O QUE É O EVANGELHO?
Evangelho
quer dizer “boas-novas”. As boas-novas a respeito de Jesus Cristo, o
Filho de Deus, são-nos apresentadas por quatro autores: Mateus, Marcos,
Lucas e João, embora exista só um Evangelho, a bela história da salvação
por Jesus Cristo, Nosso Senhor. A palavra “Evangelho” nunca é usada no
Novo Testamento para referir-se a um livro. Significa sempre
“boas-novas”. Os quatro evangelistas contaram a mesma história, cada
qual a seu modo. Entretanto, desde os tempos antigos o termo “evangelho”
tem sido usado com referência a cada uma das quatro narrativas da vida
de Cristo.
Por
que quatro Evangelhos, se Cristo é o tema glorioso de todos eles? É que
cada autor está absorvido com algum aspecto da pessoa e obra de Cristo e
o desenvolve com poder convincente. E é o desdobramento dessa visão
particular da obra de Cristo que marca o propósito de cada livro.
Há quatro ofícios distintos de Cristo apresentados nos Evangelhos.
REI .
. . Mateus apresenta Jesus como Rei. Foi escrito em primeiro lugar,
para os judeus. Ele é o Filho de Davi. Sua genealogia real é dada no
capítulo 1.
SERVO
. . . Marcos descreve Jesus como Servo. Escrito para os romanos, não
contém genealogia. Achamos mais milagres aqui do que em qualquer outro
Evangelho.
HOMEM
. . . Lucas mostra Jesus como o Homem perfeito. Escrito para os gregos,
sua genealogia vai até Adão, o primeiro homem, em vez de Abraão. Como
Homem perfeito, vemo-lo constantemente em oração e os anjos servindo-o.
DEUS . . . João
retrata Jesus como Filho de Deus. Escrito para todos os que hão de
crer, com o propósito de levar os homens a Cristo (João 20.31), tudo
nesse Evangelho ilustra e demonstra seu relacionamento com Deus. Os
versículos iniciais nos transportam ao “princípio”.
Assim apresenta os Evangelhos:
Mateus ocupa-se com a vinda de um Salvador Prometido.
Marcos ocupa-se com a vida de um Salvador Poderoso.
Lucas ocupa-se com a graça de um Salvador Perfeito.
João ocupa-se com a posse de um Salvador Pessoal.
Quatro palavras nos ajudam entender toda a revelação de Deus:
PREPARAÇÃO . . . No Antigo Testamento Deus prepara para a vinda do Messias.
MANIFESTAÇÃO . . . Nos quatro Evangelhos, Cristo entra no mundo, morre pelo mundo e funda a sua Igreja.
APROPRIAÇÃO
. . . Nos Atos e nas Epístolas, são apresentadas maneiras pelas quais o
Senhor Jesus foi recebido, apropriado e aplicado à vida das pessoas.
CONSUMAÇÃO . . . No Apocalipse revela-se o resultado do plano perfeito de Deus.
POR QUE SE CHAMAM SINÓTICOS
A
palavra “Evangelho” vem de duas palavras gregas, “eu” e “aggelion”, e
significa “boas-novas”. Os quatro autores são chamados evangelistas, de
uma palavra grega que significa portadores de boas-novas. Os três
primeiros Evangelhos , Mateus, Marcos e Lucas são chamados Evangelhos
Sinóticos porque, ao contrário de João, apresentam uma sinopse da vida
de Cristo. A palavra “sinopse” vem de duas palavras gregas que
significam em conjunto, ver coletivamente.
Os
sinóticos apresentam semelhanças e diferenças impressionantes. Narram o
ministério de Jesus principalmente na Galiléia; enquanto o de João está
numa classe à parte, pois narra o seu ministério na Judéia. Os
sinóticos narram seus milagres, parábolas e mensagens dirigidas às
multidões, enquanto o de João apresenta seus discursos mais profundos e
abstratos, suas conversas e orações. Os três apresentam Cristo em ação, o
de João retrata Cristo em meditação e comunhão.
Todos
os profetas do Antigo Testamento asseguraram muitas vezes ao povo
escolhido de Deus que o Messias viria e seria o Rei dos judeus. Por isso
esperavam com ansiedade e patriotismo a vinda desse Rei com pompa e
poder.
Espere encontrar nos Evangelhos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas, Jesus (João 1.45). Os Evangelhos apresentam Jesus em nosso meio. João diz: E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós (João 1.14).
Todos
os Evangelhos estão ligados às promessas do Messias no Antigo
Testamento. Não se podem explicar os Evangelhos à parte das grandes
profecias messiânicas do Antigo Testamento.
Os Evangelhos contam-nos QUANDO e COMO Cristo veio.
As Epístolas contam-nos POR QUÊ e PARA QUÊ Cristo veio.
TIPOS DE HOMENS DE ONTEM E DE HOJE
Cristo
seria apresentado aos mais variados tipos de pessoas que compõem o
mundo. Havia quatro classes de pessoas no tempo de Jesus, que
representam quatro tipos de pessoas hoje.
O JUDEU
– Vejamos primeiro o judeu. Ele recebia treinamento pessoal. Estava
familiarizado com as Escrituras do Antigo Testamento. Mateus escreveu a
história da vida terrena de Jesus especialmente para os judeus. Só um
judeu seria capaz de despertar o interesse de outro judeu. Seu mestre
deveria ser alguém versado no Antigo Testamento e nos costumes judaicos.
Eles precisavam saber que esse Jesus viera cumprir as profecias do
Antigo Testamento. Repetidamente lemos em Mateus: Para que se cumprisse . . . Como falou Jeremias, o profeta . . .
Temos hoje em dia o mesmo tipo de pessoa, que se deleita em profecias cumpridas e por se cumprirem.
O ROMANO
– Em seguida vem o romano, o dominador do mundo daquele tempo. Marcos
escreveu especialmente para ele. O romano não sabia nada do Antigo
Testamento. O cumprimento de profecias não lhe interessava. Mas estava
profundamente interessado em um líder notável que surgira na Palestina.
Esse líder se atribuía autoridade fora do comum e possuía poderes
extraordinários. Eles queriam ouvir mais a respeito de Jesus – que tipo
de pessoa ele realmente era, o que tinha dito e o que tinha feito.
Os
romanos gostavam de mensagem direta de alguém como Marcos. Este
Evangelho está cheio de ação, não de palavras. É o ministério de Jesus.
O
romano dos dias de Jesus era um tipo semelhante ao homem de negócios de
hoje. Ele não está interessado na genealogia de um rei, mas num Deus
capaz de suprir as necessidades diárias do indivíduo. Marcos é o
Evangelho do homem de negócios.
O GREGO
– Depois, vem Lucas. Esse Evangelho foi escrito por um médico grego
para os seus patrícios, que amavam a beleza, a poesia e a cultura.
Viviam num mundo de grandes conceitos. Era difícil agradá-los. O
Evangelho de Lucas fala do nascimento e da infância de Jesus, dos
cânticos inspirados relacionados com a vida de Cristo. Nele encontramos a
saudação de Isabel ao receber a visita de Maria. Também o cântico da
Virgem-Mãe. O próprio Zacarias rompe em louvor ao recuperar o uso da
palavra. Ao nascer o Salvador, ressoam as vozes de um coro de anjos,
ouvindo-se a seguir, o cântico de louvor entoado pelos pastores.
O grego é o tipo do estudante e do idealista de hoje em busca da verdade, por crer que ela traz a felicidade.
TODOS OS HOMENS
– João escreveu para todos os homens, a fim de que creiam que Jesus é o
Cristo. Ele é apresentado como o Filho de Deus. Esse Evangelho está
cheio de afirmações extraordinárias que atestam sua missão e seu caráter
divino.
O “todos os homens” dos dias de João assemelha-se às multidões de hoje que precisam de Cristo. Inclui “todo aquele” que crê no Senhor Jesus porque sente a sua necessidade e quer receber o dom da vida eterna por Jesus Cristo, o Senhor.
CHAVES DOS EVANGELHOS
Chaves de frente
Deus
pendurou a chave do Evangelho de Mateus bem em cima da entrada. O livro
começa assim: Livro da Genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho
de Abraão (Mateus 1.1), Isto mostra sua posição na aliança como Filho
de Abraão e sua posição real como Filho de Davi.
Mateus
apresenta Cristo como Rei; ele dá a genealogia real nos primeiros
dezessete versículos. Um rei não é escolhido por votação, e sim por
nascimento.
Abra
agora em Marcos. Não há genealogia. A razão é que Jesus é apresentado
como Servo, e ninguém está interessado na linhagem de um servo.
Abra
em Lucas. Aparece genealogia? Veja Lucas 3.23. Lucas busca sua linhagem
em Adão. Cristo é apresentado como o Homem ideal. Ele era da linhagem
de Adão.
Abra em João. Começa sem genealogia, mas . . . No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Em João, Cristo é apresentado como Deus.
Chaves dos fundos
Agora
vamos ver como os Evangelhos terminam. Abra em Mateus 28.18-20. Ouça o
REI comandando e comissionando seus discípulos. O Messias ainda está na
terra, porque é na terra e não no céu que o Filho de Davi irá reinar em
glória. Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações . . . ensinando-os a
guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco
todos os dias até a consumação dos séculos.
Veja o final de Marcos. É bastante significativo e apropriado. E
eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o
Senhor . . . (16.20). Jesus, o Servo, é apresentado ainda em atividade
com os seus discípulos.
Lucas termina de modo diferente. Jesus, o Homem-perfeito, está ascendendo ao Pai. Note o que ele diz em 24.51: . . ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu.
Ele ainda é Homem na glória da sua ressurreição e ascensão. O versículo final de João é significativo. Há,
porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem
relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os
livros que seriam escritos (21.25).
De fato . . . jamais alguém falou como este homem (7.46) porque ele era verdadeiramente o Filho de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Domingo: CRISTO JESUS, O REI - Mateus 2.1-12; 21.1-11
Segunda: CRISTO JESUS, O SERVO - Marcos 10.35-45
Terça: CRISTO JESUS, O HOMEM - Lucas 4.1-13
Quarta: O HOMEM-DEUS - João 1.1-18; 3.1-16
Quinta: JESUS CRISTO, NOSSO REDENTOR - João 19.16-42
Sexta: JESUS CRISTO, O MESTRE - Mateus 4.18-25
Sábado: JESUS CRISTO, NOSSO MESTRE - João 21.1-17
Sábado: JESUS CRISTO, NOSSO MESTRE - João 21.1-17
FONTE: IPC - CASCAVEL.
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