SELO COM MARCA DO REI EZEQUIAS
FOI ACHADO POR ARQUEÓLOGOS EM ISRAEL
Selo com os dizeres "pertencente a Ezequias, (filho de) Acaz, rei de Judá", datado da época do rei.
Arqueólogos israelenses anunciaram em 2 de
dezembro a descoberta de um selo com a marca do rei bíblico Ezequias
(739-687 a.C.), rei de Judá, fi lho do rei Acaz e pai do rei
Manassés, e que se notabilizou, dentre outras coisas, por ter ajudado
Jerusalém a se transformar em uma grande metrópole da Antiguidade. A
marca trata-se de uma inscrição circular em uma peça de argila de
menos de um centímetro de comprimento, que pode muito bem ter sido feita
pelo próprio rei, segundo a professora e arqueóloga Eilat Mazar, da
Universidade Hebraica de Jerusalém, que dirigiu a escavação onde a
peça foi encontrada. Ezequias é descrito na Bíblia como um monarca
ousado, “de modo que não houve ninguém semelhante a ele, entre todos
os reis de Judá, nem antes nem depois dele” (2Rs 18.5), que teve
como um de seus grandes objetivos a eliminação da idolatria em
seu reino. “Essa é a primeira vez que a impressão de um selo de um
rei israelita ou da Judeia veio à luz em uma escavação
arqueológica científica”, afirmou Mazar.
A impressão na argila, conhecida como bula,
foi descoberta junto ao pé da parte sul de um muro que cerca a Cidade
Velha de Jerusalém, uma região rica em relíquias do período do
primeiro dos dois Templos judeus antigos. O artefato estava enterrado
em uma área de descarte de dejetos que remonta aos tempos de
Ezequias, e provavelmente foi atirado de um edifício real
adjacente, segundo Mazar, contendo escritos em hebraico antigo e o
símbolo de um sol com duas asas. A bula foi catalogada
inicialmente e armazenada, juntamente com 33 outras, após uma
primeira inspeção que não conseguiu detectar sua verdadeira
identidade. Só cinco anos mais tarde, quando um membro da equipe a
examinou sob uma lupa e discerniu pontos entre algumas letras, é que
seu significado ficou claro. Os pontos ajudam a separar as
palavras “Pertencente a Ezequias, (filho de) Acaz, rei de
Judá”.
Mazar afirma que a parte de trás da
impressão na argila tem sinais de barbantes finos usados para amarrar
papiros. “Sempre surge a pergunta ‘Quais são os fatos reais por trás
das histórias bíblicas?’”,disse. “Aqui temos a chance de chegar tão perto
quanto possível da própria pessoa, do próprio rei”. Culto a Astarote
no antigo Israel Exatamente uma semana antes dessa descoberta,
no dia 25 de novembro, outra descoberta arqueológica foi destaque
em Israel, dessa vez na cidade de Beit Shemesh (ou Bete-Semes,
em português). Citada pela primeira vez no livro de Josué, o
lugar ficou mais conhecido por ser parte do Vale de Soreque,
onde viveu Sansão. Em novembro, um menino de oito anos,
chamado Itai Halpern, fazia uma caminhada com sua família
no sítio arqueológico local quando encontrou a cabeça de uma
estatueta de Astarote (ou Aserá), divindade pagã dos cananeus.
Há quatro anos, nesse mesmo sítio
arqueológico, foi descoberto o chamado “selo de Sansão”. Com menos de
uma polegada de diâmetro, o referido selo retrata um homem com
cabelo comprido lutando contra uma figura felina. Especialistas
acreditam que é uma representação da história bíblica de Juízes
14. A confirmação de que o achado do jovem Itai realmente é
a cabeça da deusa foi feita pela Autoridade de Antiguidades
de Israel. Embora não seja a primeira descoberta do tipo, ela mostra
que essas pequenas figuras de mulher eram muito comuns nas casas
dos moradores do Reino de Judá durante a época do Primeiro
Templo, corroborando o texto bíblico, que mostra como a idolatria
ainda era uma prática comum entre os judeus naqueles dias. Essa
não é a primeira descoberta arqueológica importante feita por uma
criança neste ano.
Em setembro, o garoto russo Matvei
Tcepliaev, de 10 anos, achou um raro sinete de três mil anos de idade
em Jerusalém. O culto a Aserá, conhecida por ser filha de Baal, foi
condenado pelos profetas bíblicos repetidas vezes. Ela era
chamada de “deusa dos Sidônios” (1Rs 11.5) e geralmente era
representada com seios grandes ou múltiplos, o que a associava
à ideia de fertilidade. No livro de 1 Samuel, Bete-Semes é mencionada
como acidade para onde os filisteus levaram a Arca da Aliança,
capturada por eles após uma batalha. O achado arqueológico
do garoto Itai Halpern só confi rma outras descobertas sobre a
vida no território do antigo Reino de Judá na época imediatamente anterior
ao período do Primeiro Templo, chamada de “Idade do Ferro” pelos
estudiosos. Alon De Groot, um especialista, afirmou ao jornal
“Jerusalém Post” que “figuras como essa, com forma de mulheres nuas
que representam a fertilidade, eram comuns nas casas dos
moradores da Judeia no oitavo século a.C. Possivelmente, até a
destruição do Reino de Judá pelos babilônios nos dias de Zedequias,
em 586 a.C.”. Segundo a história, o rei assírio Senaqueribe
invadiu e saqueou Bete-Semes no ano 701 a.C., e sua destruição
foi concluída em 586 a.C. pelo rei babilônico Nabucodonosor.
Fonte: Jornal Mensageiro da Paz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário