"Descrevendo a
genealogia de Jesus, Mateus escreve que Davi gerou a Salomão (Mt 1.6) e Lucas
escreve que Davi gerou a Nata: Lc 3.31. Há contradição entre as duas passagens?
Como se explica isso?" São duas as correntes de interpretação mais aceitas
entre os teólogos, mas a segunda nos apresenta mais detalhes probatórios. A
primeira diz que Mateus dá a lista dos antepassados de Jesus como filho adotivo
de José, enquanto Lucas apresenta a sua lista dos antepassados de Maria, a mãe
de Jesus. Notemos alguns pontos que dão grande valor a tal suposição: É certo
que Maria foi da linhagem de Davi: At 2.30; Rm 1.3. Lucas, para acentuar a
humanidade de Cristo, relata detalhadamente muitos dos eventos na vida de sua
mãe, do seu nascimento, de sua meninice. É natural, portanto, supor que Lucas,
para cumprir seu propósito de acentuar a humanidade de Jesus, desse a sua
genealogia segundo a carne. O nome de Maria não aparece na genealogia de Lucas porque,
conforme o costume dos judeus de não incluir os nomes de mulheres nas genealogias,
foi necessário usar o nome de seu marido, em vez do nome dela. Apesar de Lucas
dizer que José foi o "filho de Heli", Lc 3.23. Essas idéias parecem
muito plausíveis, contudo nenhuma está fora de dúvida. Não podemos ter a
certeza de que em Lucas 3.23 "o filho de Heli" que dizer "o
genro de Heli". A segunda corrente diz que as duas genealogias são, como
consta, realmente de José, a descendência de Jesus, tanto em Lucas, como em
Mateus, é considerada segundo o seu estado legal na família de José. O estado
judicial de Jesus, como Filho de Davi, perante o mundo, dependia de sua
genealogia como "filho de José". O único alvo de Mateus é o de
demonstrar o direito legal de Jesus ao trono, enquanto o propósito de Lucas é o
de dar a própria linha da qual José nascera. Examinando a genealogia de Mateus,
observamos que a linha real de Judá rompeu-se em Jeconias. Pela boca de
Jeremias, o Senhor ordenou que Jeconias fosse privado de filhos e que ninguém
da sua semente se assentasse no trono de Davi, nem reinasse mais em Judá: Jr
22.30. Os homens depois de Jeconias desprovidos de filhos, são os herdeiros
mais próximos, como também o são em 1 Crônicas 3.17. Olhando novamente para a
lista em Mateus e Lucas ficamos certos desta conclusão. Os dois nomes que
seguem, o de Jeconias, Salatiel e Zorobabel estão realmente transferidos da
outra ge-nealogia (de Lucas), na qual consta que o pai de Salatiel foi
realmente Neri, da família de Nata. Tornou-se certo, portanto, que Salatiel, da
família de Nata, irmão de Salomão, tornou-se herdeiro do trono de Davi, quando
falhou a linha de Salomão, na pessoa de Jeconias. Assim Salatiel e seus
descendentes foram transferidos, como "filhos de Jeconias" para a
tábua genealógica real, segundo a lei judaica. (Vede Nm 27.8-11.) Depois as duas
genealogias coincidem por duas, ou melhor, por quatro gerações. Então aparecem
seis nomes em Mateus que não se acham em Lucas. A seguir as duas listas
concordam no nome de Nata (Mt 1.15; Lc 3.24) a quem são atribuídos dois filhos
diferentes, Jacó e Heli; mas somente um é o mesmo neto e herdeiro, José, o
marido de Maria, o reputado pai de Jesus, que se chama o Cristo. A súmula do exposto é que
tendo sido extinta a linha de Salomão em Jeconias,
que morreu sem descendência, tornou-se Salatiel, da casa de Nata, herdeiro do trono de Davi, e desta forma entrou nas tábuas genealógicas como "filho de Jeconias". Lucas escrevendo para os gentios dá a tábua genealógica de Jesus Cristo, como filho legal de José, segundo seu nascimento. Mas Mateus escrevendo para os judeus, dá a lista dos herdeiros ao trono.
que morreu sem descendência, tornou-se Salatiel, da casa de Nata, herdeiro do trono de Davi, e desta forma entrou nas tábuas genealógicas como "filho de Jeconias". Lucas escrevendo para os gentios dá a tábua genealógica de Jesus Cristo, como filho legal de José, segundo seu nascimento. Mas Mateus escrevendo para os judeus, dá a lista dos herdeiros ao trono.
Fraternalmente em Cristo.
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