"SUCEDEU QUE, ACABANDO DAVI DE FALAR COM SAUL, A ALMA DE JÔNATAS SE LIGOU COM A DE DAVI; E JÔNATAS O AMOU COMO À SUA PRÓPRIA ALMA (1 Sm 18.1).
Um dos nove livros da década de 70 que promove a teologia favorável ao
homossexualismo é Jonathan loved David (Jônatas amou a Davi),
escrito pelo pastor episcopal Tom Horner. O livro pretende dizer que entre
Jônatas (filho de Saul) e Davi (genro de Saul) havia uma relação homossexual.
É verdade que Jônatas amou a Davi. Está lá nas Escrituras Sagradas: “A alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou, como a própria alma” (1 Sm 18.1).
Se ligou. O verbo hebraico (niqsherah), melhor se expressaria por "aglutinar-se". A amizade padrão. 1)Nasceu espontânea e voluntariamente (18.1-3); 2) Permaneceu durante as perseguições (20.30-34,41; Pv 17.17); 3) continuou depois da morte (2 Sm 9.7,13). A amizade que nasceu entre Jonatas e Davi tornou-se proverbial
Não era só Jônatas que amava Davi. Saul também “o amou muito” (1 Sm 16.21). Mical, a irmã de Jônatas, “amava a Davi” (1 Sm 18.20).Também não era só a família de Saul que amava a Davi. A mesma Escritura afirma que “todo o Israel e Judá amavam a Davi” (1 Sm18.16). O jovem “era benquisto de todo o povo, e até dos próprios servos de Saul” (1 Sm 18.5).
Por que Davi era o amado de todo o mundo? Por causa de sua simpatia, da sua simplicidade, da sua coragem, do seu caráter, da sua “boa aparência” (1 Sm 16.12 e 18, 17.42) e por dedilhar tão bem a sua harpa (1 Sm 16.18). Davi gerava confiança nos outros, a tal ponto que “ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto e todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito” (1 Sm 22.2). Inicialmente eram 400 pessoas. Esse número elevou-se pouco depois para 600 homens (1 Sm 23.13, 27.2, 30.9).
Há uma coisa que aproxima Jônatas e Davi. Os dois amigos tinham uma fé simples no poder e na atuação de Deus. Eles eram iguais quanto a isso. Jônatas explicou ao seu escudeiro que “para o Senhor nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos” (1 Sm 14.6). Por essa razão, ele teve coragem para invadir, só com o escudeiro, uma guarnição dos filisteus e obter vitória. Igualmente Davi explicou a Saul que, se o Senhor o tinha livrado das garras do leão e das garras do urso, livrá-lo-ia também do gigante filisteu. Por essa razão, ele teve coragem para enfrentar Golias com apenas cinco pedrinhas lisas retiradas do ribeiro (1 Sm 17.34-40).
A dificuldade de Davi nunca foi homossexual. Sua poligamia (Mical, Abigail,
Ainoã, Maaca, Hagita, Abital,Eglá, Bate Seba e outras) e seu adultério com a
mulher de Urias mostram que a dificuldade do famoso salmista era heterossexual
(1 Sm 18.27, 25.42-43, 2 Sm 3.2-5,11.1-27).
A este respeito, escreve o rabino Henry I. Sobel, da Congregação Israelita
Paulista (1):
“O íntimo relacionamento entre Jônatas e Davi é visto na Bíblia como um modelo
de amizade. Em nenhum lugar das Escrituras se encontra referência a uma ligação
homossexual entre eles. O versículo normalmente citado para justificar o
homossexualismo é aquele em que Davi chora a morte de Jônatas, dizendo: ‘Teu
amor me era mais precioso que o amor das mulheres’ (2 Sm 1.26). É importante
observar, entretanto, que a palavra hebraica ahavá não significa apenas amor no
sentido conjugal/sexual, mas também no sentido paternal (‘Isaque gostava de
Esaú’, em Gn 25.28), no sentido de amizade ( ‘Saul afeiçoou-se a Davi’, em 1 Sm
16.21), no sentido de amor a Deus (‘Amarás o Senhor, teu Deus’, em Dt 6.5) e no
sentido de amor ao próximo (‘Amarás o próximo como a ti mesmo’, em Lv 19.18).
Em todos estes exemplos, o verbo usado na Torá (a Bíblia hebraica) é ahavá. É
por razão lingüística — e não por falso pudor — que a maioria das traduções
bíblicas cita 1 Samuel 1.26 ‘Tua amizade me era mais preciosa que o amor das
mulheres’.”
Fonte: Revista Oline Ultimato.
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