Relatos
do historiador Flávio Josefo contam detalhes do muro
A Autoridade de Antiguidades de Israel exibiu
nesta quinta-feira (20/10/2016) as evidências claras da existência da Terceira Muralha
de Jerusalém. O local foi destruído durante a invasão do exército romano
durante a Primeira Guerra Judaico-Romana, entre 66 d.C. e 73 d.C. A queda da
muralha ocorreu cerca de 70 anos após a morte de Herodes.
Essa foi a primeira das três revoltas do povo
judeu contra a dominação romana, ocorrida há cerca de dois mil anos, no período
do segundo templo. A revelação, ironicamente, ocorre poucos dias após a UNESCO tentar
eliminar “qualquer ligação” dos judeus com o monte do templo.
Os arqueólogos encontraram junto a vestígios da
muralha, diversos projéteis de pedra que foram lançados por catapultas, além de
uma ponta de lança e diferentes peças de artilharia romana utilizadas para
derrubar o muro. Segundo o relato histórico, guardas judeus protegiam a cidade
do alto de uma torre junto a esse muro.
Rina Avner e Kfir Arbib, diretores da escavação,
explicam que esse “É um testemunho fascinante do intenso bombardeio realizado
pelo exército romano, comandado por Tito, com a intenção de conquistar a cidade
e destruir o Segundo Templo”.
A Autoridade de Antiguidades irá apresentar todos
os achados da escavação durante uma conferência sobre arqueologia em 27 de
outubro. O material divulgado até agora já provocou debates entre historiadores
sobre a localização da Terceira Muralha, pois se relaciona com o verdadeiro
limite de Jerusalém antes da invasão comandado por Tito. Elas se somam as
descobertas no Complexo Russo de Jerusalém, um dos distritos mais antigos da
cidade, que também comprovam a localização do muro naquela área.
Essa muralha não existia nos tempos de Jesus, mas
é parte importante da narrativa da destruição de Jerusalém e do templo,
conforme foi profetizada no capítulo 24 do evangelho de Mateus.
Os escritos do historiador Flávio Josefo, que foi
testemunha da guerra, relatam os detalhes de vários conflitos, incluindo essa
terceira muralha, erguida para proteger a área Beit Zeita. Ela ficava fora dos
limites da cidade, ao norte das duas muralhas mais antigas e conhecidas.
A construção do muro foi iniciada pelo rei Agripa
I. No entanto, ele suspendeu as obras para não provocar a ira do imperador
Cláudio e dissipar quaisquer dúvidas a respeito de sua lealdade.
Ainda segundo Josefo, a terceira muralha voltou a
ser erguida cerca de 20 anos depois, como uma estratégia de defesa. Ela fortificaria
a parte mais externa da cidade, já em preparação para a Grande Revolta contra
Roma.
O historiador descreveu em detalhes esse muro
externo, que começava junto à Torre Hippicus, mais conhecida como Cidadela de
Davi. A partir daí, seguia para o norte, até a enorme Torre Psephinus. Depois,
seguia para o leste, descendo em direção à sepultura da rainha Helena, no que
hoje é mais conhecido como Túmulos dos Reis.
Noticia Gospel/ Com informações Jerusalém Post.
Nenhum comentário:
Postar um comentário