Nunca antes, no longínquo passado da História da
Humanidade, houve uma época que de fato correspondesse ao que a Bíblia descreve
como o “fim dos tempos”. Naturalmente, periodicamente houve épocas nas quais
entusiastas e enganados afirmavam que o fim dos tempos havia chegado. No
entanto, em nenhuma daquelas épocas foi possível comprovar, com seriedade, que
as profecias acerca do fim dos tempos das Escrituras Sagradas haviam se
cumprido. Os argumentos eram fracos e inconsistentes! Eles nunca corresponderam
ao diagnóstico das afirmações bíblicas sobre o fim dos tempos.
Catástrofes e guerras já existiram desde sempre.
Esses acontecimentos, por si próprios, não servem de provas para o fim dos
tempos. De acordo com a Bíblia, o fim dos tempos é caracterizado basicamente
pelo retorno dos judeus de sua diáspora mundial à terra de seus antepassados e
pela fundação do novo Estado de Israel, após uma interrupção de quase 2.000
anos. Qualquer catástrofe ou guerra basicamente não poderia ter relação com o
fim dos tempos enquanto não coincidisse com o retorno dos judeus e com os
demais inúmeros eventos anunciados para tanto na Bíblia.
O vínculo dos acontecimentos entre si é de grande
importância! Quando de fato ocorrem vários eventos específicos que, de acordo
com a profecia deveriam acontecer à mesma época, então, sob a ótica de um
cálculo matemático de probabilidades, um cumprimento ao acaso pode ser
totalmente descartado!
O que dizer sobre o tema “fim dos tempos” nos dias
de hoje? Há inúmeros pregadores da Bíblia ao redor do mundo enfatizando que,
presentemente, estamos vivendo no fim dos tempos. A questão que se faz é: Será
de fato possível comprovar isso de modo racional, de maneira que outros possam
verificá-lo logicamente? Ou se trata de repetições de fantasias muito
frequentes em outras épocas?
Podemos considerar isso claramente: a nossa época –
refiro-me especialmente ao período de 1882 até hoje – é singular nesse aspecto!
Sim, há comprovações palpáveis de que nossa época corresponde ao que a Bíblia
descreve como a época da volta de Jesus Cristo! Ninguém, até hoje, conseguiu
objetivamente contestar os argumentos para o fim dos tempos como são
apresentados aqui.
No livro Estamos Vivendo no Fim dos Tempos? Tratamos
de mais de 175 profecias bíblicas que se referem ao “fim dos tempos”. Essas
predições comprovadamente se cumpriram na nossa era da História mundial, isto
é, no período desde o início da primeira onda de imigração judaica moderna para
a terra de seus antepassados (1882) até hoje. Com isso pode ser fornecida a
prova clara de que realmente estamos vivendo no “fim dos tempos”! Como já
mencionamos, guerras cruéis e catástrofes terríveis, por si só, não são nenhuma
alusão ao fim dos tempos. Se, no entanto, estiverem vinculados ao cumprimento
de inúmeras profecias muito precisas sobre outros acontecimentos específicos do
fim dos tempos, então essa situação naturalmente sofre uma mudança radical!
Pretendo, a seguir, mostrar que a época em que
vivemos hoje corresponde exatamente àquilo que os antigos profetas bíblicos
descreveram em suas previsões como o “fim dos tempos”. Com isso chegamos
obrigatoriamente à conclusão: Jesus Cristo voltará em breve!
Essas mais de 175 profecias cumpridas sobre o fim
dos tempos nos ajudam a avaliar os sinais dos tempos clara e objetivamente (ver
Mt 16.1-3; Lc 12.54-56).
Qual é o significado de “fim dos tempos”?
Antes de falarmos detalhadamente sobre o fim dos
tempos, deveríamos entender claramente o que a expressão bíblica “fim dos
tempos” de fato significa.
Essa
expressão é encontrada na forma de inúmeros sinônimos na Bíblia. A seguir,
coloco uma seleção deles:
- Ezequiel 38.8: “fim dos anos”
- Daniel 8.17: “ao tempo do fim” [1]
- Daniel 8.19: “último tempo da ira”
- Daniel 12.13: “fim”
- Oséias 3.5: “últimos dias”
- Joel 3.1: “naqueles dias e naquele tempo”
- Isaías 19.18: “ Naquele dia” [2]
- Jeremias 30.3: “eis que vêm dias”
- Jeremias 3.17: “naquele tempo”
- Ezequiel 35.5: “tempo da calamidade e do castigo final” [3]
- Mateus 24.3: “consumação do século”
- 2 Timóteo 3.1: “últimos dias”
- 1 João 2.18: “a última hora”
- Judas 18: “último tempo”
Quando estudamos os capítulos da Bíblia que tratam
do tema “fim dos tempos”, constatamos – talvez com admiração – que, ao
contrário da imaginação popular, não se trata de um iminente “fim do mundo”. O
conceito bíblico “fim dos tempos” indica, mera e simplesmente, uma época em que
o Messias deve vir e, principalmente, quando ele aparecerá como o “Rei dos
Reis”, para governar a Terra em paz e justiça (ver Ap 19.11-20.11). [4]
O Messias sofredor e o Messias soberano
Agora utilizei uma palavra-chave importante e
central da Profecia bíblica: “o Messias”. Quem é o Messias? No Antigo
Testamento, nos escritos bíblicos originados no período entre 1606 até próx. a
420 a.C.,[5] foi anunciada a vinda de um Redentor para Israel e também para
todos os povos do mundo. Nesse contexto, devemos observar esse fato importante:
Os profetas hebreus falaram sobre o Messias de duas maneiras bem diferentes.
Muitas
passagens do Antigo Testamento tratam do “Messias sofredor” que deveria vir para
resolver o problema de nossa culpa diante de Deus, ao morrer como sacrifício em
nosso lugar, o Justo morrendo por nós, os injustos, para nos conduzir a Deus
(comparar Is 53, Sl 22, Dn 9.25).
Por outro lado, os profetas apresentam um quadro de
um “Messias soberano” aos nossos olhos. Ele virá para ser o Rei dos Reis e
Senhor dos Senhores e estabelecer um reino mundial de paz e justiça aqui na
Terra (ver Is 11, Dn 7.13-14,18,22,27, Zc 14).
Como conseguimos unificar essas duas representações
tão diferentes entre si? Muito simples! Essas duas descrições diferenciadas
tratam de duas aparições distintas do mesmo Messias. Primeiramente Ele deveria
vir para solucionar o problema de nossa culpa pessoal, através do Seu
sacrifício na cruz. O Messias virá pela segunda vez, no futuro, para eliminar
todos os problemas políticos, sociais e econômicos do mundo.
Há uma significativa chave de interpretação que
poderá ajudar a distinguir as duas fases diferentes da vinda do Messias: os
profetas afirmaram que o “Messias sofredor” seria rejeitado por Seu povo. Por
essa rejeição, o povo judeu seria arrancado da terra de Israel e seria
espalhado entre as nações do mundo. Vinculado à vinda do “Messias soberano”, os
profetas predisseram que, na época imediatamente anterior, o povo judeu seria
conduzido de volta à terra de seus pais, desde a dispersão entre os povos do
mundo.
No período após a primeira Vinda do Messias, o povo
judeu seria espalhado através do mundo. No período antes da segunda Vinda do
Messias, pelo contrário, o povo judeu seria conduzido de volta à terra de seus
antepassados, trazidos de todo o mundo.
Consequências da rejeição ao Messias
Com a Sua
vinda, há mais de 2.000 anos, Jesus Cristo cumpriu a profecia a respeito do
“Messias sofredor”. Assim, temos condições de provar[6] que Jesus Cristo é o
Messias. No passado, já se cumpriram mais de 300 profecias referentes ao
Redentor prometido![7]
A
consequência da rejeição ao Messias, pela maioria do Seu próprio povo, seria
uma catástrofe nacional. Foi o que previram os profetas do Antigo Testamento.
Pretendo mostrar essa correlação diretamente no texto bíblico de tal maneira
que cada leitor possa compreender esse fato. É possível fazê-lo claramente, por
exemplo, à luz de Isaías 8.14-15:9
“14
Ele [o Messias] ...será pedra de tropeço
e rocha de ofensa...,
laço e armadilha aos moradores de Jerusalém.
15 Muitos dentre eles tropeçarão e cairão,
serão quebrantados, enlaçados e presos”
e rocha de ofensa...,
laço e armadilha aos moradores de Jerusalém.
15 Muitos dentre eles tropeçarão e cairão,
serão quebrantados, enlaçados e presos”
A maioria do povo judeu rejeitou a Jesus de Nazaré,
o Messias. Eles O consideravam uma pedra de tropeço. No ano 70 d.C. – poucos
anos após a crucificação de Jesus – os romanos moveram uma guerra cruel e
sangrenta durante a qual destruíram Jerusalém, a capital dos judeus, juntamente
com o maravilhoso Templo, no Monte de Sião. Com isso os judeus encerraram as
solenidades de sacrifícios. Após as duas revoltas dos judeus contra Roma terem
sido dominadas (66-73 e 132-135 d.C.), aconteceu o colapso definitivo do antigo
Estado judeu. A maravilhosa terra de Israel, na qual manava leite e mel (Dt
6.3), degradou, durante um processo que durou vários séculos, tornando-se um
horrível deserto. Essa evolução alcançou o seu ápice no Século 19. O povo
judeu, durante um período igualmente de vários séculos, foi espalhado pelos
cinco continentes do mundo. Durante dois milênios, os judeus foram odiados,
rejeitados, caluniados, proscritos, perseguidos e assassinados. O saldo a
lamentar por esse povo sofrido, desde o ano 70 d.C. até o Século 20, abrange em
torno de 13 milhões de mortos. Moisés já havia profetizado essa situação, com
absoluta precisão, por volta de 1606 a.C. Através dele, Deus havia anunciado
(Lv 26.31-33):
“31 Reduzirei as vossas cidades a deserto, e assolarei
os vossos santuários, e não aspirarei o vosso aroma agradável. 32 Assolarei a
terra, e se espantarão disso os vossos inimigos que nela morarem. 33
Espalhar-vos-ei por entre as nações e desembainharei a espada atrás de vós; a
vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão desertas”.
Por volta
de 1566 a.C., em seu discurso de despedida, Moisés profetizou:
“64 O Senhor vos espalhará entre todos os povos,
de uma até à outra extremidade da terra. Servirás ali a outros deuses que não
conheceste, nem tu, nem teus pais; servirás à madeira e à pedra. 65 Nem ainda
entre estas nações descansarás, nem a planta de teu pé terá repouso, porquanto
o Senhor ali te dará coração tremente, olhos mortiços e desmaio de alma. 66 A
tua vida estará suspensa como por um fio diante de ti; terás pavor de noite e
de dia e não crerás na tua vida. 67 Pela manhã dirás: Ah! Quem me dera ver a
noite! E, à noitinha, dirás: Ah! Quem me dera ver a manhã! Isso pelo pavor que
sentirás no coração e pelo espetáculo que terás diante dos olhos” (Dt
28.64-67).
A grande chance para os povos não judeus
Qual é o significado desse longo período entre a
primeira e a segunda vinda do Messias? Essa pergunta foi respondida no livro do
profeta Isaías (por volta de 700 a.C.). Em Isaías 49.6, Deus fala que a missão
do Seu Messias não seria restrita a Israel e que Ele deveria levar Sua bênção
também aos povos não judeus:
“6
Sim, diz ele: ...também te dei como luz para os gentios,
para seres a minha salvação
até à extremidade da terra.”
para seres a minha salvação
até à extremidade da terra.”
Essa profecia se cumpriu de maneira impressionante:
Nos últimos 2.000 anos, as Boas Novas sobre o Messias sofredor foram
transmitidas pelos cinco continentes, até entre os esquimós, na Terra do Fogo,
entre os aborígenes da Tasmânia e entre os Maoris da Nova Zelândia, no “limite
do mundo”, isto é, nas áreas mais distantes da Terra, vistas a partir de
Jerusalém. Esta Jerusalém foi o ponto geográfico de partida para as missões
mundiais (At 1.18). No decorrer da história da Igreja, milhões de não judeus
reconheceram, em Jesus de Nazaré, o Redentor enviado por Deus e O aceitaram
como Senhor em suas vidas (Jo 1.12). Eles reconheceram em oração, arrependidos,
sua culpa pessoal diante de Deus (1 Jo 1.9) e tomaram para si o sacrifício
vicário de Jesus na cruz (Rm 3.23-26). Assim, milhões de pessoas alcançaram a
paz com Deus (Rm 5.1).
O longo período sem pátria
Durante essa mesma época, em que o Evangelho de
Jesus Cristo foi propagado através dos cinco continentes, os judeus estavam
espalhados pelo mundo como um povo sem pátria.
Esse período sem pátria já havia sido desenhado há
muito tempo, no livro de Oséias (Séc. 8 a.C.). O povo de Israel ficaria um
longo período “sem rei, sem príncipe”:
“4 Porque os filhos de Israel ficarão por
muitos dias sem rei, sem príncipe, sem sacrifício, sem coluna, sem
estola sacerdotal ou ídolos do lar. 5 Depois, tornarão os filhos
de Israel, e buscarão ao Senhor, seu Deus, e a Davi, seu rei; e, nos últimos
dias, tremendo, se aproximarão do Senhor e da sua bondade” (Os 3.4-5).
Observemos mais alguns detalhes de Oseias 3.4: O
período sem pátria dos judeus também seria caracterizado pela ausência de
sacrifícios. De acordo com o mandamento de Deus, em Deuteronômio 12.13-14, o
povo judeu estava autorizado a trazer sacrifícios somente no Templo, em
Jerusalém. No ano 70 d.C., no entanto, os romanos destruíram o Templo. O monte
em que se encontrava esse santuário foi tirado do povo de Israel. Assim,
naquela ocasião, o sacrifício trazido pelos judeus teve um fim. Essa situação
permaneceu assim até hoje. O povo judeu novamente tomou posse do Monte do
Templo somente em 1967 na sequência da Guerra dos Seis Dias. Desde então,
diversas organizações se puseram a restabelecer os utensílios para Templo e a
preparar uma futura cerimônia de sacrifício. Como consequência da reivindicação
da militância islâmica sobre os 144.000 m2 da área do Templo, até hoje não foi
possível introduzir esses sacrifícios novamente pelos judeus.
Simultaneamente com o desaparecimento do Templo, no
ano 70 d.C., também desapareceu a função do Sumo sacerdote. Durante todos esses
séculos, o povo judeu não teve mais as vestes sacerdotais, as quais eram
ornamentadas com 12 pedras preciosas no peitoral da estola sacerdotal (ver Êx
28). No passado recente, também essa peça foi reconstituída pela primeira vez,
no valor de US$ 1,5 milhão. O autor dessas linhas viu essa vestimenta com os
próprios olhos em Jerusalém, juntamente com a estola sacerdotal.[8]
A partir da saída do Egito, a história de Israel no
Antigo Testamento é tragicamente assinalada pelas suas reiteradas recaídas para
a idolatria. A religião dos sumérios, egípcios, cananeus, babilônios e assírios
foi um constante e tremendo desafio para o povo escolhido. Nesse contexto, os
postes-ídolos (p.ex. em honra a Baal ou Asera) e as imagens de escultura
(hebraico: teraphim) desempenhavam um triste papel, pois, apenas através
deles, os dois primeiros mandamentos da Torá (Êx 20.1-6) eram transgredidos de
maneira grave e constante. Numa época em que o povo de Israel havia se tornado
culpado seriamente por causa da idolatria, no entanto, Oséias profetizou que o
longo período sem pátria (que viria em consequência da rejeição ao Messias)
seria caracterizado pela ausência dessa idolatria. Isso se cumpriu exatamente
dessa maneira. Apesar do povo judeu ter rejeitado o Messias (Jesus Cristo)
durante os últimos 2.000 anos, este povo não decaiu mais para o culto aos
postes-ídolos e às imagens de escultura, bem em contraste ao Cristianismo
confesso de adoração a imagens e estátuas, juntamente com o culto a Maria e aos
santos.
O retorno dos judeus e a volta do Messias
O período sem pátria dos judeus não duraria
eternamente, conforme Oséias 3.4-5, mas sim por um longo período, por “muitos
dias”. Após esse longo período sem pátria, haveria uma mudança e esta
aconteceria no fim dos tempos (“fim dos dias”). O povo judeu então
voltaria à terra dos antepassados e, finalmente, buscaria ao Messias rejeitado.
Na literatura rabínica básica, a expressão “Davi, seu rei” se refere ao
Messias.[9]
Temos aqui uma profecia impressionante. No ano de
135 d.C., ou seja, quase 1.000 anos antes do ocaso total do antigo Estado de
Israel, foi profetizado esse longo período sem pátria para o povo judeu como
também o posterior retorno, para a nova fundação do Estado (v.5: “Depois,
tornarão os filhos de Israel...). De fato, foram “muitos dias”
abrangidos por esse período do ano 135 até 1948.
Após ter ficado claro que o povo judeu seria
espalhado como consequência de sua rejeição ao Messias, desejo comprovar, a
partir do texto bíblico, que o Messias aparecerá à época do retorno do povo
judeu, vindo da dispersão.
Ezequiel 38 trata de um inimigo, vindo do extremo
Norte,[10] que atacará Israel no fim dos tempos, no período em que o Messias
voltará como Rei. O Messias Soberano é descrito em Ezequiel 37.24-28. Na
passagem de Ezequiel 38.8:
“8 Depois de muitos dias, serás visitado; no
fim dos anos, virás à terra que se recuperou da espada, ao povo que se
congregou dentre muitos povos sobre os montes de Israel, que sempre estavam
desolados; este povo foi tirado de entre os povos...”.
Como já mostramos acima, a expressão “no fim dos
anos” é uma das muitas que significam “fim dos tempos”. Praticamente,
somente com esse versículo podemos documentar que o retorno do povo judeu à
terra de seus pais aconteceria no fim dos tempos bíblicos. Além disso, na
combinação dos capítulos 37 e 38 de Ezequiel, fica claro que esse período
corresponde ao da volta do Messias Soberano.
Adicionalmente menciono mais um argumento. Em Joel
3.1-2 (Séc. 8 a.C.) pode-se ouvir a voz do Messias:
“1 Eis
que, naqueles dias e naquele tempo,
em que mudarei a sorte de Judá e de Jerusalém,
2 congregarei todas as nações
e as farei descer ao vale de Josafá;
e ali entrarei em juízo contra elas por causa
do meu povo e da minha herança, Israel,
a quem elas espalharam por entre os povos...”.
em que mudarei a sorte de Judá e de Jerusalém,
2 congregarei todas as nações
e as farei descer ao vale de Josafá;
e ali entrarei em juízo contra elas por causa
do meu povo e da minha herança, Israel,
a quem elas espalharam por entre os povos...”.
Já expliquei que, no caso dessa mudança “naqueles
dias e naquele tempo”, se trata de uma designação técnica que aponta para o
fim dos tempos. Justamente nesta época, de acordo com Joel 3.2, o Messias
estará aqui na Terra, no vale de Josafá (este nome é outra denominação para
vale de Cedrom, que se localiza entre o Monte das Oliveiras e o Monte do
Templo, em Jerusalém).[11] Ali o Messias efetuará o julgamento dos povos e
trará à pauta aquilo que eles causaram a Israel, no passado. Joel 3.1-2
ressalta, ainda, que o fim dos tempos é um período no qual o destino dos judeus
e da cidade de Jerusalém teria uma mudança positiva.
Depois que não parecia haver esperança no destino
do povo judeu sem pátria, entre o Século 1 e 19, em 1882 aconteceu uma mudança
decisiva. Naquela ocasião tornou-se real a primeira onda de imigração judaica
na terra dos antepassados. Sob a pressão da perseguição, promovida pelos
últimos czares da Rússia, milhares de judeus emigraram da Rússia para a
“palestina” entre 1882 e 1904. Depois se seguiu uma onda após a outra, de
maneira que, até hoje, milhões de judeus retornaram à terra dos antepassados,
vindos dos cinco continentes.
O fim dos tempos e o início dos tempos
Sendo o fim dos tempos o período em que os judeus
retornariam à terra de Israel, podemos afirmar, com inteira razão, que este
período já abrange 130 anos. O que, porém, são esses 130 anos em comparação aos
2.000 passados? Esses 130 anos, assim, podem ser simplesmente considerados a
fase preliminar para a vinda do Messias.
No contexto da primeira vinda do Messias, também
houve um período messiânico semelhante, que perdurou um total de 135 anos e que
se destaca do período subsequente de vários séculos de dispersão e sem pátria
dos judeus: Na mudança das eras, há um pouco mais de 2.000 anos, Jesus Cristo
nasceu em Belém. Por volta de 32 d.C., os romanos crucificaram a Jesus. No ano
70 d.C., o Templo e a cidade de Jerusalém foram destruídos. Após ter sido
sufocada a revolta judaica contra Roma (132-135 d.C.), o Estado judeu foi
definitivamente exterminado. No total, o período entre a vinda do Messias
sofredor até o ocaso total do Estado de Israel, foi de 135 anos. Esse período
pode ser considerado como “início dos tempos” em contrapartida ao “fim dos
tempos”.[12]
O princípio da era do fim dos tempos foi marcado
pela intensa imigração de judeus na terra de seus pais (1882). O fim dos tempos
é um período, uma fase que se desenvolve continuamente para, ao final, conduzir
à volta de Jesus, o Messias, que então estabelecerá o Seu Reino mundial de paz
e justiça aqui na Terra.
O destino dos judeus na dispersão, sem pátria,
começou a mudar a partir de 1882, com a primeira onda moderna de imigração.
Assim, o período de 1882 até hoje pertence ao que a Bíblia classifica como “fim
dos tempos”.
No estudo dos textos proféticos da Bíblia, é muito
importante observar que o conceito “fim dos tempos” se refere a uma época e não
a um evento pontual. O fim dos tempos é a época da mudança do destino judeu (Am
9.14, Jl 3.1). É um processo durante o qual Israel será completamente restaurado.
O decurso dessa evolução, de acordo com a visão de Ezequiel 37.1-14, deverá
ocorrer em várias fases e alcançará o término e consumação quando o Messias
surgir como Rei do mundo. Determinadas passagens proféticas da Bíblia falam
sobre certos eventos pontuais que ocorrerão durante esse período e outras
passagens descrevem o todo dando uma visão de conjunto. Nos lugares em que se
encontra uma dessas visões de conjunto, pode-se constatar como talvez um
determinado evento ou a maior parte de algum deles se cumpriu, porém, sem ainda
ver o todo. Pode-se falar do cumprimento pleno somente quando o Messias estiver
aqui. Segue um exemplo para esse caso:
“8 Eis
que os trarei da terra do Norte
e os congregarei das extremidades da terra;
e, entre eles, também os cegos e aleijados,
as mulheres grávidas e as de parto;
em grande congregação, voltarão para aqui.
9 Virão com choro,
e com súplicas os levarei;
guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto
em que não tropeçarão;
porque sou pai para Israel,
e Efraim é o meu primogênito.
10 Ouvi a palavra do Senhor, ó nações,
e anunciai nas terras longínquas do mar, e dizei:
Aquele que espalhou a Israel o congregará
e o guardará, como o pastor, ao seu rebanho” (Jr 31.8-10).
e os congregarei das extremidades da terra;
e, entre eles, também os cegos e aleijados,
as mulheres grávidas e as de parto;
em grande congregação, voltarão para aqui.
9 Virão com choro,
e com súplicas os levarei;
guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto
em que não tropeçarão;
porque sou pai para Israel,
e Efraim é o meu primogênito.
10 Ouvi a palavra do Senhor, ó nações,
e anunciai nas terras longínquas do mar, e dizei:
Aquele que espalhou a Israel o congregará
e o guardará, como o pastor, ao seu rebanho” (Jr 31.8-10).
Hoje, a volta dos judeus das terras do Norte “em
grande congregação” (v.8) está praticamente cumprida porque retornaram mais
de 1 milhão de judeus da Rússia e das regiões da antiga União Soviética para
Israel. Também o versículo 10a pode ser identificado: fala-se em todo o mundo
sobre a dispersão do povo judeu através das nações, mas que, em nossa época,
teve um extraordinário retorno e foi congregado na terra de seus pais. A
afirmação de que o Messias os guardará (v.10b) e guiará (v.9) poderá ser
cumprida somente depois que o Messias estiver de volta. Devemos manter
claramente diante dos olhos: Estamos vivendo no fim dos tempos, mas ainda não
chegamos ao fim. Ainda não é “o fim” (ver Mt 24.6). Estamos acompanhando o
desenrolar desse tempo em seu processo rumo ao alvo, mas este alvo final ainda
não foi alcançado.
Como já
comentamos, estaremos visualizando (no livro Estamos Vivendo no Fim dos Tempos?)
mais de 175 profecias da Bíblia que se cumpriram no decorrer dos anos e décadas
entre 1882 e 2011 e que se referem ao “fim dos tempos”. Assim será comprovado,
clara e incontestavelmente, que de fato estamos vivendo no período do fim dos
tempos e que Jesus Cristo voltará em breve! (Roger Liebi — Chamada.com.br)
O fim dos tempos é o período abrangido desde a
primeira onda de imigração judaica até o Reino do Messias. Nessa época,
deveriam acontecer inúmeros eventos do fim dos tempos. Mais de 175 profecias já
se cumpriram comprovadamente. Os traços indicam os eventos isolados que
deveriam acontecer no decorrer do fim dos tempos.
Também o “tempo do início” é um período que abrange
desde a vinda do Messias, como menino em Belém (nascimento de Jesus), até o
ocaso total do antigo Estado judeu, no ano 135. Os traços indicam os
acontecimentos individuais, anunciados no Antigo Testamento, que se cumpriram
no decorrer desse “tempo do início”.
Notas
- Dn 8.19; 11.35,40; 12.4,.9.
- A expressão hebraica bayom hahu’ significa “naquele tempo” ou “naquela época”. Ela não leva em conta o dia de 24 horas, assim como a expressão “hoje em dia” não tem a ver com o dia do calendário, mas se refere a um determinado período que o autor quer destacar como, por exemplo, acontece várias vezes em Zacarias 12-14.
- Ez 21.25-29.
- Às vezes se afirma que os Tempos do Fim iniciaram há 2.000 anos, com a vinda de Cristo à Terra. Não é correto afirmar isso sem que haja um esclarecimento complementar. Em Hebreus 1.1 lemos: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho...”. Aqui também é aplicado o conceito de “últimos dias”. O sentido da sua aplicação, no entanto, é diferente da expressão “últimos dias” no contexto da Vinda do Messias como o Juiz do mundo. A vinda do Messias à Terra foi o encerramento da longa espera pelo Redentor, prometida no Antigo Testamento. A Sua chegada assinalou o fim desses dias de espera. Na maioria dos casos, porém, o conceito “Fim dos Tempos” não é empregado para indicar o término da época do Antigo Testamento, mas para o término do “tempo dos gentios” (Lc 21.24).
- Uma cronologia rigorosa da História da Bíblia, na qual todas as datas indicadas são unificadas em um sistema fechado em si mesmo, resulta em uma data muito remota para o Êxodo. Essa cronologia coincide de forma marcante com os fatos arqueológicos do Egito e Canaã/Israel.
- Ver At 9.22; 18.28.
- Já na antiguidade, tanto para os rabinos como para os mestres do Judaísmo, essa passagem apontava para o Messias (ver TALMUDE BABILÔNICO, Sanhedrin 38a). No Novo Testamento, essa passagem indica Jesus Cristo (1 Pe 2.8).
- Ver www.templeinstitute.org (Data: 24.10.2011).
- Ver Metzudath David, Oséias 3.5, in: BAR ILAN’S JUDAIC LIBRARY, Bar Ilan University, Responsa Project, CD-Rom, Version 5; ou em: MIQRA’OTH GEDOLOTH, Vol. I - VIII, jerushalajim 1972 (Bíblia hebraica dos rabinos com tradução aramaica – Targumim – com comentários e orações da Idade Média).
- Vistos a partir de Israel.
- Em Gênesis 14.17, esse vale é chamado também de “vale do Rei” e “vale de Savé” .
- A época da vinda de Cristo, há 2.000 anos, é considerada em 1 Jo 1.1, como o “princípio”. (Ver ainda: 1 Jo 2.7,13-14,24; 3.11; 2 Jo 1.5-6; Hb 6.1).
Dr. Teol.
Roger Liebi (Mús. Dipl.,
B.Teol., M.Teol., Dr. Teol.), nasc. 1958, casado, 6 filhos, formou-se em Música
(violino e piano) pelo Conservatório e Escola Superior de Música de Zurique.
Ele tem grande conhecimento nos idiomas do mundo bíblico (grego, hebraico
clássico e moderno, aramaico e acádico) e formou-se também em Teologia. É
professor e conferencista internacional. Participou de três projetos de
tradução da Bíblia e é autor de vários livros. Apresentou uma dissertação sobre
o Segundo Templo em Jerusalém, na área de Judaísmo e Arqueologia, no Whitefield
Theological Seminary na Flórida, EUA.
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