quarta-feira, 30 de março de 2016



SELO COM MARCA DO REI EZEQUIAS FOI ACHADO POR ARQUEÓLOGOS EM ISRAEL
  
Selo com os dizeres "pertencente a Ezequias, (filho de) Acaz, rei de Judá", datado da época do rei.

Arqueólogos israelenses anunciaram em 2 de dezembro a descoberta de um selo com a marca do rei bíblico Ezequias (739-687 a.C.), rei de Judá, fi lho do rei Acaz e pai do rei Manassés, e que se notabilizou, dentre outras coisas, por ter ajudado Jerusalém a se transformar em uma grande metrópole da Antiguidade. A marca trata-se de uma inscrição circular em uma peça de argila de menos de um centímetro de comprimento, que pode muito bem ter sido feita pelo próprio rei, segundo a professora e arqueóloga Eilat Mazar, da Universidade Hebraica de Jerusalém, que dirigiu a escavação onde a peça foi encontrada. Ezequias é descrito na Bíblia como um monarca ousado, “de modo que não houve ninguém semelhante a ele, entre todos os reis de Judá, nem antes nem depois dele” (2Rs 18.5), que teve como um de seus grandes objetivos a eliminação da idolatria em seu reino. “Essa é a primeira vez que a impressão de um selo de um rei israelita ou da Judeia veio à luz em uma escavação arqueológica científica”, afirmou Mazar. 
A impressão na argila, conhecida como bula, foi descoberta junto ao pé da parte sul de um muro que cerca a Cidade Velha de Jerusalém, uma região rica em relíquias do período do primeiro dos dois Templos judeus antigos. O artefato estava enterrado em uma área de descarte de dejetos que remonta aos tempos de Ezequias, e provavelmente foi atirado de um edifício real adjacente, segundo Mazar, contendo escritos em hebraico antigo e o símbolo de um sol com duas asas. A bula foi catalogada inicialmente e armazenada, juntamente com 33 outras, após uma primeira inspeção que não conseguiu detectar sua verdadeira identidade. Só cinco anos mais tarde, quando um membro da equipe a examinou sob uma lupa e discerniu pontos entre algumas letras, é que seu significado ficou claro. Os pontos ajudam a separar as palavras “Pertencente a Ezequias, (filho de) Acaz, rei de Judá”. 
Mazar afirma que a parte de trás da impressão na argila tem sinais de barbantes finos usados para amarrar papiros. “Sempre surge a pergunta ‘Quais são os fatos reais por trás das histórias bíblicas?’”,disse. “Aqui temos a chance de chegar tão perto quanto possível da própria pessoa, do próprio rei”. Culto a Astarote no antigo Israel Exatamente uma semana antes dessa descoberta, no dia 25 de novembro, outra descoberta arqueológica foi destaque em Israel, dessa vez na cidade de Beit Shemesh (ou Bete-Semes, em português). Citada pela primeira vez no livro de Josué, o lugar ficou mais conhecido por ser parte do Vale de Soreque, onde viveu Sansão. Em novembro, um menino de oito anos, chamado Itai Halpern, fazia uma caminhada com sua família no sítio arqueológico local quando encontrou a cabeça de uma estatueta de Astarote (ou Aserá), divindade pagã dos cananeus.
Há quatro anos, nesse mesmo sítio arqueológico, foi descoberto o chamado “selo de Sansão”. Com menos de uma polegada de diâmetro, o referido selo retrata um homem com cabelo comprido lutando contra uma figura felina. Especialistas acreditam que é uma representação da história bíblica de Juízes 14. A confirmação de que o achado do jovem Itai realmente é a cabeça da deusa foi feita pela Autoridade de Antiguidades de Israel. Embora não seja a primeira descoberta do tipo, ela mostra que essas pequenas figuras de mulher eram muito comuns nas casas dos moradores do Reino de Judá durante a época do Primeiro Templo, corroborando o texto bíblico, que mostra como a idolatria ainda era uma prática comum entre os judeus naqueles dias. Essa não é a primeira descoberta arqueológica importante feita por uma criança neste ano. 
Em setembro, o garoto russo Matvei Tcepliaev, de 10 anos, achou um raro sinete de três mil anos de idade em Jerusalém. O culto a Aserá, conhecida por ser filha de Baal, foi condenado pelos profetas bíblicos repetidas vezes. Ela era chamada de “deusa dos Sidônios” (1Rs 11.5) e geralmente era representada com seios grandes ou múltiplos, o que a associava à ideia de fertilidade. No livro de 1 Samuel, Bete-Semes é mencionada como acidade para onde os filisteus levaram a Arca da Aliança, capturada por eles após uma batalha. O achado arqueológico do garoto Itai Halpern só confi rma outras descobertas sobre a vida no território do antigo Reino de Judá na época imediatamente anterior ao período do Primeiro Templo, chamada de “Idade do Ferro” pelos estudiosos. Alon De Groot, um especialista, afirmou ao jornal “Jerusalém Post” que “figuras como essa, com forma de mulheres nuas que representam a fertilidade, eram comuns nas casas dos moradores da Judeia no oitavo século a.C. Possivelmente, até a destruição do Reino de Judá pelos babilônios nos dias de Zedequias, em 586 a.C.”. Segundo a história, o rei assírio Senaqueribe invadiu e saqueou Bete-Semes no ano 701 a.C., e sua destruição foi concluída em 586 a.C. pelo rei babilônico Nabucodonosor. 

Fonte: Jornal Mensageiro da Paz.


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