“E os filhos de Israel fizeram o que parecia
mal aos olhos do Senhor, e se esqueceram do Senhor, seu Deus, e serviram a
baalins e a astarote” (Jz 3.7).
O Livro de Juízes é o sétimo livro da
Bíblia, e narra a história do povo de Deus durante os primeiros 300 ou 400 anos
habitando a Terra da promissão. O livro recebeu seu nome dos juízes que o
Senhor suscitou para libertar o povo durante a decadência e desunião, depois da
morte de Josué. O livro curiosamente comenta sete apostasias, sete opressões,
pelas nações pagãs e sete livramentos. É
importante ressaltar que o trabalho de Josué consistiu em desfazer as fortalezas
dos cananeus, estabelecer as tribos em seus territórios conquistar parcialmente
a Terra Prometida (Js 13.1). As terras não foram conquistadas imediatamente,
mas gradativamente. Deus já havia dito a Moisés que essa conquista seria
gradual (Ex 23.27-30; Dt 7.22). Em razão de Canaã ter sido conquistada
parcialmente, Israel teve de conviver com vizinhos idolatras que, muitas vezes,
o levaram à apostasia (Jz 1.21,28, 29; 2. 7-19).
COMPREENDENDO O PERÍODO DOS JUÍZES
Os
estudiosos da literatura hebraica consideram como “período dos juízes” a época
compreendida de Josué e a coroação de Saul como rei das doze tribos, isto é, o
século e meio transcorrido entre 1200 e 1040 a.C, aproximadamente.
Durante esse período, as tribos de
Israel não tinham um governo único nem uma capital (Jz 17.6; 18.1; 19.1;
21.25). Não se pode ainda afirmar a existência de um país, no sentido moderno
da Palavra; o que havia eram grupos mais ou menos isolados, cujo único elo de
ligação consistia na fidelidade às tradições comuns e à Arca, localizado em Siló.
A APOSTASIA
DAS TRIBOS ISRAEL
A ira de Deus se ascendia contra os
hebreus por causa da apostasia e a imoralidade. No seu aperto clamava ao
Senhor. Erguia estes Juízes que os livravam de seu seus opressores. Sucedia,
porém, que falecendo o juiz, transgrediam, novamente, a aliança com Deus. (Jz
2.11-14). É bom lembrarmos que as apostasias dos hebreus o levaram cometer
graves pecados e afastarem do Senhor. Esse deve ser o cuidado da igreja hoje,
não permitir que apostasia domine o seu ambiente, mas expulsa-la com a graça de
Deus.
A apostasia de Israel é fundamentada em
sua desobediência, que por sua vez são resultados de três fatores: a) Israel
habitava em meio às nações estrangeiras; b) eles casaram com pessoas de tais
nações; c) Israel se contaminou com seus deuses. Esse também tem sido o desafio
da igreja hoje: habitar no mundo sem Deus, não se misturar com os ímpios e
tampouco contaminar com seus deuses (o prazer, a carnalidade, a frieza
espiritual, a teologia liberal, conceitos racionalistas e etc.).
OS JUÍZES
(Jz 2.18,19). Os juizes de Israel eram
libertadores ocasionais que Deus levantava para livrar Israel de seus
opressores, isto é, os “juízes” não eram propriamente autoridades judiciais,
eram de fato líderes militares e chefes de clãs que surgiam periodicamente em
diferentes regiões, entre tribos, para salvar alguma parte de Israel das
ameaças dos inimigos, ou seja, havia juizes locais ou tribais, o único que nas
Escrituras nos transmite uma idéia de juiz nacional é Samuel, pois percebemos
no aspecto unidade das tribos ao ponto de conseguir levantar um rei, que neste
momento foi Saul (1Sm 8.1-22). É importante enfatizar que não existia uma
autoridade humana central, cada tribo se governava sozinho. Nos períodos de
crise, quando os inimigos atacavam as tribos, era levantado por Deus um chefe
militar, que recebia o título de “SHOFET”, em português JUIZ. É
possível que alguns desses juizes tenham governado concomitantemente em
diferentes regiões da terra santa.
SEPARAÇÃO
DAS TRIBOS
Cada tribo estava dividida em família
(hb. mishpachot), e cada família em casas (hb. Beit avot). As decisões eram
tomadas por um conselho de anciões; como se pode ver pela história de Jefté
(hb. Iftach) (Jz 10.18; 11.7). É fácil perceber o perigo da separação das
tribos, afastadas uma das outras, as tribos estavam sujeitas às influências dos
costumes de Canaã, em especial o que se refere à religião, a maior clareza
disso é a corrupção dos próprios levitas (Jz 17.7-13), um dos fatores dessa
unidade foi à atuação dos juizes e a arca com as tábuas da Lei, o qual faziam
peregrinações de tempos em tempos, ajudou as tribos a preservarem um unidade
espiritual (2 Sm 6.11), baseada no que Deus havia revelado ao seu servo Moisés(
Ex 25.10-15). Nos dias hodiernos, não tem sido diferente percebemos um
distanciamento dos pastores da mesma denominação, isto é, estão na mesma
igreja, no mesmo ministério, tem até mesmo um líder comum, porém, não se
conhecem não se entendem não se organizam e pior de tudo querem ser exemplo
para o povo. Cuidado meu amado! Deus não se deixa escarnecer.
Em nível de curiosidade destacamos que a
principal atividade econômica era a agricultura: os hebreus cultivavam trigo,
cevada, uvas, tâmaras, azeitonas, figos etc. O pastoreio ocupava também um
lugar importante, embora os hebreus já não fossem nômades. O comércio era pouco
desenvolvido; cada tribo produzia o suficiente para sua subsistência e não
havia um excedente que pudesse ser trocado por outras mercadorias. Não existia
ainda dinheiro; as trocas se faziam em espécie, conhecida pela história de
“escambo”.
EXTRAINDO DO LIVRO VENCENDO COMO GIDEÃO.
JOSUÉ DE ASEVEDO SOARES
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