segunda-feira, 4 de setembro de 2017

GENEALOGIA DE JESUS

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"Descrevendo a genealogia de Jesus, Mateus escreve que Davi gerou a Salomão (Mt 1.6) e Lucas escreve que Davi gerou a Nata: Lc 3.31. Há contradição entre as duas passagens? Como se explica isso?" São duas as correntes de interpretação mais aceitas entre os teólogos, mas a segunda nos apresenta mais detalhes probatórios. A primeira diz que Mateus dá a lista dos antepassados de Jesus como filho adotivo de José, enquanto Lucas apresenta a sua lista dos antepassados de Maria, a mãe de Jesus. Notemos alguns pontos que dão grande valor a tal suposição: É certo que Maria foi da linhagem de Davi: At 2.30; Rm 1.3. Lucas, para acentuar a humanidade de Cristo, relata detalhadamente muitos dos eventos na vida de sua mãe, do seu nascimento, de sua meninice. É natural, portanto, supor que Lucas, para cumprir seu propósito de acentuar a humanidade de Jesus, desse a sua genealogia segundo a carne. O nome de Maria não aparece na genealogia de Lucas porque, conforme o costume dos judeus de não incluir os nomes de mulheres nas genealogias, foi necessário usar o nome de seu marido, em vez do nome dela. Apesar de Lucas dizer que José foi o "filho de Heli", Lc 3.23. Essas idéias parecem muito plausíveis, contudo nenhuma está fora de dúvida. Não podemos ter a certeza de que em Lucas 3.23 "o filho de Heli" que dizer "o genro de Heli". A segunda corrente diz que as duas genealogias são, como consta, realmente de José, a descendência de Jesus, tanto em Lucas, como em Mateus, é considerada segundo o seu estado legal na família de José. O estado judicial de Jesus, como Filho de Davi, perante o mundo, dependia de sua genealogia como "filho de José". O único alvo de Mateus é o de demonstrar o direito legal de Jesus ao trono, enquanto o propósito de Lucas é o de dar a própria linha da qual José nascera. Examinando a genealogia de Mateus, observamos que a linha real de Judá rompeu-se em Jeconias. Pela boca de Jeremias, o Senhor ordenou que Jeconias fosse privado de filhos e que ninguém da sua semente se assentasse no trono de Davi, nem reinasse mais em Judá: Jr 22.30. Os homens depois de Jeconias desprovidos de filhos, são os herdeiros mais próximos, como também o são em 1 Crônicas 3.17. Olhando novamente para a lista em Mateus e Lucas ficamos certos desta conclusão. Os dois nomes que seguem, o de Jeconias, Salatiel e Zorobabel estão realmente transferidos da outra ge-nealogia (de Lucas), na qual consta que o pai de Salatiel foi realmente Neri, da família de Nata. Tornou-se certo, portanto, que Salatiel, da família de Nata, irmão de Salomão, tornou-se herdeiro do trono de Davi, quando falhou a linha de Salomão, na pessoa de Jeconias. Assim Salatiel e seus descendentes foram transferidos, como "filhos de Jeconias" para a tábua genealógica real, segundo a lei judaica. (Vede Nm 27.8-11.) Depois as duas genealogias coincidem por duas, ou melhor, por quatro gerações. Então aparecem seis nomes em Mateus que não se acham em Lucas. A seguir as duas listas concordam no nome de Nata (Mt 1.15; Lc 3.24) a quem são atribuídos dois filhos diferentes, Jacó e Heli; mas somente um é o mesmo neto e herdeiro, José, o marido de Maria, o reputado pai de Jesus, que se  chama o Cristo. A súmula do exposto é que tendo sido extinta a linha de Salomão em Jeconias,
que morreu sem descendência, tornou-se Salatiel, da casa de Nata, herdeiro do trono de Davi, e desta forma entrou nas tábuas genealógicas como "filho de Jeconias". Lucas escrevendo para os gentios dá a tábua genealógica de Jesus Cristo, como filho legal de José, segundo seu nascimento. Mas Mateus escrevendo para os judeus, dá a lista dos herdeiros ao trono.

Fraternalmente em Cristo.

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