É de conhecimento que o ministro do evangelho, seja ele,
evangelista, missionário ou pastor costumam se preocupar com a labuta
ministerial, principalmente os pastores que tem contato direto com suas ovelhas
e a administração da Igreja; pesquisas têm indicado que mais da metade dos
pastores já enfrentaram crises de depressão, ansiedade e esgotamento ao longo
de sua carreira ministerial.
Especialistas afirmam
que o mal do século é as doenças da alma como: estresse, depressão e síndrome
do pânico, tem acarretado insônia, transtorno alimentares, problemas no
coração, doenças de pele, envelhecimento precoce.
Em 2013, uma pesquisa
realizada pelo Clergy Initiative, constatou que o ministério pastoral é uma das
ocupações mais tensas que existe na sociedade moderna, com o índice de pessoas
com depressão sendo muito maior do que de outras áreas. O levantamento, feito
com 1726 pastores, mostrou que 8,7% dos entrevistados haviam sido
diagnosticados com depressão, e 11,1% com ansiedade. Em comparação, nos EUA –
onde a pesquisa foi realizada – média de profissionais com essas disfunções é
de “apenas” 5,5%.
Outro estudo, realizado
em novembro de 2017 com cerca de 1700 pastores, constatou que 54% deles já
sofreram algum tipo de exaustão, seja mental ou emocional. Além disso, 45% dos
entrevistados afirmaram que em algumas circunstâncias sentem-se inadequados. Já
em 2019 a pesquisa que foi publicada pela Guia-me
com informações de Chistian Today que 48% dos ministros afirmam sentir-se
desgastados pelo ministério.
A ideia de pastores com
problemas emocionais se choca com a imagem que, nós, servos de Deus, temos dos
pastores. Muitos esquecem que os ministros são pessoas com inteligência e
sentimentos. Todos somos simples vasos de barro, vulneráveis, frágil, tanto
físicas quanto emocionais.
O que precisamos trazer
em questão é o que de fato tem levado muitos dos pastores a viverem tais
problemas emocionais. É bem verdade que as causas emocionais podem vir do
ressentimento, mágoa, ira, frustrações e etc. Entretanto, é possível que o
crescente “ativismo eclesiástico” possa ter mexido com a rotina simples que os
pastores antes viviam, e que, nos dias atuais com o crescimento de ministérios,
a exigência do preparo do ministro e atividades extras que foram enxertados de
alguma forma modificou o cenário eclesiástico, e consequentemente afligido
assim, o ministro.
Na Bíblia encontramos a
história do profeta Elias. Em certo momento o vemos cheio de vigor e coragem.
Noutro, o vemos cheio de incerteza, aflito e com medo (1 Rs 19.1-17). O Pastor
Eurico Bergtén escreveu que “Elias sofreu um esvaziamento de poder”. Por tanto, a narrativa sobre o profeta Elias
nos mostra que, os homens de Deus, também podem ter experiências frustrantes, e
passar por momentos difíceis, em sua caminhada ministerial. Aprendemos que a despeito
de nossa história de fidelidade ao Senhor e ao ministério, todos estão sujeitos
em algum momento não termos respostas que desejaríamos e até não sermos
respondidos por Deus todas as vezes que oramos. Pois, aprendemos que o silêncio
de Deus é sua melhor resposta às nossas indagações. Com a vida de Elias,
aprendemos que Deus permiti em algum momento sermos confrontados, mostrando
como somos tão facilmente afligido pela labuta diária, como vaso de barro
quebrado ao chão, mas que Deus pelo seu poder, pode nos reconstruir. Vemos que, às vezes, qualquer um de nós pode
ser esmagado em suas emoções tal como se aperta
a “uva no lagar”, porém Deus produz um bom vinho com tais experiências.
Então, com essas experiências, O Eterno nos ensina a lidar e administrar as
circunstâncias adversas da nossa vida ministerial.
Entendemos que a ajuda
de profissionais e especialistas na área são importante para qualquer pessoa
que esteja sofrendo com este tipo de doença. Mas, a melhor maneira de evitar os
males emocionais é encher-se do Espírito Santo, e ocupar a mente com
pensamentos fundamentados na Palavra de Deus, ter um bom relacionamento
familiar, tirar um momento para viajar, tenha ao seu lado pessoas amigas,
distribua bem as tarefas da sua Igreja e acima de tudo descanse em Deus (Sl
37.7).
Fraternalmente em Cristo.
JOSUÉ DE ASEVEDO SOARES.
Gostei muito do artigo, falou uma realidade do obreiro nos diais atuais. Parabéns professor Josué. Deus abençoe sempre.
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