domingo, 1 de setembro de 2013

A PÁSCOA NA BÍBLIA


        “Assim, pois, o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor”.  (Êxodo 12.11).

         É bom termos em mente que a festa da páscoa tem sua origem marcada pelo sacrificio de um cordeiro perfeito, portanto, era festa pastoril (chag há Passach). O cordeiro servia de refeição festiva para familia. Já para estudiosos da história de Israel também era uma festa agricola, (Chag há Matzoit) marcada pela chegada da primavera e da primeira colheita do ano. Destaca a renovação da natureza, do homem e da nação. No seu contexto histórico essa festa é um marco na vida do povo de Israel. Pois, quando partiram do Egito aproximadamente em 1290 a 1445 a. C. o povo hebreu, que até nos tempos modernos é conhecidos como judeus, passara celebrar a Páscoa todos os anos, na primavera no período que fica perto da sexta feira santa. É importante enfatizar que os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó viveram mais de quatrocentos anos de servidão no Egito, no entanto, o Eterno decidiu trazer a libertação por intermédio de Moisés (Êxodo 3.1-22 e 4.1-31). Em obediência as ordens do Senhor, Moisés foi diante de Faraó e lhe transmitiu a mensagem de Deus: - “deixa ir o meu povo.” Assim, com autoridade divina e muita unção Moisés conscientiza o líder do Egito e invocou pragas como um juízo contra as terras do Egito. No decorrer de várias dessas pragas, Faraó concor­dava em deixar o povo ir, mas, a seguir, voltava atrás, uma vez a praga sustada. Soou a hora da décima e derradeira praga, aquela que não deixaria aos egípcios nenhuma alternativa senão a de lançar fora os israelitas. Deus mandou um anjo destruidor através da terra do Egito para eliminar "todo primogênito... desde os homens até aos animais" (12.12). Visto que os israelitas também habitavam no Egito, como poderiam escapar do anjo destruidor? O Senhor emitiu uma ordem específica ao seu povo; a obediência a essa ordem traria a proteção divina a cada família dos hebreus, com seus respectivos primogênitos. Cada família tinha de tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e sacrificá­-lo ao entardecer do dia quatorze do mês de Abibe; famílias menores podiam repartir um único cordeiro entre si (12.4). Parte do sangue do cordeiro sacrificado, os israelitas deviam aspergir nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa. Quando o destruidor passasse por aquela terra, ele passaria por cima daquelas casas que tivessem o sangue aspergido sobre elas (daí o termo Páscoa, do hb. Pesah, que significa "pular além da marca", "passar por cima", ou "poupar"). Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram prote­gidos da condenação à morte executada contra todos os primogênitos egípcios. Deus orde­nou o sinal do sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distinguir os israelitas dos egípcios, mas porque queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e da re­denção pelo sangue, preparando-o para o advento do "Cordeiro de Deus”, que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (Jo 1.29). Naquela noite específica, os israelitas deviam estar vestidos e preparados para viajar (12.11). A ordem recebida era para assar' o cordeiro e não fervê-lo, e preparar ervas amargas e pães sem fermento. Ao anoitecer, portanto, estariam prontos para a refeição ordenada e para partir apressadamente, momento em que 'os egípcios iam se aproximar e rogar que deixassem o país. Tudo aconteceu conforme o Senhor dissera (12.29-36). A partir daquele momento da história, o povo de Deus ia celebrar a Páscoa toda primavera, obedecendo às instruções divinas de que aquela celebração seria "estatuto perpétuo" (12.14). Era, porém, um sacrifício comemo­rativo, exceto o sacrifício inicial no Egito, que foi um sacrifício eficaz. Antes da constru­ção do templo, em cada Páscoa os israelitas reuniam-se segundo suas famílias, sacrifica­vam um cordeiro, retiravam todo fermento de suas casas e comiam ervas amargas. Mais importante: recontavam a história de como seus ancestrais experimentaram o êxodo mi­lagroso na terra do Egito e sua libertação da escravidão ao Faraó. Assim, de geração em geração, o povo hebreu relembrava a redenção divina e seu livramento do Egito (Êxodo 12.26). Uma vez construído o templo, Deus ordenou que a celebração da Páscoa e o sacri­fício do cordeiro fossem realizados em Jerusalém (Dt 16.1-6). O AT registra várias ocasiões em que uma Páscoa especialmente relevante foi celebrada na cidade santa (2 Cr 30.1-20; 35.1-19; 2 Rs 23.2l-23;.Ed 6.19-22) . Nos tempos do NT, os judeus observavam a Páscoa da mesma maneira. O único incidente na, ida de Jesus como menino, que as Escrituras registram; foi quando seus pais o levaram a Jerusalém, aos doze anos de idade; para a celebração da Páscoa (Lc 2.41-50). Posteriormente, Jesus ia cada ano a Jerusalém para participar da Páscoa (Jo 2.13). A última Ceia de que Jesus participou com os seus discípulos em Jerusalém, pouco antes da cruz, foi uma refeição da Páscoa (Mt 26.1,2, 17-29). O próprio Jesus foi crucificado na Páscoa, como o Cordeiro pascoal (cf. 1 Co 5.7) que liberta do pecado e da morte todos aqueles que nEle crêem. Os judeus hoje continuam celebrando a Páscoa, embora seu modo de celebrá-la tenha muda­do um pouco. Pois, em Jerusalém não tem um templo para se sacrificar o cordeiro em obediência à lei Dt 16.1-6, a festa judaica contemporânea, também chamada em hebraico Seder, já não é celebrada com o cordeiro assado. Mas as famílias ainda se reúnem para a solenidade. Retiram-se cerimonialmente das casas judaicas, e o pai da família narra toda a história do êxodo. Mas para os cristãos a pascoa é Jesus Cristo, pois tem simbolismo, e o Novo Testamento deixa claro que as festas em Israel são de fato sobras das coisas futuras (Cl 2.16,17; Hb 10.1), entendemos que a redenção é pelo sangue de Cristo Jesus; notemos que em êxodo 12, lembra-nos do nosso salvador e do maravilhoso propósito para com homens. A Páscoa tem em sua essência a graça de Deus, ou seja, o Eterno tirou o seu povo do Egito com braço forte, pois os amava e foi fiel ao concerto que fez com eles (Dt 7.7-10). Portanto, a salvação que alcançamos de Cristo foi meio da graça (Ef 2.8-10; Tt 3.4,5).  Quanto ao sangue colocado nas vergas da porta tinha como finalidade salvar da morte os primogênitos de cada família, por isso, temos o poder do sangue de Jesus contra o efeito do pecado (Êxodo 12.13,23, 27; Hb 9.22). O cordeiro sacrificado na Páscoa servia como substituto dos primogênitos (Êxodo 12.27), simbolizando a morte de Jesus em substituição do crente (Rm 3.25). Por isso, o Apóstolo Paulo chama Cristo de Cordeiro Pascoal (1 Co 5.7). Sendo o cordeiro macho e sem mancha (Êxodo 12.5); mostrando Cristo, o perfeito filho de Deus (Jo 8.46; Hb 4.15). Já o ato de alimentar-se do cordeiro mostra a identificação de Israel com a morte do cordeiro, que por fim salvou os primogênitos da morte física (1 Co 10.16,17; 11.24-26). Atualmente realizamos tal ato com a instituição da Ceia do Senhor que se tornou um memorial (1 Co 11.24), ou seja, com morte e ressurreição de nosso Senhor vemos claramente o cumprimento das Escrituras. É importante mencionar que uma vez feito a aspersão do sangue nas vergas das portas era efetuada com fé obediente (Êxodo 12.8; Hb 11.28). Portanto, a obediência em fé resulta em redenção pelo sangue (Êxodo 12.7,13), compare ainda com (Rm 1.5;16.26). Não podemos esquecer que o cordeiro teria de ser comido com pães azmos (Êxodo 12.8), tendo em vista que biblicamente o fermento simbolizava o pecado e a corrupção (Êxodo 12.37; Mt 16.6; Mc 8.15), então os pães simbolizavam a separação entre Israel remido e o Egito, ou seja, o pecado e o mundo (Êxodo 12.15). Entendemos que, o Israel remido pelo Senhor é convocado para separar-se do mundo pecaminoso e voltar-se somente para o Senhor.  
Que Deus por sua infinita misericórdia continue a derramar sua benção sobre nós!
                               Pr. Josué de Asevedo Soares.

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