terça-feira, 23 de junho de 2015

O SEPULTAMENTO NOS TEMPOS DA BÍBLIA

"Tirem a pedra", disse ele. Disse Marta, irmã do morto: "Senhor, ele já cheira mal, pois já faz quatro dias". 
Então tiraram a pedra. Jesus olhou para cima e disse: Pai, eu te agradeço porque me ouviste. 
O morto saiu, com as mãos e os pés envolvidos em faixas de linho, e o rosto envolto num pano. 
Disse lhes Jesus: "Tirem as faixas dele e deixem-no ir". (Jo 11.39,41, 44).
   O enterro nos tempos Bíblicos tinha de ser realizado de forma rápida porque o clima na região da palestina é muito quente e levava o corpo a uma rápida decomposição. Apesar disso, um enterro não era feito no sábado e nem no dia santo (João 11.39; 19.31). O corpo era geralmente lavado, envolto num lençol e conduzido ao túmulo numa padiola de madeira (Lc 7.14), O enterro geralmente tinha lugar em cavernas artificiais ou naturais (Gn 49.29-32; Jz 8.32). As cavernas naturais eram alargadas e era feitas prateleiras, onde os corpos podiam ser colocados. Naquele tempo chegou a ter um número limitado de cavernas, por isso, quando os corpos entravam em decomposição os ossos eram retirados e colocados em caixa de pedras chamados de ossuários. Esses recipientes eram guardados num canto e as prateleiras ou nichos ficavam disponíveis para novos sepultamentos. Geralmente a entrada da caverna era fechada com uma pedra grande e redonda que era movida através de uma canaleta inclinada na frente da caverna, ou com uma pedra que se encaixava no orifício de acesso. Embora, tivesse todo este molde engenhoso, era extremamente difícil remover a pedra depois de colocada. O interessante é que as cavernas e sepulcros eram pintados de branco com uma advertência para os vivos de que os mortos estavam ali (Mt 23.27). A pessoa viva nem sempre podia adorar a Deus depois de ter contado com um morto. Outra meio de realizar um funeral, era colocando a padiola no chão e cercando o corpo do morto com pedras grandes, de cerca de 55 cm de diâmetro cada, formando um oblongo irregular. O corpo coberto com muita terra e as pedras serviam de marco para a sepultura. É importante ressaltar que não era comum sepultamento assim devido a dureza do solo. Os cemitérios que ficavam fora da cidade eram muito simples (Lc 7.12). Só os reis eram enterrados dentro da cidade (1 Rs 2.10). Há alguns casos, o corpo era coberto de ervas aromáticas e uma pasta especial, atadas ao corpo por camadas de uma faixa de tecido de cor branca. A pasta endurecia e impregnava as ataduras, até que um molde duro se formasse em volta do corpo inerte para conserva-lo. Podemos ainda acrescentar que era colocado na cabeça um barrete e o queixo era mantido no lugar através de uma faixa que o amarrava. Vemos que dois homens ricos fizeram assim com Jesus logo após o sepultamento no simples lençol (Jo 19.40). No caso de Lázaro, percebemos que suas mãos e pés parecem ter sido amarrados antes que o mesmo fosse envolto ao lençol. O queixo estava amarrado com uma faixa (Jo 11.44). No Egito se praticava o embalsamamento de forma correta: os órgãos internos eram removidos, o corpo enchido com pasta e os órgãos guardados num frasco (Gn 50.2,26). Em Israel havia uma refeição fúnebre depois do enterro para concluir o período de luto, este fato vemos registrado no livro do profeta Jeremias (Jr 16.7), na sua maioria perdurava uma semana ou mais (Dt 34.8). A mulher que naquele tempo fosse viúva ficava em uma situação difícil. Pois, não tinha direito à herança dele. Podia permanecer na família do marido se o parente mais próximo se casasse com ela. Mas, em sua maioria a viúva ficava sem meios de manter-se. Embora, a lei declarasse que as viúvas tinham de ser protegidas (Dt 10.18; 24.17-21).       
                                               Josué de Asevedo Soares.

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