quarta-feira, 25 de julho de 2018

Atos dos Apóstolos


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Introdução:
O livro de Atos dos apóstolos, o quinto livro do Novo Testamento, apresenta um relato importantíssimo sobre o nascimento da Igreja. Atos é um relato histórico, ocorrido em várias religiões do mundo bíblico do I século, nas terras da Palestina, percorrendo a Ásia Menor, Macedônia e regiões circunvizinhas, e terminando em Roma, a capital do Império Romano.
Dizem alguns estudiosos que é um livro que tem começo, mas não tem fim, pois aborda o inicio da expansão da evangelização através Igreja, mas seu desenrolar continua até os dias de hoje e terá sua consumação quando Cristo vier buscar a Sua Igreja.
Atos é a segunda parte dos Escritos de Lucas. No primeiro, que é o Evangelho que leva o seu nome, ele registrou as obras e ensinamentos de Jesus. No segundo, a ação do Espírito Santo sobre os apóstolos e a novel Igreja (At 1:1-2).
O livro de Atos no Novo Testamento ocupa uma posição singular. É o único que tenta apresentar uma narrativa histórica dos tempos imediatamente seguinte à ascensão de Cristo. Esse livro é o segundo volume de uma obra de dois volumes de Lucas. A informação encontrada em Atos não se encontra em nenhum outro livro do Novo Testamento. Alguma informação pode ser compreendida das epístolas, acerca da Igreja; mas, é somente quando colocamos essas epístolas dentro da estrutura de Atos que podemos reconstruir, até certo ponto, a história da Igreja que surgia. Muita coisa do Novo Testamento só pode ser entendida quando vista a luz do cenário histórico visto no livro de Atos. Sem este livro, não teríamos quase nenhum registro dos acontecimentos ligados à expansão do cristianismo após a ressurreição e ascensão de Jesus.
O livro de Atos dos apóstolos forma uma ponte entre os Evangelhos e as Epístolas; o Evangelho prevê a Igreja, e as Epístolas pressupõem a Igreja. O livro de Atos foi escrito para descrever o surgimento e desenvolvimento da Igreja.
Data: Cerca de 62 d.C. ou 63 d.C., possivelmente enquanto Paulo estava preso em Cesária (24:27).
Tema: A obra do Espírito Santo na história terrena do Cristianismo.
Palavra-Chave: Jesus, Espirito, ressurreição, apóstolo, Igreja.
AUTOR:  Diferentemente das epístolas de Paulo, Atos não mencionam seu autor. O emprego do pronome pessoal "eu", na frase inicial (“Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo”), é evidência de que os primeiros destinatários sabiam de quem partia o livro. A partir de segundo século em diante seu autor tem sido identificado com Lucas; de quem pouco se sabe a respeito. É mencionado seu nome só três vezes no Novo Testamento. Diz-se que ele era natural de Antioquia, outros afirmam ser ele de Filipos. Homem de cultura e erudição científica, versado nos clássicos hebraicos e gregos. É possível que tivesse estudado na Universidade de Atenas.
É importante enfatizar que o livro de Atos não menciona especificamente seu autor, mas muitos apontam para Lucas, “o medico amado” (Cl 4.14). O autor é o mesmo que escreveu o terceiro evangelho (Lc 1.1-2). Era muito próximo de Paulo.  A sua presença em alguns dos acontecimentos por ele historiados, é indicada de modo velado mediante  a transição da terceira pessoa para a primeira pessoa do plural em sua narrativa; em três oportunidades em que aparece o "nós" no livro de Atos são 16:10-17; 20:5-21:18; 27:1-28:16.  O redator era um homem culto, conforme mostrado por seu estilo literário, ele tinha uma perspectiva universal; e demonstrava interesse por assuntos médicos. Além disso, a tradição da Igreja declara constantemente que Lucas é o autor de Atos.

PROPÓSITO:  Esta obra foi levada a efeito a fim de que certo Teófilo (Que significa: “quem ama a Deus”, que para alguns estudiosos seria representação de todos os cristãos), mas para a maioria Teófilo era distinto cidadão romano, talvez da Grécia, pudesse contar com um relato consecutivo e digno de confiança sobre o levantamento e progresso do Cristianismo, assunto sobre o qual ele já possuía certa informação. Nada se sabe dele, a não ser que dois dos mais importantes livros do Novo Testamento lhe foram dedicados.
Nesta narrativa o tema dominante do livro é a atividade do Espírito Santo. Bem que o livro poderia ser chamado de  "Atos do Espírito Santo", pois é  o Espírito que controla em todos os lugares o progresso do Evangelho; ele guia os movimentos dos pregadores, como por exemplo, Filipe (8:29, 39);  Pedro (10:19 e ss); Ele orienta a Igreja de Antioquia a enviar Barnabé e Saulo para o serviço mais externo para o qual Ele mesmo os chamou (13:2); Ele fala por meio de profetas (11:28; 20:23; 21:4,11);  Ele é que antes de mais ninguém nomeia os anciãos de uma igreja para que cuidem dela espiritualmente (20:28); Ele é a principal testemunha sobre a verdade do Evangelho (5:32).
As manifestações sobrenaturais que acompanham a propagação do Evangelho significam não só a atividade do Espírito, mas também a inauguração de uma nova era na qual Jesus reina como Senhor e Messias.
A cronologia do livro não é exata, pois não há dados bastantes, porém o seguinte pode ser considerado como um esquema provável de datas, mais ou menos correto, com margem de erro de dois ou três anos.
A fundação da Igreja em Jerusalém, 30 ou 33 d.C.
O apedrejamento de Estêvão e dispersão da Igreja, 31 ou  33 d.C.
A conversão de Saulo, 32 ou 35 d.C.
A primeira visita de Paulo a Jerusalém depois da conversão, 34 ou 35 d.C.
A conversão de Cornélio, entre 35 e 40 d.C.
A fundação da Igreja gentílica em Antioquia, 43 d.C.
A segunda visita de Paulo a Jerusalém, 44 d.C.
O Concílio de Jerusalém, 48 ou 50 d.C.
A segunda viagem missionária de Paulo, Grécia, 48-51 ou 50-53 d.C.
A terceira viagem missionária de Paulo, Éfeso, 53 ou 54-57 d.C.
Paulo chega a Éfeso, 54 d.C.
Paulo deixa Éfeso, junho, (I  Co 16:8 ), 57 d.C.
Paulo na Macedônia, verão e outono, (I Co 16:5-8), 57 d.C.
Paulo em Corinto, três meses,  (At 20;2-3 ), inverno, 57-58 d.C.
Paulo deixa Filipos, abril, (At 20:6 ), 58 d.C.
Paulo chega em Jerusalém, junho, (At 20:16 ), 58 ou 59 d.C.
Paulo em Cesaréia, verão, 58 ou 59 d.C. ao outono 60 ou 61 d.C.
Viagem de Paulo a Roma, inverno 60-61 ou 61-62 d.C.
Paulo em Roma 61-63 ou 62-64 d.C.

Há neste livro o trabalho influente de dois apóstolos que foi fundamental para a propagação do Cristianismo além dos limites de Jerusalém (1:8). Um deles com a incumbência de testemunhar aos judeus, o outro aos gentios. São eles respectivamente Pedro e Paulo. O primeiro em apenas dois discursos conseguiu atrair milhares de seguidores para a nova fé que se inaugurava. O outro, não encontrou empecilhos para sair em viagens missionárias, testificando, ensinando e pregando o Evangelho de Cristo ressuscitado.
O primeiro discurso de Pedro teve lugar no dia de Pentecostes. O ato espantoso dos apóstolos falando, sob a influência das línguas de fogo, nas línguas de todas as nações presentes em Jerusalém, isto, segundo a explicação de Pedro vs. 15-21, era o cumprimento da profecia registrada em Jl 2:28-32. O que aconteceu naquele dia não foi o cumprimento total e final daquela profecia, aquilo foi apenas o começo de uma era grandiosa e notável que foi iniciada, a profecia certamente aponta para todo o seu cumprimento em nossos dias.
No dia de Pentecostes, o som como de vento impetuoso reuniu as multidões atônitas. Isto deu para Pedro um vasto auditório para sua primeira proclamação pública do Evangelho. Parece que em seu segundo sermão algum tempo já se passara; as multidões da época de Pentecostes já voltaram para a casa. O povo já estava mais calmo. Os apóstolos estavam ocupados em instruir os crentes e em operar milagres, (2:42-47). E agora, um milagre notável, a cura de um coxo, bem à porta do Templo, um caso conhecido à cidade inteira, mais uma vez emocionou à cidade. E perante a multidão assombrada, Pedro atribuiu a cura ao poder de Cristo ressuscitado. E isto fez o número de crentes chegarem a atingir cinco mil homens (4:4), enquanto pregava mais uma vez a história do Evangelho.
Vemos a seguir o ministério de Saulo tornar-se evidente. Parte ele juntamente com Barnabé da Igreja de Antioquia, primeiro centro do cristianismo gentílico, de onde empreendeu a evangelização do império romano. Saulo já tinha se tornado cristão ha uns 12 ou 14 anos passados, e se tornara um líder da Igreja de Antioquia. Já chegara a hora da sua saída missionária, para levar o nome de Cristo para as partes mais longínquas do mundo gentílico, (22:21).
Traçaremos a seguir o roteiro desta primeira viagem de caráter missionário empreendida por Paulo.
Chipre - 13:4-12 - a viagem teria sido mais direta por terra, mas preferiu ele velejar ao norte para chegar no centro da Ásia Menor. Aí se converteu o governador romano, Sérgio Paulo, vendo o milagre operado através de Saulo. Saulo é daqui por diante chamado Paulo, (v. 9). A forma hebraica do seu nome era Saulo, Paulo era a forma romana.
Antioquia da Pisídia - 13:13-52 - veio logo a seguir. Ali alguns judeus creram, igualmente muitos gentios vs. 43, 48, 49. Mas os judeus que não tinham crido, levantaram uma perseguição, e expulsaram Paulo e Barnabé da cidade.
Icônio - 14:1-6 - situava-se a uns 160 Km a leste de Antioquia da Pisídia. Aí ficou "muito tempo" v. 3. Operou sinais e prodígios. Grande multidão de judeus e gentios creu. Paulo veio a ser assunto de discussão na cidade. Seus inimigos conspiraram para apedrejá-lo e ele fugiu para Listra, uns 32 Km ao sul.
Listra - 14:6-20 - aí a cura de um coxo muito impressionou a cidade. Aclamaram Paulo e Barnabé como deuses, porém mudaram de idéia e os apedrejaram. Listra era a cidade de Timóteo, (16:1). Talvez este presenciasse a ocorrência, II Tm 3:11.
Derbe - 14:20,21 - expulso de Listra, Paulo dirigiu-se a Derbe, 48 Km a sudeste, onde fez muitos discípulos. Depois, com a sua costumeira coragem, voltou a Listra, Icônio e Antioquia para animar os discípulos.
Em seguida, após passar por algumas outras cidades, retornaram à Antioquia onde tinham sido recomendados (14:26).
Aproximadamente dois anos após o início da primeira viagem sentiu Paulo o desejo de visitar as igrejas que havia iniciado em sua primeira viagem (15:36). Partiu então, para a sua segunda viagem missionária, tendo como companheiro Silas (15:40), que como Paulo era judeu e cidadão romano, (16:21, 37). Silas é também chamado de Silvano; era companheiro de Paulo quando as epístolas aos tessalonicenses foram escritas, I Ts 1:1; II Ts 1:1. Levou também a primeira carta de Pedro aos seus leitores, I Pe 5:12. A seguir damos os passos desta segunda missão desenvolvida por Paulo e Silas.
Listra - 16:1-6 - em Listra, Paulo encontra Timóteo e tanto se agrada deste que o leva consigo. Timóteo tornou-se seu companheiro constante depois disso.
Trôade - 16:8-10 - Trôade estava perto da velha Tróia. Lucas como indica pela mudança da pessoa, "ele" para "nós" v. 10 viera acompanhar o grupo.
Filipos - 16:11-40 - a primeira convertida foi Lidia, negociante vinda de Tiatira. Filipos foi a primeira igreja iniciada por Paulo na Europa, uma das mais fiéis da qual recebeu ajuda financeira como gratidão pelo seu trabalho.
Tessalônica - 17:1-9 - era a maior cidade da Macedônia, 160 Km a oeste de Filipos. Aí muita gente se converteu, e seu inimigos o acusaram de "transtornar o mundo", o que não foi pequeno elogio à magnitude de sua obra.
Beréia - 17:10-14 - situava-se a 80 Km a oeste de Tessalônica. Declara-se dos bereanos que estudavam as Escrituras com muita receptividade. Aí Paulo alcançou bom êxito.
Atenas - 17:15-34 - aqui, Paulo teve a mais fria recepção. Cidade de Péricles, Sócrates, Platão, Demóstenes, durante mil anos de 500 a . C . a 500 d . C . foi o centro de filosofia, ciências e arte. Sede da maior universidade do mundo. Lugar de encontro das classes cultas do mundo; todavia estava entregue à idolatria. O discurso de Paulo no Areópago é uma das obras primas de oratória de todos os tempos, e revela sua competência no pensamento grego. Entretanto, os atenienses escarneceram da ressurreição, embora alguns cressem!
Corinto - 18:1-18 - uma das principais cidades do império romano. Aí Paulo ficou ano e meio e estabeleceu uma grande igreja, vs. 10,11.
Lemos nos capítulos 19 e 20 sobre a terceira e última viagem missionária de Paulo entre os anos 54 - 57 d. C. Finalmente, ele chegou até Éfeso, cidade que almejava visitar nas duas viagens anteriores, sem contudo poder realizá-la. Éfeso com 225.000 habitantes era a metrópole da Ásia. Era importante e magnificente, sede do culto à Diana, cujo templo era considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo. Seu culto era impuro e vergonhoso, perpétuo festival de vício. Aí Paulo realizou o trabalho mais maravilhoso de toda sua vida. Vasta multidão de adoradores de Diana tornou-se cristã. Muitas igrejas foram fundadas ao seu redor, e ela tornou-se rapidamente o principal centro do mundo cristão. Aí residiu o apóstolo João em sua velhice. Oito livros do Novo Testamento foram aí escritos;  o evangelho de João e suas três epístolas, I Coríntios, I e II Timóteo, e o Apocalipse, provavelmente também I e II Pedro e Judas.
Em Éfeso durante três meses, Paulo ensinou na sinagoga (19:8). Depois por dois anos na escola de Tirano, v. 9, diariamente. De uma pequena saleta, Paulo abalou  uma poderosa cidade até os alicerces. Ali operou ele milagres, que uma numerosa multidão foi curada mediante lenços que tocavam o corpo do apóstolo (19:12). Foi em Éfeso também, que um grande número de mágicos se converteu, e fizeram um fogueira dos seus livros, cujo valor subiu a oito mil dólares.
Deixou o apóstolo, a cidade de Éfeso em junho (16:8), e saiu de Filipos em abril seguinte (20:6), passando quase um ano na Grécia, três meses na Acaia vs. 2-3, e o resto na Macedônia.
Quatro grandes epístolas foram produzidas neste período. I Coríntios, antes de deixar Éfeso; II Coríntios, quando na Macedônia, Gálatas mais ou menos ao mesmo tempo; e Romanos quando estava em Corinto.
Em Trôade, vs. 7-12 sete ou oito anos antes tivera a visão que o levou à Macedônia. Foi aqui depois de um longo discurso, que durou quase toda a noite, que um jovem adormeceu vindo a cair da janela de onde ouvia o apóstolo, e foi miraculosamente ressuscitado por ele
No capítulo 20:17-38 Paulo finalmente se despede dos anciãos de Éfeso com palavras de grande ternura.
Este foi o final do período das três viagens missionárias, num total de uns 12 anos, entre 46 e 59 d.C. Poderosos centros cristãos tinham sido implantados em quase cada cidade da Ásia Menor e da Grécia, no coração do mundo civilizado de então.
Fraternalmente em Cristo.

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