“Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo
pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas
vivificado pelo Espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em
prisão que há muito tempo foram rebeldes, quando Deus esperava
pacientemente nos dias de Noé, enquanto a arca era construída. Nela apenas
algumas pessoas, a saber, oito, foram salvas por meio da água,” ( 1
Pedro 3.18-20).
Alguns estudiosos desse
texto bíblico comentam que a pregação aos “espíritos em prisão”, como uma pregação de Cristo, após a Sua morte e antes de Sua
ressurreição, aos espíritos dos antediluvianos. É uma explicação que contraria princípios
da Palavra de Deus. Se Cristo pregou a essas pessoas e estas se arrepende, então
haveria salvação após a morte, portanto, não haveria a necessidade do "IDE". Outros chegam a propor que Cristo foi pregar,
após Sua ressurreição, aos anjos caídos que haviam sido desobedientes nos dias
de Noé. Diante de tal afirmação vem o seguinte pensamento: por que pregar aos
anjos caídos, sabendo que este não tem direito a salvação? Pelo que diz em
Judas 6: “E aos anjos que não
guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na
escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia;”
É importante
mencionar que os versículos 18-20 tem sido de longa data, de difícil interpretação
para os expositores da Bíblia. A primeira é que Cristo, depois da sua morte e
ressurreição (v 18), foi aos anjos aprisionados que pecaram nos dias de Noé (v
20; 2 Pe 2. 4,5) e proclamou a sua vitória sobre Satanás (v 22); A segunda posição
é que Cristo, pelo Espirito Santo, proclamou através da pregação de Noé (2 Pe
2.5), uma mensagem de advertência àquela geração desobediente, que possivelmente
está agora no Hades esperando o juízo final. Esta interpretação condiz melhor com o contexto
bíblico, aludindo ao povo desobediente e perdido dos dias de Noé. Esta
interpretação estaria em harmonia com a declaração de Pedro, que o Espírito de
Cristo falou em tempos passados através dos profetas (2 Pe 1.20,21). Alguns entendem que nem este texto, nem I
Pedro 4.6, ensina que os perdidos terão uma segunda oportunidade de salvação
depois da morte. Depois da morte vem juízo (Hb 9.27) e com ele o destino eterno
da pessoa, sem qualquer mudança no seu estado (Lc 16.26).
Diante disso, enfatizamos
que a pregação de Cristo aos antediluvianos foi efetivada através de Noé
“divinamente instruído” por Deus (Hb 11.7) e qualificado pelo próprio apóstolo
Pedro como “pregador da justiça” para as pessoas de seu tempo (II Pe 2.5).
Pedro enfatiza, então, à memoria a analogia de Cristo entre os “dias de
Noé” e os últimos dias (Mt 24.37-39). Assim como Noé e sua família foram salvos
da morte e do dilúvio pela arca (I Pe 3.20), os que se arrependem dos seus
pecados são salvos através de Cristo (1 Pe 3.21; Rm 6.4-14).
Fraternalmente em Cristo.
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