segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO



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Quando estudamos o Novo Testamento, aprendemos que a palavra diateke significa “pacto”, “aliança” ou “testamento”. Ao abordar os aspectos concernentes a Teologia do Novo Testamento, queremos entender por Teologia do Novo Testamento, como sendo “o ramo da teologia bíblica que estuda as declarações dos autores do Novo Testamento acerca de Deus”, enquanto por Análise, ou Introdução do Novo Testamento é o “Estudo dos autores, datas, textos e esboços e contextos” dos diversos livros neotestamentários.
O Novo Testamento é composto de vinte e sete livros que são divididos como: evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), livro histórico (Atos dos Apóstolos), cartas paulinas (Romanos, 1Coríntios, 2Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1Tessalonicenses, 2Tessalonicenses, 1Timóteo, 2Timóteo, Tito, Filemon), cartas gerais (Hebreus, Tiago, 1Pedro, 2Pedro, 1João, 2João, 3João, Judas) e um livro apocalíptico (Apocalipse).
Entre o Antigo e o Novo Testamentos há um período de cerca de quatrocentos anos em que não temos textos bíblicos escritos. Assim sendo, algumas pessoas quando lêem o Antigo Testamento em Malaquias, e depois vão ler o evangelho de Mateus, sentem-se um pouco perdidas pois o contexto está totalmente mudado. Desta maneira, quando inicia-se o estudo sobre os livros do Novo Testamento, é mister que tenhamos, ao menos, uma visão panorâmica sobre o período interbíblico.

Desenvolvimentos Religiosos no período interbíblico

1. Sinagogas – É uma palavra grega que significa “estar juntos”. Teve seu início no cativeiro babilônico. Para a organização da sinagoga eram necessários dez homens. Na sinagoga haviam os Zeqenin, que eram os anciãos que administravam; além do Sheliach, que era o presidente da sinagoga e; o Hazzam, que era o principal Auxiliar. Seus horários de funcionalmente, geralmente eram nas horas terceira, sexta e nona. Nos dias de Jesus havia em Jerusalém cerca de 500 sinagogas. Nas sinagogas a liturgia cúltica desenvolvida era na seguinte ordem: Shema, shemoneh Esrae, oração, cântico de salmos, leitura, sermão, bênção.

2. Templo – Era de suma importância naquele tempo. Toda parte religiosa de Jerusalém funcionava em torno do templo. Este templo não é um novo templo construído, ou um “terceiro templo”, mas é o templo que foi reconstruído com Zorobabel, mas ampliado por Herodes de 19 a C – 65 d C.

3. Sinédrio – Teve sua origem na Grande Sinagoga dos tempos de Esdras, tendo seu início datado por alguns em cerca de 400 – 200 a C. Era a suprema corte judaica onde o Sumo Sacerdote era o presidente. O Sinédrio era a primeira assembléia do país. Por tal característica sua atribuição dizia respeito aos judeus do mundo inteiro.

Grupos Político-Religiosos do período interbíblico

            Quando terminamos de ler o Antigo Testamento, em Malaquias, não encontramos nenhum grupo conhecido por “político religioso” naqueles dias. Quando iniciamos a ler o evangelho de Mateus, encontramos alguns grupos oferecendo resistência ao ministério de Jesus. São chamados de fariseus, saduceus, etc. Estes grupos tiveram seu desenvolvimento no período interbíblico. Desta maneira, para uma melhor 

Tradição Oral

            Assim como temos este comentário explicativo do Novo Testamento hoje, no passado muitos já o faziam. Os judeus faziam seus comentários interpretativos, assim como promulgavam diretrizes e normas para um viver religioso. Entretanto, estas normas algumas vezes estavam tornando-se jugo, pois os judeus estavam tentando incutir no entendimento das pessoas que para agradar a Deus era necessário o cumprimento destas normas. Não nos ateremos pormenorizadamente a isso, todavia, há alguns vocábulos no tocante ao assunto, que o estudioso do Novo Testamento precisa ter conhecimento:

a)      Haggadah – Interpretação e Comentário da lei.
b)      Halachah – a Haggadah quando lembrada e escrita.
c)      As leis orais unidas formaram a Mishnah.
d)     Um comentário da Mishnah chamou-se Gemarah.
Gemarah + Mishnah = Talmude.

Cânon

             Cânon é uma palavra grega que significa reto, cana ou vara. É a designação que damos aos livros que, conjuntamente compõem a Bíblia.
Os livros do Novo Testamento não surgiram de um dia para o outro. Como se sabe, cada carta de Paulo foi escrita em uma ocasião específica para uma igreja específica, bem como demais escritos do Novo Testamento. Os escritos não foram agrupados rapidamente pela expectativa que os apóstolos tinham da iminente volta de Jesus. À medida que os discípulos das outras gerações viram que a volta de Jesus não ocorria sentiram a necessidade de agrupar os escritos apostólicos para que servissem para as gerações posteriores.
            Podemos observar, então, dois motivos principais para a formação de um cânon do Novo Testamento:
a)      Demora da ParousiaParousia é o termo grego empregado para designar a volta de Jesus. Os discípulos aguardavam seu regresso, expectando que ele ocorresse iminentemente. Quando observaram que seu regresso ainda não era chegado passou-se a pensar na fixação de um cânon para a instrução de igreja.
b)      Surgimento de Seitas e heresias – Com a difusão do evangelho também iniciam-se novos movimentos distorcedores dos ensinamentos de Cristo. Isto gera a necessidade de uma fixação destes ensinamentos de uma maneira escrita, gerando a necessidade de um cânon.
            A fim de que não fosse uma seleção aleatória de “textos preferidos” de algumas determinadas pessoas, houveram alguns critérios que foram adotados pelas igrejas para fins de seleção. Estes princípios são atestados por Eusébio em sua grande obra ‘História Eclesiástica’. Abaixo estão alistados alguns princípios:
·         Apostolicidade – O livro deveria ter sido escrito por um apóstolo ou por quem tivesse um contato muito próximo dos apóstolos.
·         Universalidade – O livro deveria ser conhecido das igrejas da época e aceito pelas mesmas.
·         Ortodoxia – O livro deveria possuir qualidades espirituais, e qualquer ficção que nele fosse encontrada tornava o escrito inaceitável.
“Pelo final do quarto século, o cânon foi fixado. Vinte e sete livros foram reconhecidos como possuidores de autoridade de Escritos Sagrados. Alguns outros (o Pastor de Hermas, a Epístola de Barnabé e a Epístola de Clemente) foram permitidos serem lidos em devoção privada para edificação; mas, uma grande distinção foi feita entre estes e as “Escrituras”. Os escolhidos para estarem no cânon foram aqueles que haviam sido lidos por um período de vários séculos e por serem de valor espiritual especial para as igrejas. O testemunho dos séculos desde então até os dias presentes levou os fiéis a professarem a operação do Espírito Santo na escrita, seleção e preservação destes vinte e sete livros do Novo Testamento”.




                                      Fraternalmente em Cristo
      Josué de A soares






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