domingo, 25 de junho de 2017

EBEDE-MELEQUE, O ETÍOPE VALOROSO. Texto base: Jeremias 38.7-13. Cf: Jr 39.15-18



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INTRODUÇÃO


Ebede-Meleque surge no momento difícil da história de Israel. É importante mencionar que o Reino de Israel já não existia e o de Judá estava prestes a ser destruído. Em sua desobediência, o povo entregava-se à idolatria e ao pecado. Os principais do povo e os sacerdotes mentiam e espoliavam os pobres e os falsos profetas contradiziam as palavras de Jeremias. Embora tudo fizesse para que seus compatriotas voltassem a observar a Lei de Moisés, ele percebia que seus esforços eram nulos. Por causa de suas profecias, sofreu o profeta Jeremias escárnios injúrias.  Mas, nesta mensagem daremos ênfase como se deu o encontro entre o profeta e o etíope. Veremos ainda como Ebede-Meleque socorreu Jeremias, deixando uma lição de virtude e de grande valor,  preservando assim, a vida do profeta.

I.       A ORIGEM DE EBEDE-MELEQUE.

Acerca de Ebede-Meleque, pouco sabemos. Os capítulos 38 e 39 de Jeremias dão-nos poucas informações. Sabemos apenas que ele era eunuco e etíope. Apesar de escassez de informações. Ebede-Meleque destaca-se por sua coragem e piedade. Verdades que não podemos esquecer que Ebede-Melque: 1) Não era um hebreu; 2)Era apenas um serviçal do Rei Zedequias e 3) Tinha origem humilde.
1.      Etíope: Os etíopes são mencionados cerca de 21 vezes nas Sagradas Escrituras: 20 no Velho e uma no Novo testamento. Como nação, os etíopes posicionaram-se muitas  vezes contra o povo de Israel. Mas, individualmente, deixaram-nos importantes testemunhos. Ebede-Meleque é um dos etíopes mencionados pelo nome nas Sagradas Escrituras (Jr 38.7). Não se sabe quando ele chegou a Judá. Talvez tenha sido comprado pela corte real, pois o comércio de escravos era muito comum na antiguidade. Como se vê, a origem de Ebede-Meleque era humilde. Que importa? Deus usa as coisas que não são para confundir as que são (1 Co 1.27).
Ebede-Meleque deixou três grandes exemplos: 1) A coragem Jr 38.9; 2) A compaixão Jr 38.9b; e 3) A sabedoria e experiência Jr 38.11 que jamais será esquecido. Aprendemos que: a) Não importam as nossas origens; b) Não importa  tradição de nossa família. Para Deus, o que conta mesmo é a disposição com que nos colocamos ao seu serviço.
2.      Eunuco: Ebede-Meleque era eunuco (Jr 38.7). Isto é: um homem privado de sua virilidade. Segundo o próprio Cristo explicou, há três espécies de eunucos: 1) Os que já nascem assim, 2) Os que foram castrados pelos homens e 3) Os que se “castram” a si mesmos por causa do reino dos Céus (Mt 19.12). Embora a Bíblia não entre em detalhes é possível que se enquadrasse na segunda situação. Mas, de qualquer forma, sofria muitas restrições. Em primeiro lugar, não podia entrar no santuário de Deus (Dt 23.1). Caso fosse levita, ver-se-ia impedido de exercer o sacerdócio. Apesar de tudo, este virtuoso etíope temia a Deus e, naquele momento tão difícil dos hebreus, professava de forma abnegada sua confiança em Jesus.



II.    O MINISTÉRIO DE EBEDE-MELEQUE.

Em hebraico, Ebede-Meleque significa “servo do rei”. No texto bíblico,  depreendemos que o etíope era um fiel e dedicado servo de Deus. E só um dedicado e fiel servo de Deus que exercia com tanto esmero na corte real, onde as intrigas eram semeadas do raiar ao por-do-sol. Onde a injustiça campeava e a corrupção tornava-se tão comum. Onde o nome de Deus era profanado e a sua Lei, vilipendiada.
1.      Servo do rei: A Bíblia não diz quantos anos servia Ebede-Meleque ao infeliz Zedequias. Mas, levantando-se em conta a intimidade que o etíope desfrutava junto ao rei, podemos supor que ele se encontrava ao serviço da corte há muito tempo.  E neste oficio despojara-se de sua nacionalidade e de seu verdadeiro nome. Naquele tempo, costumavam os reis mudar os nomes de seus cativos para que fossem cortados todos laços o seu país de origem (Dn 1.6,7). Vezes sem conta, tentam os ímpios cortar os laços que nos prendem a Sião. Todavia, nossas almas estão presas ao solo das promissões da ditosa cidade. Lá, teremos um nome que tirano algum mudará.
2.      Servo de Deus: Ebede-Meleque mantinha sua fé em Deus apesar do péssimo testemunho da casa real e do desvio generalizado do povo hebreu. Sua fé era sólida. Enquanto os judeus prostravam-se diante dos falsos deuses, o valoroso etíope adorava o único e verdadeiro Senhor mostrando assim a sua virtude diante dos homens. Por isso, ele pode ser considerado, servo do Deus de Abraão. E foi como servidor do Deus Eterno  que se expôs e intercedeu pelo encarcerado do profeta Jeremias. Portanto, não nos esqueçamos de nossas responsabilidades. Antes de sermos dos homens, somos servos de Deus (Ef 6.5,6). E, agindo fielmente, receberemos nossos galardões.

III. EBEDE-MELEQUE SALVA A VIDA DE JEREMIAS

1.      A prisão de Jeremias: O profeta foi lançado no calabouço, porque suas palavras desagradaram à classe dominante. Enquanto os falsos profetas anunciavam paz e prosperidade, ele apregoava as palavras de Deus: “O que ficar nesta cidade morrerá à espada, à fome e de pestilência; mas o que for para os caldeus viverá; porque a sua lama lhe será por despojo, e viverá. Assim diz o Senhor: Esta cidade infalivelmente será entregue na mão do exército do rei de Babilônia, e ele a tomará” (Jr 38.2,3).
Com a anuência de Zedequias, que reinava, mas não tinha qualquer autoridade sobre seus súditos, os príncipes prenderam ao profeta “e o lançaram no calabouço de Malquias... mas no calabouço não havia água, senão lama, e atolou-se Jeremias na lama” (Jr 38.6).
2.      A intervenção de Ebede-Meleque: A notícia da prisão do profeta chegou aos ouvidos do eunuco etíope que, imediatamente, resolveu intervir para salvar-lhe a vida. Que Corajosa resolução! Leiamos Jr 38.7.
Em primeiro lugar, Ebede-Meleque expôs-se à sanha dos malfeitores. Ele estava cônscio de que a sua intervenção em favor do profeta poderia acarretar-lhe sérios problemas. Mas não temeu os riscos; sabia que estava agindo corretamente. E quantas vezes não nos acovardamos, temendo perder posições, empregos, e calamo-nos? Ebede-Meleque, em segundo lugar, usou de sua influência junto ao trono para promover o direito e minar a opressão. Como seria bom se o exemplo desteafricano fosse seguido com mais frequência em nossos dias?
3.      Ebede-Meleque salva a vida de Jeremias: Antes a exposição do eunuco, Zedequias resolveu ajudar ao profeta. Atendendo à solicitação de Ebede-Meleque, concedeu-lhe 30 homens para ajuda-lo a resgatar o profeta: “E tomou Ebede-Meleque os homens consigo, e foi à casa do rei, por debaixo da tesouraria, e tomou dali uns trapos velhos e rotos, e roupas velhas em bocados, e desceu-os a Jeremias no calabouço por meio de cordas... e puxaram a Jeremias com as cordas, e o tiraram do calabouço; e ficou Jeremias no átrio da guarda” (Jr 38.11-13). Assim, a vida de Jeremias foi preservada. Que o Senhor nos ajude a agir como Ebede-Meleque. Com coragem e determinação. Acaso Deus nos outorgou um espírito de covardia? De forma alguma! O nosso espírito é de fortaleza, de amor e de moderação (2 Tm 1.5).

IV. O GALARDÃO DE EBEDE-MELEQUE

Já prestes da destruição de Jerusalém, ordenou o Se a Jeremias que entregasse a seguinte mensagem a Ebede-Meleque: “Assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel; Eis que eu trarei as minhas palavras sobre esta cidade para mal e não para bem; e se cumprirão diante de ti naquele dia. A ti, porém, eu livrarei naquele dia, diz o Senhor, e não serás entregue na mão dos homens perante cuja face tu temes. Porque certamente te salvarei, e não cairás à espada, mas a tua alma terás por despojo; porquanto confiaste em mim, diz o Senhor” (Jr 39.16-18).
No ano 587 a.C., Nabucodonosor entrou em Judá, destruiu o santo templo e levou milhares de cativos à Babilônia. Houve mortes e destruição. Ebede-Meleque, no entanto, nada sofreu. O Senhor dos Exércitos preservou-lhe a vida.
Se andarmos segundo a vontade de Deus, nada sofreremos também. Portanto, vamos agir de acordo com a Palavra de Deus. No devido tempo, teremos o nosso galardão.

CONCLUSÃO

Aprendemos que devemos ser fiel a Deus e fazemos a obra do Eterno com temor, de modo algum ficaremos sem a nossa recompensa.


Comentário do Pastor Adilson Farias Soares.

Adaptado por Josué de Asevedo Soares.

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