segunda-feira, 5 de junho de 2017

“EIS QUE SOIS MENOS DO QUE NADA E A VOSSA OBRA É MENOS DO QUE NADA”. (Isaías 41.24a)




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É verdade que vivemos um tempo do orgulho, do eu posso, do eu consigo e parafraseando algo que a mídia vem utilizando “a força do querer”.  Compreendemos que há coisas na vida que precisamos criar certo otimismo até porque a “fé” é otimista. Mas, não quero me prender a esta assunto, deixemos para outra ocasião. A questão aqui é termos de fato consciência de que nada somos!
A referência de Isaias 41.24a “Eis que sois menos do que nada e a vossa obra é menos do que nada”. Faz referencia aqueles adoradores de imagem e seus ídolos. Pois,  esta passagem é um desafio aos ídolos em quem as nações confiavam, pois o profeta afirma que Jeová é o único Deus. Israel deve ter confiança unicamente nele. Mas, podemos compreender que o texto pode ser aplicado à obra sem valor para Deus, o pensamento orgulhoso do homem em fazer o seu criador, tendo assim, enganando a si mesmo. Porém, a primeira parte é forte porque diz “que o homem é menos que nada”.
 Lendo um dos muitos artigos do pastor Cícero Sanches Zibordi me deparei com o seguinte registro: “Ora, se nada já é nada, quanto seria menos do que nada? É o que somos quando pensamos ser alguma coisa!” Essa expressão chamou a minha atenção e daremos ênfase sobre o que está acontecendo com alguns que estão em certa posição na Igreja, mas precisam de fato se conscientizar que “nada são”. A impressão que tenho é que esta afirmação tem ficado no discurso. Não poucas vezes temos visto no meio evangélico muito estrelismo, indiferença e competição nos diversos seguimentos.
Paulo que parece ter lido o profeta Isaías verbera em uma das suas epístolas: “Pois, se alguém se considera importante, não sendo nada, engana a si mesmo” (Gl 6.3). Sei que alguns lendo esta passagem podem pensar: Mas se alguém se considera importante, porque de fato é importante no que se refere a sua função como, por exemplo, um médico na sua especialidade. Nesta passagem não é esse tipo de importância que o texto parece tentar refletir. Mas, a compreensão de que a humildade deve prevalecer e ser vivida, e colocada em prática na simplicidade do evangelho, é uma orientação da Palavra de Deus.
 Refletindo sobre Gálatas a partir do versículo 2 encontramos: “Levais as cargas pesadas uns dos outros e, assim, estareis cumprindo a Lei de Cristo”. O versículo 3 já citado registra:  Pois, se alguém se considera importante, não sendo nada, engana a si mesmo”. E finaliza o versículo 4: “Mas prove cada um  o seu trabalho, e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não no outro”.  
Shedd enfatiza que não é bom comparar-se com outrem com o fim de gloriar-se nas suas faltas. No julgamento cada um levará o seu próprio fardo, isto é julgado, com respeito àquilo que ele mesmo fez (2 Co 5.10). E ainda observa que o v. 2 indica quais cargas podemos ajudar o nosso irmão a levar e o v. 5 está se referindo ao fardo que não podemos compartilhar.    
A Bíblia Sagrada faz menção de Teudas e seus seguidores que se enveredaram pelo caminho da soberba, ou seja, se achavam alguma coisa e tiveram um triste fim. Leia: “Porquanto, há algum tempo surgiu Teudas, pregando ser alguém, e aproximadamente quatrocentos homens se juntaram a ele. Todavia, ele foi morto e todos os seus seguidores se dispersaram e acabaram em nada.” (Atos 5.36). O escritor de Provérbios declara que uma pessoa ser sábia aos seus próprios olhos perde muito e até o tolo ganhará muito mais. Pelo que diz: “Vês uma pessoa sábia aos seus próprios olhos? Certamente há mais esperança para o tolo do que para essa pessoa. (Pv 26.12).  Paulo escrevendo aos Coríntios 3.18 afirma: “Ninguém se iluda: se qualquer pessoa entre vós se considera sábia de acordo com os padrões deste nosso tempo, então é melhor tornar-se insensata para alcançar a sabedoria.”  Mais adiante (2 Coríntios 8.2) está escrito: “A pessoa que imagina conhecer alguma coisa, ainda não tem a sabedoria que necessita”. E também em 2 Coríntios 12.11 versão King James Paulo diz: “Tornei-me insensato porque vós me obrigastes a isso. De fato, eu devia ser recomendado por vós, visto que em nada fui inferior aos “superapóstolos”, mesmo considerando que eu nada seja.” Importante enfatizar que Paulo fez a escolha do caminho da simplicidade e da humildade, pois entendia ser o melhor caminho ensinado por Jesus, ou seja, um evangelho altruísta e verdadeiro. 
Pedimos ao Senhor que venha derramar sobre o seu povo a graça de sermos crentes humildes e possamos falar como João Batista: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua.” (João 3.30).
Fraternalmente em Cristo.

JOSUÉ DE ASEVEDO SOARES.

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