sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O Evangelho de Lucas Apresenta Jesus Cristo, O Filho do Homem

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Autor: Lucas
Tema: Jesus, o Salvador Divino-Humano
Data: 60-63 d.C. 



O autor do terceiro Evangelho foi o médico chamado Lucas, companheiro de Paulo. Era natural da Síria e aparentemente não era judeu, porque em Colossenses 4.14 o situa entre outros cristãos gentios.
O Evangelho de Lucas foi escrito para os gregos. Além do judeu e do romano, o grego também estava se preparando para a vinda de Cristo. O grego era diferente dos outros dois em muitos aspectos. Possuía cultura mais ampla, amava o belo, a retórica e a filosofia. Lucas, grego culto, era o homem talhado para essa tarefa. Apresenta Jesus como o ideal da perfeita varonilidade.
            Em Lucas vemos Deus manifesto na carne. Ele trata da humanidade de nosso Senhor. Revela o Salvador como homem, com toda a sua compaixão, seus sentimentos e poderes crescentes – um Salvador para todos.
Lucas é o Evangelho dos desprezados. É ele quem nos conta do bom samaritano, do publicano, do filho pródigo, de Zaqueu e do ladrão da cruz. É o autor que mais tem o que dizer sobre a mulher. Ele menciona a compaixão de Jesus pela viúva de Naim, e a sua profunda misericórdia pela mulher pecadora.
A PREPARAÇÃO DO FILHO DO HOMEM (1.1; 4.13)
            O início deste livro é significativo. Um Homem vai ser biografado, e o escritor Lucas, dedica essa biografia a seu amigo Teófilo. Refere-se ao seu conhecimento pessoal do assunto: depois de acurada investigação de tudo desde a sua origem (1.3).
O capítulo de abertura é característico. Ele começa como uma simples história terrena: Nos dias de Herodes, rei da Judéia, houve um sacerdote.
Lucas relata as circunstâncias que cercaram o nascimento e a infância do Santo Infante e do que fora enviado como seu precursor. O nascimento de João Batista (1.57-80), o cântico dos anjos pastores (2.8-20), a circuncisão (2.21), a apresentação no templo (2.22-38) e a história do menino Jesus com doze anos (2.41-52).
SUA MENINICE
Crescia o menino . . . e a graça de Deus estava sobre ele (2.40). Aos doze anos, Jesus subiu a Jerusalém com os pais para a festa. Permaneceu o menino Jesus em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. Coisa típica de menino! Eles o acharam assentado no meio dos mestres, ouvindo-os e interrogando-os. Entretanto, lemos: E todos os que o ouviam, muito se admiravam da sua inteligência e das suas respostas. Lucas diz que ele era cheio de sabedoria. Temos aqui as primeiras palavras de Jesus registradas: Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai? É o primeiro autotestemunho da sua divindade.
Lemos em seguida: E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso (aos pais) (Lucas 2.51). E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens (Lucas 2.52). Todas essas coisas são peculiares a Jesus como homem e só Lucas as registra. É importante notarmos que Jesus era “popular” em Nazaré. Seguem-se dezoito anos de silêncio.
O BATISMO DE JESUS
Apareceu João Batista pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados (Lucas 3.3).
Então veio Jesus para ser batizado. Só Lucas nos conta que ao ser todo o povo batizado, também o foi Jesus; e estando ele a orar, o céu se abriu (Lucas 3.21). Ele está ligado “a todo o povo”. Ele desceu ao nível do homem. Mateus e Marcos registram o batismo de Jesus, mas João o omite, porque ele é visto como o Filho unigênito de Deus. Só Lucas nos dá a idade com que nosso Senhor iniciou seu ministério público (Lucas 3.23).
GENEALOGIA
A genealogia de Jesus Cristo em Lucas é dada em conexão com o seu batismo e não seu nascimento. Temos a sua genealogia pessoal, pelo lado de Maria. Mateus mostra a relação de Jesus com os judeus, por isso vai só até Abraão, pai da nação judaica. Em Lucas, Jesus aparece em conexão com a raça humana; daí sua genealogia ir até Adão, pai da humanidade.
A TENTAÇÃO
Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo (Lucas 4.1, 2).
Só aqui somos informados de que o Salvador estava cheio do Espírito Santo ao voltar do seu batismo. Só Lucas menciona que Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galiléia (Lucas 4.14), mostrando que a velha serpente fracassara por completo em tentar cortar a comunhão do Filho do homem na terra com seu Pai no céu. Assim como Jesus saiu do fogo da provação no poder inquebrantável do Espírito, também nós podemos fazê-lo. É só quando estamos cheios do Espírito que podemos vencer a tentação pelo poder do Espírito.
O propósito da tentação não foi descobrir se Jesus cederia ou não a Satanás, mas demonstrar que ele não podia ceder; mostrar que não havia nada nele para que Satanás pudesse apelar. Cristo podia ser provado.
O MINISTÉRIO DO FILHO DO HOMEM
Seu Ministério ao redor da Galiléia........Lucas 4.14 até Lucas 9.50.
Seu Ministério na Judéia.........................Lucas 9.51 até Lucas 19.27
Seu Ministério em Jerusalém..................Lucas 19.28 até 24.53)
Esta lista não é completa, mas dá uma vista geral da vida ativa do Filho do homem na terra. A palavra-chave do seu ministério é compaixão.
No começo do ministério de Jesus, vemos os da sua própria cidade resolvidos a matá-lo (Lucas 4.28-30). Eles disseram: Não é este o filho de José? Este foi o primeiro sinal da sua futura rejeição. Jesus havia-se proclamado o Messias (Lucas 4.21). Eles ficaram irados por haver sugerido que o Messias deles seria mandado aos gentios (Lucas 4.24-30). Acreditavam que a graça de Deus estava limitada aos judeus, e, por isso, estavam prontos a matá-lo. Ele recusou-se a realizar milagres para eles por causa da sua incredulidade.


EVANGELHO MUNDIAL
Os judeus odiavam os gentios por causa do modo como foram tratados por eles quando cativos na Babilônia. Consideravam-nos imundos e inimigos de Deus. Lucas descreve Jesus derrubando essas barreiras entre judeus e gentios, apresentando o arrependimento e a fé como as únicas condições de entrada no reino. O Evangelho de Jesus Cristo não é uma religião. Ele é a verdade viva de Deus, adaptada a todas as nações e a todas as classes. Leia Romanos 1.16.
Como Filho do homem, atenta para as necessidades dos gentios, da mesma forma que atenta para as necessidades de todos os homens. Em Lucas 6, que é substancialmente igual ao Sermão do Monte em Mateus, encontramos  amplos ensinos morais, aplicáveis às necessidades de todos os homens.
As bem-aventuranças apresentam um quadro do cristão. Não é o que você se está esforçando por ser, mas o que você é em Cristo que lhe traz alegria. Elas retratam a face do próprio Jesus, e descrevem o cristão perfeito.


OS DISCÍPULOS COMISSIONADOS
Ao serem os doze comissionados (Lucas 9), eles receberam uma tarefa mais ampla que diz: Então, saindo, percorriam todas as aldeias, anunciando o evangelho. . . por toda parte (Lucas 9.6).
Aonde Jesus Cristo ia, seguia-o uma multidão, e procuravam tocá-lo, porque dele saía poder, e curava a todos (Lucas 6.19). Ele se dava a si mesmo. Jesus revela poder sobre a doença e a morte (Lucas 7.1-17).
Também demonstra ser amigo dos pecadores. Tinha vindo para buscar e salvar o perdido. É chamado amigo de publicanos e pecadores (Lucas 7.36-50)
JESUS CRISTO, O MESTRE
OS ALUNOS – Jesus era Mestre. Seus discípulos foram instruídos e treinados para levar avante sua mensagem (Lucas 6.12-16).
A ESCOLA – A matrícula nessa escola é controlada. Há determinadas exigências. Mas, de outro lado, o ingresso é fácil.
EXIGÊNCIAS DE ENTRADAE qualquer que não tomar a sua cruz, e vier após mim, não pode ser meu discípulo (Lucas 14.27). Aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo (Lucas 14.33).
EXAMES – Jesus conhece a capacidade e as limitações de cada aluno da sua escola. Seus exames não são iguais para todos. Ele dá provas individuais.
NORMAS A OBSERVAR – Um relacionamento adequado com o Mestre deve ser mantido o tempo todo. Muitos pensam que basta um contato inicial com o grande Mestre. Não é assim. Tem de haver estudo constante da sua Palavra, tempo gasto no laboratório da oração e na prática do exercício espiritual (Lucas 9.59; 5.27).
ESCOLA PRÁTICA – Jesus não só lhes ensinou, mas fê-los experimentar as grandes verdades que apresentava.
O CURSO – O curso incluía um estudo do rei e do reino.
O SOFRIMENTO DO FILHO DO HOMEM
Jesus está sentado com os discípulos ao redor da mesa, celebrando a festa da páscoa. Nessa ocasião ele institui o que chamamos a Ceia do Senhor. Ouça suas palavras: Isto é o meu corpo oferecido por vós. . . Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós (Lucas 22.19-20). É diferente do registro de Mateus e Marcos. Eles dizem: Meu sangue derramado a favor de muitos. Seu amor é expresso de maneira muito pessoal em Lucas. Ele acrescenta: Fazei isto em memória de mim.
O GETSÊMANI
Jesus está orando no Jardim do Getsêmani. Ele está em agonia e o seu suor se torna como gotas de sangue caindo sobre a terra. Lucas diz que um anjo apareceu para confortá-lo, fato que Mateus e Marcos não mencionam.
Por entre as sombras do jardim, chega um grupo de soldados tendo à frente Judas. Este se aproxima para beijar Jesus. Sim, ele ainda é discípulo. E as Escrituras dizem que Jesus seria traído por um amigo, e vendido por trinta moedas de prata.
O pior de tudo é que os seus amigos o desertaram. Pedro negou-o, e todos o abandonaram e fugiram, exceto João, o amado. Somente Lucas nos diz que Jesus olhou para Pedro, e lhe partiu o coração com seu olhar de amor.
Seguimos Jesus até o pretório de Pilatos, e depois perante Herodes. Avançamos pela Via Dolorosa até a cruz. Só Lucas usa a palavra Calvário, que é o nome gentio do Gólgota. Havia três cruzes no monte Calvário. Numa delas estava um ladrão, morrendo por seus crimes. O ladrão foi salvo do mesmo modo que todo pecador precisa ser salvo. A cena do Calvário termina com o Filho do homem clamando em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. O centurião dá este testemunho: Verdadeiramente este homem era justo.
A VITÓRIA DO FILHO DO HOMEM (Lucas 24.1-53)
Passamos, com grande alívio, da tristeza e da morte na cruz, da escuridão e do desalento do túmulo, para o esplendor e glória da manhã da ressurreição.
Lucas dá-nos parte da cena que os outros não narram. É a história da caminhada à Emaús.
Jesus mostra a esses dois discípulos que como seu Senhor ressuscitado, ele é exatamente o mesmo amigo amoroso e compreensivo que tinha sido antes da sua morte. Depois de caminhar e conversar com eles, os discípulos insistem em que ele entre e passe a noite com eles. Ele revelou quem era ao levantar aquelas mãos que tinham sido varadas pelos cravos, para partir o pão. Então eles o reconheceram, mas ele desapareceu. Retornaram a Jerusalém, e lá encontraram provas abundantes da ressurreição. Esses pormenores pertencem ao Evangelho de Lucas.
Três vezes lemos que os discípulos o tocaram após a ressurreição. Além disso, comeu com eles.
Ao levantar as mãos para abençoá-los, foi elevado para o céu.
Ele já não é um Cristo local, limitado a Jerusalém, mas um Cristo universal. Ele podia dizer aos discípulos que se lamentavam, pensando que não mais o teriam consigo: Eis que estou convosco todos os dias. Como era grande a esperança e a alegria desses seguidores escolhidos. Eles voltaram a Jerusalém com grande alegria!  Aleluia!
LEITURA DIÁRIA
Domingo: “SEMELHANTE AOS IRMÃOS” - Lucas 1.1 – 3.38
Segunda: “TENTADO ... À NOSSA  SEMELHANÇA” - Lucas 4.1 – 8.3
Terça: “COMPADECEU-SE DAS NOSSAS FRAQUEZAS” - Lucas 8.4 – 12.48
Quarta: “CUMPRIA-ME ESTAR NA CASA DE MEU PAI” - Lucas 12.49 -16.31
Quinta: “JAMAIS ALGUÉM FALOU COMO ESTE HOMEM” - Lucas 17.1 – 19.27
Sexta: “TU ÉS RESGATADOR” - Lucas 19.28 – 23.56
Sábado: “POR FIM SE LEVANTARÁ SOBRE A TERRA” - Lucas 24.1-53


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