É
verdade que vivemos um tempo do orgulho, do eu posso, do eu consigo e
parafraseando algo que a mídia vem utilizando “a força do querer”. Compreendemos que há coisas na vida que
precisamos criar certo otimismo até porque a “fé” é otimista. Mas, não quero me
prender a esta assunto, deixemos para outra ocasião. A questão aqui é termos de
fato consciência de que nada somos!
A
referência de Isaias 41.24a “Eis que sois menos do que nada e a
vossa obra é menos do que nada”. Faz referencia aqueles adoradores de imagem e seus ídolos. Pois, esta passagem é um
desafio aos ídolos em quem as nações confiavam, pois o profeta afirma que Jeová
é o único Deus. Israel deve ter confiança unicamente nele. Mas, podemos
compreender que o texto pode ser aplicado à obra sem valor para Deus, o
pensamento orgulhoso do homem em fazer o seu criador, tendo assim, enganando a
si mesmo. Porém, a primeira parte é forte porque diz “que o homem é menos que
nada”.
Lendo um dos muitos artigos do pastor Cícero
Sanches Zibordi me deparei com o seguinte registro: “Ora, se nada já é nada,
quanto seria menos do que nada? É o que somos quando pensamos ser alguma coisa!”
Essa expressão chamou a minha atenção e daremos ênfase sobre o que está
acontecendo com alguns que estão em certa posição na Igreja, mas precisam de
fato se conscientizar que “nada são”. A impressão que tenho é que esta afirmação
tem ficado no discurso. Não poucas vezes temos visto no meio evangélico muito
estrelismo, indiferença e competição nos diversos seguimentos.
Paulo
que parece ter lido o profeta Isaías verbera em uma das suas epístolas: “Pois,
se alguém se considera importante, não sendo nada, engana a si mesmo” (Gl 6.3).
Sei que alguns lendo esta passagem podem pensar: Mas se alguém se considera
importante, porque de fato é importante no que se refere a sua função como, por
exemplo, um médico na sua especialidade. Nesta passagem não é esse tipo de
importância que o texto parece tentar refletir. Mas, a compreensão de que a
humildade deve prevalecer e ser vivida, e colocada em prática na simplicidade do
evangelho, é uma orientação da Palavra de Deus.
Refletindo sobre Gálatas a partir do versículo
2 encontramos: “Levais as cargas pesadas uns dos outros e, assim, estareis
cumprindo a Lei de Cristo”. O versículo 3 já citado registra: “ Pois, se alguém se
considera importante, não sendo nada, engana a si mesmo”. E finaliza o
versículo 4: “Mas prove cada um o
seu trabalho, e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não no
outro”.
Shedd
enfatiza que não é bom comparar-se com outrem com o fim de gloriar-se nas suas
faltas. No julgamento cada um levará o seu próprio fardo, isto é julgado, com
respeito àquilo que ele mesmo fez (2 Co 5.10). E ainda observa que o v. 2
indica quais cargas podemos ajudar o nosso irmão a levar e o v. 5 está se
referindo ao fardo que não podemos compartilhar.
A
Bíblia Sagrada faz menção de Teudas e seus seguidores que se enveredaram pelo
caminho da soberba, ou seja, se achavam alguma coisa e tiveram um triste fim. Leia:
“Porquanto, há algum tempo surgiu Teudas, pregando ser alguém, e
aproximadamente quatrocentos homens se juntaram a ele. Todavia, ele foi morto e
todos os seus seguidores se dispersaram e acabaram em nada.” (Atos 5.36). O
escritor de Provérbios declara que uma pessoa ser sábia aos seus próprios olhos
perde muito e até o tolo ganhará muito mais. Pelo que diz: “Vês uma pessoa
sábia aos seus próprios olhos? Certamente há mais esperança para o tolo do que
para essa pessoa. (Pv 26.12). Paulo
escrevendo aos Coríntios 3.18 afirma: “Ninguém se iluda: se qualquer pessoa
entre vós se considera sábia de acordo com os padrões deste nosso tempo, então
é melhor tornar-se insensata para alcançar a sabedoria.” Mais adiante (2 Coríntios 8.2) está escrito:
“A pessoa que imagina conhecer alguma coisa, ainda não tem a sabedoria que
necessita”. E também em 2 Coríntios 12.11 versão King James Paulo diz: “Tornei-me
insensato porque vós me obrigastes a isso. De fato, eu devia ser recomendado
por vós, visto que em nada fui inferior aos “superapóstolos”, mesmo
considerando que eu nada seja.” Importante enfatizar que Paulo fez a escolha do
caminho da simplicidade e da humildade, pois entendia ser o melhor caminho
ensinado por Jesus, ou seja, um evangelho altruísta e verdadeiro.
Pedimos
ao Senhor que venha derramar sobre o seu povo a graça de sermos crentes humildes
e possamos falar como João Batista: “É necessário que Ele cresça e que eu
diminua.” (João 3.30).
Fraternalmente
em Cristo.
JOSUÉ DE ASEVEDO SOARES.
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