terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Cientistas alertam que mudanças no clima causarão 
impacto na produção de alimento no mundo.

“Ouvireis falar de guerras e de rumores de guerra. Atenção: que isso não vos perturbe, porque é preciso que isso aconteça. Mas ainda não será o fim. Levantar-se-á nação contra nação, reino contra reino, e haverá fome, peste e grandes desgraças em diversos lugares.” (Mateus 24.6-7).As rápidas mudanças climáticas e estão causando impacto sobre a produção agrícola mundo, exigindo assim, que mudanças sociais sejam implementadas nos próximos anos para alimentar uma população que cresce a cada dia, alertaram cientistas em uma conferência científica anual.Segundo os especialistas, a produção de alimentos terá que dobrar nos próximos 35 anos para alimentar uma população global de 9 bilhões de habitantes em 2050 contra os 7 bilhões atuais.Jerry Hatfield, diretor do Laboratório Nacional para a Agricultura e o Meio Ambiente. Afirmou que para alimentar o mundo "implicará algumas mudanças em termos de minimizar o fator climático". As mudanças frequentes das chuvas, as secas e o aumento das temperaturas afetam as lavouras de grãos, razão pela qual exigirá medidas, disse Hatfield neste domingo, durante a conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência."Se avaliarmos a produção de 2000 a 2050, basicamente teríamos que produzir a mesma quantidade de alimentos que produzimos nos últimos 500 anos", previu.Porém, globalmente, os níveis de uso da terra e a produtividade continuarão degradando o solo; alertou."No que diz respeito à projeção para o Meio Oeste (dos EUA), estamos convencidos de que as temperaturas aumentarão bastante", afirmou Kenneth Kunkel, climatologista da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica americana, referindo-se à região de maior produção de grãos, situada no centro do país. Kunkel estudou o impacto do aquecimento global no Meio Oeste americano, onde a maior ameaça para a segurança alimentar é a seca.A possibilidade é alta que esta região sofra com a pior seca no século XXI entre as registradas no último milênio, representando uma ameaça direta para os moradores da região, alertaram cientistas nesta quinta-feira, na abertura da conferência, celebrada em San José, na Califórnia (oeste).As mudanças climáticas estão ocorrendo tão rapidamente que os seres humanos enfrentarão em breve uma situação sem precedentes, afirmou Kunkel.Para James Gerber, especialista em agricultura da Universidade de Minnesota, disse que reduzir o desperdício de alimentos e o consumo de carne vermelha ajudaria. A redução do número de cabeças de gado diminui o impacto ambiental, inclusive as emissões de metano, um poderoso gás de efeito estufa.Gerber disse que os cientistas identificaram "tendências bastante preocupantes", como a diminuição global das reservas de grãos, que dão à sociedade uma importante rede de segurança.O cientista também deixou claro sua preocupação sobre o fato de que a maioria da produção de grãos está concentrada em áreas vulneráveis ao aquecimento global. Gerber não descartou o uso de organismos geneticamente modificados como forma de aumentar a disponibilidade de alimentos.Já o presidente do Centro para a Conservação Biológica, da Universidade de Stanford, Paul Ehrlich, comentou que o problema precisar de "uma real mudança social e cultural em todo o planeta". "Se tivéssemos mil anos mais para resolvê-lo, estaria muito tranquilo, mas podemos ter 10 ou 20 anos" apenas, advertiu.

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