INTRODUÇÃO
Ética é importante para o aperfeiçoamento dos
nossos relacionamentos e conduta na sociedade. Entretanto, a Ética Cristã
difere da secular. Enquanto Ética se fundamenta em valores materialistas e
relativistas, Ética cristã tem como eixo a Palavra de Deus, a revelação divina
imutável. Assim, como vivemos em um tempo onde os conceitos pós-modernos
relativizam as doutrinas cristãs, é relevante identificarmos os principais
fundamentos da Ética Cristã a fim de aperfeiçoar nossa vida de comunhão com
Deus e testemunho cristão à sociedade (Mt 5.13,14). O cristão, portanto, deve
primar por um viver pleno de virtudes e valores morais. Ele deve deixar-se envolver
por completo de predicados que venham sempre glorificar o Evangelho.
l – O CONCEITO DE ÉTICA CRISTÃ
- Definição Geral.
A palavra “ética” possui
origem no vocábulo grego ethos, que significa “costumes” ou
“hábitos”. No latim, o termo usado se corresponde a mós (moral),
no sentido de “normas” ou “regras”. Devido à proximidade linguística desses
termos, muitas vezes eles são usados como sinônimos. Contudo, devemos
defini-los separadamente.
- Ética e Moral.
Enquanto ciência, a
ética pode ser entendida como a área da filosofia que investiga os fundamentos
da moral adotada por uma sociedade. Por conseguinte, a moral refere-se ao
comportamento social em relação às regras estabelecidas. Essas regras podem
variar de uma cultura para outra, podendo sofrer variadas e sistemáticas
alterações. Tudo dependerá da referência de autoridade que serve de fundamento
para os padrões de conduta social.
- Ética
Cristã.
Tem como objetivo
indicar a conduta ideal para a retidão do comportamento cristão. O fundamento
moral da Ética Cristã são as Escrituras Sagradas. Por isso, sua natureza não se
altera nem se relativiza. Desse modo, a Ética Cristã não se desassocia da moral
e dos bons costumes derivados das doutrinas bíblicas.
- Princípios da Ética Cristã.
O Deus Trino é santo e
imutável. Ele se revelou nas Sagradas Escrituras, e por isso, a Bíblia é
plenamente inspirada por Deus. Nesse aspecto, os princípios ético-cristãos que
derivam das Escrituras são imutáveis e divinos. Esses princípios têm aplicação adequada
para todas as épocas e culturas, pois são universais. Assim, os padrões
ético-cristãos não podem ser relativizados: “o céu e a terra passarão, mas as
minhas palavras não hão de passar” (Mt 24.35). A ética cristã tem muito a ver a
conduta do crente, o cultivo de bons costumes e que o cristão é um ser social
como qualquer outra criatura humana.
ÉTICA |
MORAL |
1. A ética trata
a respeito das virtudes e dos valores que devemos cultivar ao longo da vida. |
1. A moral trata-se
das virtudes e valores propriamente ditos que constitui o espírito humano. |
2. A ética diz
respeito à consciência de obrigações morais. |
2. A moral é
o conjunto de regras e princípios instituídos na consciência da pessoa. |
3. A ética nos
conduz a caminhos que devemos percorrer para agirmos com correção nos
problemas morais práticos. |
3. A moral se
manifesta na ação concreta de uma pessoa. |
II – FUNDAMENTOS
DA ÉTICA CRISTÃ
A ética que brota das
Sagradas Escrituras é afundamento da moral de todo seguidor de Jesus. Por isso
ela é cristã. Neste tópico, veremos as principais seções bíblicas,
tanto do Antigo quanto do Novo Testamento – embora seja impossível mencionarmos
o ensino integral da Bíblia sobre o assunto -, que norteiam o senso ético de
todo cristão: o Decálogo, os Profetas, os Evangelhos, o Sermão do Monte, as
Epístolas Paulinas e Gerais.
- O Decálogo.
Os Dez Mandamentos são
preceitos éticos que fazem parte da lei moral de Deus (Êx 20.1-17). Os quatro
primeiros tratam da relação do homem para com o Criador: adoração exclusiva,
condenação à idolatria, alerta acerca do uso vão de seu santo nome e a
sacralidade do tempo (Êx 20.1-11). Os seis últimos mandamentos referem-se à
relação do homem com o próximo: honra aos pais, zelo pela integridade da vida,
repúdio ao adultério, proibição ao furto, a mentira e a cobiça (Êx 20.12-17).
Jesus ensinou que os dez mandamentos resumem-se nestes dois: amar a Deus e amar
o próximo (Mt 22.37-39).
- Os profetas.
A mensagem dos profetas
do Antigo Testamento tem uma imensa influência ética para os seguidores de
Jesus, abarcando as esferas morais (Jr 17.1-11; Ml 1.6-14; 2.10-16), sociais
(Is 58; Mq 2.1-5) e espirituais (Jr 31.31,32; Jl 2.28-32).
- Os Evangelhos.
Evangelho são as boas
novas de Cristo (Mt 9.35). A mensagem registrada pelos evangelistas contém
apelo ao arrependimento, renúncia ao pecado, oferta de perdão, esperança de
salvação e santidade de vida (Mt 3.2, Lc 1.77, 9.62). Os seguidores de Cristo
são convocados a viverem as doutrinas do Evangelho e a adotarem a ética e a
moral do Reino de Deus como estilo de vida (Mc 10.42-45).
- O Sermão do Monte.
Este sermão contém
princípios do mais alto ideal moral. Nele são reveladas a ética e a moral do
Reino de Deus em questões como: a ira, o adultério, o divórcio, o juramento, a
vingança e o amor (Mt 5.22,28,32,37,39,44); também aborda a esmola, a oração e
os jejuns (Mt 6.1,5,16); passando pela questão do prejulgamento, dos falsos
profetas e dos alicerces espirituais (Mt 7.1,15,24-27).
O Sermão do Monte está
para os cristãos como o Decálogo está para os judeus. Por isso, nosso Senhor
convida a seus seguidores que priorizem o Reino de Deus e a sua justiça (Mt
6.33).
- As Epístolas Paulinas e Gerais.
As Epístolas Paulinas,
bem como as gerais, trazem ensinamentos aprofundados sobre a nossa relação com
Deus (Rm 12.1,2; Hb 13.7-17), com o Estado (Rm 13.1-7; l Pé 2.11-17), com o
próximo (Rm 13.8-10; 14.1-12; l Jo 3.11-24), a injustiça social (Tg 2.1-13;
5.1-6), a questão da sexualidade cristã e do casamento (l Co 6.12-20; 1Co
7.10-24).
A Ética Cristã está fundamentada nas
Sagradas Escrituras, onde o Decálogo, a Mensagem dos Profetas, os Evangelhos, o
Sermão do Monte, as Epístolas Paulinas e Gerais merecem destaques.
Ill – CHAMADOS A VIVER
ETICAMENTE
Os israelitas foram
reprovados por não obedecerem a lei moral outorgada por Deus no deserto. Tal
registro foi feito para a nossa advertência, pois as Escrituras dizem acerca do
perigo de não vivermos o ideal ético do Reino (1Co 10.5).
- “Não cobiceis as coisas más.”
Paulo adverte a Igreja
em Corinto a não incorrer no pecado da cobiça (1Co 10.6). No deserto os
israelitas cobiçaram o que lhes fora proibido e, por isso, sentiram saudades do
Egito (Nm 11.4,5). Infelizmente, ainda hoje, pseudocristãos cobiçam os prazeres
do mundo. Assim, preferem o hedonismo e a escravidão do pecado a cumprirem a
lei moral do Pai.
- “Não vos torneis idólatras.”
O apóstolo exorta acerca
do perigo da idolatria (1Co 10.7). Enquanto Moisés recebia as tábuas da Lei (Êx
31.18), os israelitas se corrompiam adorando um bezerro de ouro (Êx 32.1-6). O
ato de idolatria não consiste apenas na adoração de uma imagem. Falsos cristãos
desprovidos da ética das Escrituras adoram o dinheiro e os bens materiais. A
Bíblia chama esse pecado de idolatria (Cl 3.5).
- “Não nos prostituamos.”
À luz da história dos
israelitas, o apóstolo alerta acerca da maldição provocada pela prostituição
(1Co 10.8). A imoralidade encabeça a lista das obras da carne: “prostituição,
impureza, lascívia” (Gl 5.19). Muitos, em nome da “graça barata”, justificam a
imoralidade e a sensualidade em suas vidas. A Palavra nos ensina que é preciso
conservar o nosso corpo irrepreensível (1Co 6.18,19; 1Ts 5.23).
A Ética Cristã é um chamado para vivermos
um estilo de vida segundo as virtudes do Reino de Deus. A Bíblia Sagrada é o
fundamento para o viver ético-moral dos cristãos. É a única regra infalível de
fé e de conduta para a Igreja (2 Tm 3.16). Portanto, em tempos de ataques
ideológicos contra a cultura judaico-cristã, a Igreja não deve furtar-se de ser
o “sal da terra” e a “luz do mundo” em pleno século XXI (Mt 5.13,14).
FRATERNALMENTE EM CRISTO.
Benção de Deus.
ResponderExcluirDeus abençoe sempre!
ResponderExcluirBenção!
ResponderExcluir