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Estamos
chegando no dia 31 de Outubro, data em que se comemora a reforma protestante. É importante recordar que a Reforma
Protestante foi apenas uma
das inúmeras Reformas
Religiosas ocorridas após a Idade Média e que tinham como base,
a insatisfação com as ações da Igreja Católica e seu distanciamento com relação
aos princípios bíblicos. Durante a Idade Média a Igreja Católica se tornou
muito mais poderosa, interferindo nas decisões políticas e juntando muito dinheiro
e terras apoiada pelo sistema feudal. Esta situação, fez com a igreja se
distanciasse de seus ensinamentos e caía em contradição, chegando mesmo a criar
indulgências, ou seja, a Igreja anunciava que qualquer pessoa poderia comprar o
perdão por seus pecados. É bem verdade que outros fatores externos contribuíram
para legitimar a reforma como a insatisfação de comerciantes que desejavam em
aumentar os lucros, mas a igreja condenava a acumulação de capitais, embora a própria
igreja o fizesse, é aquela questão “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”.
Logo, a burguesia ascendente necessitava de uma religião que a redimisse dos
pecados da acumulação de dinheiro. Junto a isso havia o fato de que o sistema
feudalista estava agora dando lugar às Monarquias nacionais que começam a
despertar na população o sentimento de pertencimento e colocam a Nação e o rei
acima dos poderes da Igreja. Essas questões deram força para a reforma, embora
seja reconhecido por muitos estudiosos que Lutero não tivesse a intenção de
dividir a Igreja. Enfatizamos que antes da reforma protestante do
século XVI, os ensinos, as ações e a postura da igreja Católica Romana,
incomodavam os crentes
sinceros, que
procuravam pautar suas vidas nos ensinos das Escrituras Sagradas. Homens como Jerônimo Savanarola,
João Huss e tantos outros foram mortos por defenderem seus ideais de conduta e
fé. No cárcere, sentenciado pelo papa para ser queimado vivo, João Huss disse: "Podem matar
o ganso, isto é, no alemão, sua língua natalícia, João Huss seria o ganso, mas
daqui a cem anos, Deus suscitará um cisne que não poderão queimar". O monge agostiniano Martinho Lutero seguindo o
mesmo ideal de lealdade às Escrituras. No dia 31 de outubro de 1517, cem anos
após a morte de João Huss coloca à porta da igreja em Witenberg, as suas 95
teses, cujo teor resume-se em que Cristo requer o arrependimento e a tristeza
pelo pecado e não a penitência.
Com o desenvolvimento dos estudos de Lutero e suas
teses surgem os cinco pilares da reforma protestante que são também conhecidos
como os cinco solas da reforma, são princípios fundamentais da reforma
protestante sintetizando o credo dos teólogos protestantes. A palavra sola é
uma palavra em latim que significa "somente", pois surgem com o
propósito de expor o pensamento, conduta e ensino da igreja romana da época. As
Cinco “Solas” ou os cinco “somente” são:
1- Glória somente a Deus - (Soli Deo Gloria)
A igreja romana ensinava e exigia uma devoção ao
clero e aos homens santos que poderiam interferir diante de Deus para perdão de
pecados e obtenção de bênçãos para os homens.
Quando se estava na presença do papa e dos cardeais
a reverência deveria ser tamanha, beirando as raias de adoração, onde se
demonstraria uma total submissão a estes.
Fundamentado nas Escrituras Ef 2. 1-10; Jo 4.24; Sl
90.2; Tg 1.17 e tantos outros textos, os Reformadores concluem que somente a
Deus devemos dar glória.
Não podemos dispensar glórias a homens, pois não
passam de míseros pecadores e são como trapos imundos e carecem da misericórdia
e da gloria de Deus.
2- Somente a Fé -
(Sola Fide)
O homem só pode ser salvo mediante a fé (a
exclusividade da ação pela fé), sua alma só poderá ser liberta das chamas do
inferno e das garras de Satanás mediante a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.
Não são penitências, sacrifícios ou compra de
indulgências, que livrarão o homem da condenação eterna, mas a salvação é
através da fé (Ef 2.8).
Após meditar no texto que diz: "O justo viverá
da fé", Martinho Lutero percebeu que a justiça de Deus nessa passagem, é a
justiça que o homem piedoso recebe de Deus, pela fé como dádiva.
3- Somente a Graça - (Sola Gratia)
A única causa eficiente da salvação é a graça de
Deus. Ninguém pode ser salvo por mérito próprio, por obras, sacrifícios penitências
ou compra de indulgências. A única causa eficaz da salvação é a graça de Deus
sobre o pecador, (Ef 2.8). Pela graça somos salvos mediante a fé, e isso não
vem do homem é dom de Deus. Nenhuma obra por mais justa e santa que possa
parecer poderá dar ao homem livre acesso a salvação e ao reino dos céus,
ocorrerá isso somente pela graça de Deus.
"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé;
e isso não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se
gloria". Ef 2.8 e 9
4- Somente
Cristo - (Sola Christus)
Esse "somente" mostra a suficiência e
exclusividade de Cristo no processo de salvação. Desde a eternidade Deus
promove a aliança da redenção, onde o beneficiário seria o homem e o executor
dessa aliança seria seu Filho unigênito "Jesus Cristo, o Messias
prometido", portanto somente Cristo é o instrumento de nossa salvação. O
homem nada poderá fazer para sua salvação, pois Jesus Cristo realizou a obra da
redenção ao ser sacrificado na cruz do calvário, vertendo o seu sangue como
sacrifício por nossos pecados.
"E
não há salvação em nenhum outro: porque abaixo do céu não existe nenhum outro
nome, dentre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" At 4.12.
5- Somente as Escrituras - (Sola Scriptura)
Somente as Escrituras são regra de fé e prática
para o crente. As tradições as bulas e os escritos papais mão têm, não podem
ser ou mesmo servirem de instrumento de fé e prática para o rebanho de Cristo,
somente as Escrituras Sagradas. Elas foram escritas por homens inspirados por
Deus, são instrumentos de revelação da vontade de Deus para nossa vida. Ao
lê-la somos iluminados pelo Espírito Santo para entendê-la.
Martinho Lutero escreve: "Então, achei-me
recém-nascido e no paraíso, todas as Escrituras tinham para mim outro aspecto,
perscrutava-as para ver tudo quanto ensinam sobre a justiça de Deus".
Quando foi pedido que Lutero se retratasse, ele
disse: “A menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pelo
mais claro raciocínio; a menos que eu seja persuadido por meio das passagens
que citei; a menos que assim submetam minha consciência pela Palavra de Deus,
não posso retratar-me e não me retratarei, pois é perigoso a um cristão falar
contra a consciência. Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; Deus me
ajude. Amém”.
Podemos
ler em 2Tm 3. 16-17: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim
de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa
obra".
Entendemos
que a igreja precisa lembrar-se desses cinco pilares e manter-se no firme propósito
de servir ao Senhor praticando de fato a sua Santa Palavra.
A
Deus seja Glória!
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