism in Modern Britain: A History from the 1730s to the 1980s. London: Routledge, 1989).

 

 

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

A MULHER DO FLUXO DE SANGUE E A FILHA DE JAIRO

                                                       


   
Texto base: Lc 8.40-44

Introdução

A Palavra de Deus nunca desperdiça detalhes. O texto de Lucas 8.40-44 nos apresenta duas histórias que, à primeira vista, parecem distintas, mas que se entrelaçam de forma extraordinária. Uma mulher, enferma há 12 anos, e uma menina, filha de Jairo, com 12 anos de idade, estão no mesmo cenário da ação de Jesus. O Espírito Santo nos mostra que até os números carregam significados espirituais, revelando lições profundas para a nossa fé.

1. O número 12 na Bíblia

O número 12 é simbólico nas Escrituras. Ele representa governo, plenitude e propósito divino.

1.      12 tribos de Israel (o povo escolhido por Deus). Gn 49.28.

2.      12 apóstolos (a base da Igreja de Cristo). Mt 10.2-4; Mc 3.13-16;Lc 6.13-17

3.      12 portas da Nova Jerusalém (a plenitude da salvação). Ap 21.12-26. Acrescentamos ainda as 12 portas de Jerusalém mencionadas no livro Neemias: São elas:

      1)Porta das Ovelhas (Ne 3.1, 32; 12.39); 2) Porta do Peixe – ( Ne 3.3; 12.39); 3)Porta Velha (ou Antiga) -  (Ne 3.6); 4) Porta do Vale -  (Ne 2.13; 3.13); 5) Porta do Monturo (ou do Esterco) -  ( Nes 2.13; 3.14); 6) Porta da Fonte – (Ne 2:14; 3.15; 7) Porta das Águas -  (Ne 3.26; 8.1, 3, 16); 8) Porta dos Cavalos -  (Ne 3.28); 9)Porta Oriental – (Ne  3.29); 10) Porta de Mifcade (ou da Guarda/Inspeção) – (Ne 3.31); 11) Porta de Efraim -  (Ne 8.16; 12.39; 12) Porta da Prisão (ou da Guarda, dependendo da tradução) – ( Ne 12.39)

No texto de Lucas, o “12” aparece como um elo entre duas histórias diferentes, mas unidas pelo poder do mesmo Cristo.

2. Duas histórias que se cruzam

a) A mulher do fluxo de sangue:

1.      Sofria há 12 anos.

2.      Vivia excluída da vida social e religiosa, porque, segundo a Lei (Lv 15.25-27), o fluxo constante a tornava impura.

3.      Além da dor física, enfrentava a dor da solidão e do preconceito.

b) A filha de Jairo:

1.      Tinha 12 anos, idade que na cultura judaica marcava o início da juventude e o florescer da vida.

2.      Enquanto a menina começava a viver, estava à beira da morte.

3.      Jairo, seu pai, um chefe da sinagoga, corre até Jesus em busca de socorro.

Aqui está a beleza: os 12 anos da dor da mulher são os mesmos 12 anos da vida da menina. Enquanto uma definhava, a outra florescia. Enquanto uma sofria em silêncio, a outra vivia cercada de cuidado. Mas ambas precisavam da intervenção de Jesus.

3.Jesus como resposta para ambas

1.      Para a mulher, bastou um toque de fé na orla das vestes de Jesus. Ele não apenas curou o corpo, mas também restaurou sua dignidade e reintegrou sua vida.

2.      Para a menina, foi necessária a palavra de autoridade de Jesus: “Talita cumi” (menina, levanta-te).

Assim, vemos que:

1.      Jesus é Senhor sobre o tempo: os 12 anos de espera não impediram o milagre.

2.      Jesus é Senhor sobre a vida e a morte: a menina revive ao Seu toque.

Nada escapa ao controle de Cristo.

4. A mensagem para nós, é que as duas histórias nos ensinam que:

1.      Não importa quanto tempo dure a dor, Jesus pode restaurar.

2.      Não importa se a situação parece sem vida, Ele pode ressuscitar.

3.      O mesmo Cristo que cura o passado é o que também restaura o futuro.

Por isso, não olhe apenas para o tempo que você sofreu, mas para o tempo que Deus está preparando o seu milagre.

Conclusão

As histórias da mulher do fluxo de sangue e da filha de Jairo nos mostram que Jesus é a resposta tanto para dores antigas quanto para crises repentinas. Ele tem poder sobre os anos de sofrimento e também sobre os instantes finais da vida.

Frase para fixar a mensagem:  “O tempo que marca a tua dor é o mesmo tempo em que Deus prepara o teu milagre.”

                                               Texto dos comentário e esboço de Josué de A Soares.

                  Fraternalmente em Cristo.

 

 

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

DEUS TEM COMPROMISSO COM AQUELE QUE FAZ O QUE ELE MANDA

 



Texto Base: “E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor teu Deus.” (Dt 28.2)

Introdução

Amados irmãos, glória a Deus por estarmos aqui nesta oportunidade abençoada! Aleluia! Hoje quero lhe dizer algo que precisa encher o seu coração de fé: Deus tem compromisso com aquele que faz o que Ele manda! O Senhor não é homem para mentir, nem filho do homem para se arrepender. Por ventura tendo Ele dito não o fará? Ou, havendo falado, não o cumprirá? (Nm 23.19). Quando Ele fala, cumpre; quando promete, realiza. E a boa notícia é que as promessas de Deus não são palavras soltas ao vento, mas alianças firmadas para aqueles que vivem em obediência à Sua voz.

O texto de Deuteronômio 28.2 nos ensina um princípio poderoso: “E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor teu Deus.”

Veja bem: a obediência à voz de Deus abre as portas do céu sobre a vida do crente. O versículo não diz que você terá que correr atrás da bênção, mas que a bênção é que correrá atrás de você. Ela virá e o alcançará, porque quem obedece a Deus nunca fica sem resposta.

Isso significa que a fidelidade de Deus está ligada à nossa disposição de ouvir e praticar Sua Palavra. Ele se compromete em honrar quem o honra. O compromisso divino é como uma garantia: se fazemos o que Ele manda, Ele garante o cuidado, a provisão e a vitória.

1. O Compromisso de Deus é Condicional

1.     Deus é fiel e não volta atrás em Sua palavra. (1Sm 15.29 – “E também aquele que é a Força de Israel não mente nem se arrepende; porquanto não é um homem para que se arrependa”).

2.     A condição é ouvir e obedecer. (Mt 7.24 – “Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha” ).

3.     Não basta apenas ouvir, mas praticar. (Tiago 1.22 – “Sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes...”).

2. A Obediência Gera Aliança

  • Quem obedece mostra que confia em Deus.
  • A obediência é reconhecimento da autoridade.
  • A obediência fortalece o relacionamento com o Senhor Jesus.
  • Jesus disse: “Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando” (João 15.14).

 

 

3. A Fidelidade de Deus em Cumprir o que Promete

  1. Deus vela pela Sua palavra para cumpri-la (Jeremias 1.12 – “ E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la”).

2.     Quando obedecemos, atraímos as promessas. (Hb 10.23 – “ Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é o que prometeu”.

3.     A bênção não apenas chega, mas alcança o obediente (Dt 28.2).

4. Exemplos Bíblicos de Obediência e Compromisso Divino

  • Noé – construiu a arca conforme Deus ordenou, e foi salvo.
  • Abraão – obedeceu sem saber para onde ia, e se tornou pai de muitas nações.
  • Pedro – lançou a rede conforme a ordem de Jesus e teve a pesca maravilhosa.

Conclusão

Deus não falha, mas Seu compromisso se manifesta sobre aqueles que ouvem, confiam e praticam Sua vontade. Assim, quem obedece atrai bênçãos, direção e vitória, pois Deus honra aqueles que O honram. Assim está escrito em 1 Sm 2.30:  Portanto, diz o Senhor, Deus de Israel: Na verdade, tinha dito eu que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém, agora, diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão envilecidos”.

                                              FRATERNALMENTE EM CRISTO,

                                                  JOSUÉ DE ASEVEDO SOARES

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

O início das Escolas Bíblicas nas Assembleias de Deus no Brasil: gênese, consolidação e legado pedagógico

 


 Introdução

A Escola Bíblica Dominical (EBD) tornou-se, no pentecostalismo assembleiano brasileiro, a espinha dorsal do discipulado, da formação teológica básica e da socialização da fé. Embora a EBD seja um fenômeno protestante anterior ao próprio pentecostalismo (remontando a experiências britânicas e norte-americanas do século XVIII e XIX), sua implantação e difusão no Brasil acompanharam, de modo singular, o desenvolvimento das Assembleias de Deus (AD), fundadas em Belém do Pará em 1911. A EBD funcionou como “currículo comum” para novas conversões e como mecanismo de coesão doutrinária, especialmente em um movimento em rápida expansão geográfica e social.1

Antecedentes: da EBD no Brasil ao ambiente que acolheu a AD

No Brasil, experiências de escola dominical já existiam antes de 1911. A literatura especializada registra iniciativas metodistas ainda em 1836 no Rio de Janeiro, e, sobretudo, a ação do casal escocês Robert Reid Kalley e Sarah Poulton Kalley, que, em Petrópolis (RJ), organizaram aulas bíblicas dominicais com crianças a partir de 19 de agosto de 1855.2 Essas experiências criaram um ethos de educação religiosa dominical que, mais tarde, seria apropriado e reconfigurado pelo pentecostalismo nascente.3

A gênese da Assembleia de Deus (1911–c.1930): Belém do Pará e a primeira Escola Dominical

Dois meses após a organização da Assembleia de Deus em Belém (junho de 1911), registra-se a realização da primeira aula de Escola Dominical assembleiana, em agosto de 1911, na casa do irmão José Batista Carvalho, na Avenida São Jerônimo. A estrutura, já então segmentada por faixas e sexo (homens, senhoras, meninos e meninas), revela a importação de um modelo pedagógico protestante para a realidade amazônica. Entre os primeiros docentes constam Samuel Nyström e Lina Nyström, além de outros colaboradores locais (Capitolina Soares, Antônio Mendes Garcia, Manoel Maria Rodrigues, Amélia Anglada, Plácido Aristóteles, presb. José Plácido da Costa, entre outros).4 Esse dado é precioso por evidenciar que, desde o nascedouro assembleiano, a EBD não foi um adendo opcional, mas parte da estratégia missionária e catequética do novo movimento.5

Consolidação institucional (c.1930–1960): CGADB, CPAD e um “currículo comum”

A década de 1930 marca a crescente institucionalização do trabalho assembleiano em escala nacional (com a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil – CGADB) e o esforço para padronizar conteúdos de ensino bíblico. Nesse processo, a criação e o fortalecimento da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) foram decisivos. As atas convencionais já registravam, em 1936, o “sonho” de uma casa publicadora própria; a organização jurídica das atividades ocorreu em 13 de março de 1940, no Rio de Janeiro.6 Desde então, a CPAD tornou-se a principal provedora de material didático para a EBD, com revistas trimestrais (Lições Bíblicas) para diferentes faixas etárias, o que permitiu homogeneidade doutrinária e continuidade pedagógica mesmo em igrejas distantes.7 O esforço editorial foi precedido pelo jornalismo denominacional (por exemplo, o jornal Boa Semente, de 1919), que já articulava ensino e formação espiritual antes mesmo da consolidação editorial posterior.8

 Da EBD à formação de obreiros: institutos bíblicos e EBOs

A expansão do movimento exigiu, paralelamente à catequese dominical, a formação sistemática de obreiros e professores. Nesse ambiente, surgiram os institutos bíblicos assembleianos. Um marco é o Instituto Bíblico das Assembleias de Deus (IBAD), fundado em 1958, em Pindamonhangaba (SP), que se notabilizou pela preparação de missionários, evangelistas e educadores cristãos.9 Além dos institutos, desenvolveram-se as chamadas Escolas Bíblicas de Obreiros (EBOs), encontros intensivos regionais que, ancorados em currículos doutrinários e pastorais, retroalimentavam a EBD local com melhor preparo docente e atualizado.10

O currículo das Assembleia de Deus: revistas, classes e método

O “coração” pedagógico da EBD assembleiana está nas revistas trimestrais, que combinam comentário bíblico, objetivos de aprendizagem, aplicações devocionais e indicações metodológicas ao professor. Ao longo das décadas, a CPAD ofereceu séries para Adultos, Jovens, Adolescentes, Juniores, Primários e Crianças, entre outras, fortalecendo a cultura do ensino sequencial e cumulativo.11 A presença de comentaristas nacionais, muitos deles pastores e docentes assembleianos, consolidou uma hermenêutica pentecostal com identidade própria, ao mesmo tempo bíblica, devocional e missional. Na prática, a EBD tornou-se a “sala de aula” dominical onde a membresia se alfabetiza biblicamente e aprende a viver a fé no cotidiano.12

Mestres, doutrinadores e articuladores do ensino na Assembleia de Deus

A história das escolas bíblicas nas AD é inseparável de seus mestres. Entre os mais influentes, destacam-se:

 1.      Karl-Erik Samuel Nyström (1891-1960) Pastor da AD em Belém (PA) e em São Cristóvão (RJ). Karl-Erik Samuel Nyström nasceu em 9 de outubro de 1891, na Suécia. Em fevereiro de 1913 foi batizado nas águas, na Igreja Filadélfia de Estocolmo, pelo pastor Lewi Pethrus e, no mesmo ano, foi batizado com o Espírito Santo.

2.    2. N. Lawrence Olson foi um missionário pentecostal americano pioneiro nas Assembleias de Deus no Brasil, conhecido por seu evangelismo radiofônico, tendo iniciado o programa "Voz das Assembleias de Deus" em 1955 e fundado o Instituto Bíblico Pentecostal (IBP). Serviu no Brasil de 1938 a 1989, contribuindo para a teologia, a literatura religiosa e o crescimento do movimento pentecostal no país.

3.      Nels Julius Nelson, missionário sueco, homem de Deus. Seu ministério foi decisivo para a propagação da fé pentecostal no Brasil. A partir de 1921, foram 42 anos de trabalhos missionários ininterruptos no norte, nordeste e sul do país.

4.      Otton Nelson, Missionário sueco, evangelista, pastor, antigo líder da Assembleia de Deus em Alagoas, Bahia e Rio de Janeiro, e ex-presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. 

5.      Antônio Gilberto (1929–2018), pedagogo da EBD, autor do Manual do Professor de Escola Dominical e de obras de teologia pastoral e educacional. Seu legado está em traduzir princípios didáticos para a sala de aula local, formando gerações de professores. 13

6.      Eurico Bergstén (1917–1999), teólogo sueco-brasileiro, autor de Teologia Sistemática (CPAD), referencial para classes avançadas e para a formação de obreiros, oferecendo um arcabouço doutrinário clássico em chave pentecostal.14

       7.      Claudionor de Andrade, prolífico comentarista de Lições Bíblicas e autor de textos catequéticos e de história da doutrina, responsável por consolidar conteúdos em linguagem acessível.15

8.      Elinaldo Renovato de Lima, economista e pastor, comentarista de Lições Bíblicas na área de ética cristã, mordomia e vida devocional, ligando Bíblia e contemporaneidade.16

9.      Esequias Soares, hebraísta e biblista, comentarista de Lições Bíblicas e autor de obras exegéticas, elevando o rigor bíblico nas aulas da EBD.17

10.        José Gonçalves, pastor e escritor, comentarista e autor de obras sobre teologia prática e apologética, contribuindo para o engajamento cultural da membresia.18

11.   Raimundo Ferreira de Oliveira, autor assembleiano citado em manuais e compêndios doutrinários da CPAD, com ênfase na sistematização teológica e na espiritualidade pentecostal.19

12.   Emílio Conde (1901–1990), jornalista, editor e historiador da AD, cuja obra histórica documenta fontes e memórias do movimento, servindo de subsídio para as aulas de história da igreja pentecostal no Brasil.20

13.   Isael de Araújo, historiador e organizador do Dicionário do Movimento Pentecostal (CPAD), fundamental para o professor que deseja contextualizar temas e personagens no currículo da EBD.21

 Funções da EBD no ecossistema das Assembleia de Deus

Do ponto de vista eclesiológico, a EBD cumpre ao menos quatro funções: (a) catequética, introduzindo novos convertidos ao conteúdo essencial da fé; (b) hermenêutica, desenvolvendo uma leitura bíblica pneumatológica e missionária; (c) comunitária, criando laços intergeracionais na igreja local; e (d) formativa, alimentando vocações ministeriais que seguem aos institutos e às EBOs. A literatura mostra que, por meio da CPAD e de sua rede de comentaristas, as AD conseguiram manter um “núcleo duro” doutrinário distribuído nacionalmente, assegurando unidade teológica em meio à diversidade regional.23

 Conclusão

A origem e o desenvolvimento das escolas bíblicas nas Assembleias de Deus no Brasil resultam da convergência entre um modelo pedagógico protestante pré-existente no país e a vocação missionária pentecostal inaugurada em Belém (1911). Desde a primeira classe dominical assembleiana (agosto de 1911), passando pela institucionalização editorial (1936–1940) e pela criação de centros formais de formação (como o IBAD em 1958), a EBD tornou-se a “universidade do crente comum”, mantendo a identidade bíblico-pentecostal e capacitando a membresia para o serviço cristão.24

 Por Josué de A Soares.

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1.      Sobre a EBD como instrumento histórico de discipulado e educação religiosa no protestantismo brasileiro, ver Mendonça, A. G., Protestantismo e Cultura Brasileira (2002); e Reily, D., História Documental do Protestantismo no Brasil (2003). Ver também síntese em “Escola Bíblica Dominical no Brasil: origem, expansão e legado”, Convenção Batista Brasileira.

2.      A experiência metodista de 1836 (Rev. Justin Spaulding) e a experiência dos Kalley (19/08/1855, Petrópolis) são discutidas em: Alderi Souza de Matos, “A EBD e a evangelização” (artigo histórico); e registros da Igreja Evangélica em Petrópolis sobre a chegada dos Kalley.

3.      Sobre a trajetória dos Kalley no Brasil e a implantação da EBD, cf. Seminário JMC, “A origem da Escola Dominical no Brasil – Parte 2” (2023).

4.      Primeira EBD assembleiana (agosto/1911, Belém/PA): “História”, portal escoladominical.com.br (com lista de primeiras classes e professores).

5.      A centralidade da EBD no nascente movimento assembleiano está documentada também em memórias locais e registros denominacionais.

6.      CPAD: atas da CGADB (1936) mencionam o projeto; organização jurídica em 13/03/1940 (Rio de Janeiro). Cf. página institucional da CPAD e verbete enciclopédico.

7.      Sobre a função das Lições Bíblicas como instrumento de coesão doutrinária e padronização curricular, ver materiais institucionais da CPAD e catálogos editoriais.

8.      Jornal Boa Semente (1919) como precursor do esforço editorial assembleiano: ver Emílio Conde, História das Assembleias de Deus no Brasil (documento digitalizado).

9.      IBAD (1958, Pindamonhangaba/SP): fontes denominacionais e memorial institucional do ministério local registram sua fundação e propósito missionário.

10.   As EBOs (Escolas Bíblicas de Obreiros) são práticas consagradas nos campos estaduais e regionais, com ementas doutrinárias e pastorais que retroalimentam a EBD local.

11.   Estrutura etária e séries: ver catálogos e páginas informativas da CPAD e portais de EBD que reúnem links para as revistas trimestrais.

12.   A EBD, ao articular objetivos cognitivos, afetivos e práticos, se tornou sala de aula da membresia assembleiana – uma síntese didático-devocional.

13.   Antônio Gilberto, Manual do Professor de Escola Dominical; comentários em Lições Bíblicas (CPAD).

14.   Eurico Bergstén, Teologia Sistemática (CPAD).

15.   Claudionor de Andrade, diversas obras e comentários de Lições Bíblicas (CPAD).

16.   Elinaldo Renovato de Lima, comentários de Lições Bíblicas e livros de mordomia/ética (CPAD).

17.   Esequias Soares, obras exegéticas (hebraico/AT) e comentários em Lições Bíblicas (CPAD).

18.   José Gonçalves, títulos em teologia prática/apologética e comentários (CPAD).

19.   Raimundo F. de Oliveira, compêndios doutrinários (CPAD).

20.   Emílio Conde, História das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD), referência historiográfica básica.

21.   Isael de Araújo, Dicionário do Movimento Pentecostal (CPAD).

22.   Myer Pearlman, Conhecendo as Doutrinas da Bíblia (edições CPAD), influência curricular em EBDs e institutos bíblicos.

23.   Síntese do papel da CPAD e das Lições Bíblicas na coesão doutrinária: ver materiais institucionais e estudos históricos já citados.

24.   Linha do tempo: primeira EBD assembleiana (1911); planejamento editorial (1936) e organização jurídica da CPAD (1940); consolidação de institutos (IBAD, 1958).