Quando
estudamos o Novo Testamento, aprendemos que a palavra diateke significa
“pacto”, “aliança” ou “testamento”. Ao abordar os aspectos concernentes a
Teologia do Novo Testamento, queremos entender por Teologia do Novo Testamento,
como sendo “o ramo da teologia bíblica que estuda as declarações dos autores do
Novo Testamento acerca de Deus”, enquanto por Análise, ou Introdução do Novo
Testamento é o “Estudo dos autores, datas, textos e esboços e contextos” dos
diversos livros neotestamentários.
O Novo
Testamento é composto de vinte e sete livros que são divididos como: evangelhos
(Mateus, Marcos, Lucas e João), livro histórico (Atos dos Apóstolos), cartas
paulinas (Romanos, 1Coríntios, 2Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses,
Colossenses, 1Tessalonicenses, 2Tessalonicenses, 1Timóteo, 2Timóteo, Tito,
Filemon), cartas gerais (Hebreus, Tiago, 1Pedro, 2Pedro, 1João, 2João, 3João,
Judas) e um livro apocalíptico (Apocalipse).
Entre o Antigo
e o Novo Testamentos há um período de cerca de quatrocentos anos em que não
temos textos bíblicos escritos. Assim sendo, algumas pessoas quando lêem o
Antigo Testamento em Malaquias, e depois vão ler o evangelho de Mateus,
sentem-se um pouco perdidas pois o contexto está totalmente mudado. Desta
maneira, quando inicia-se o estudo sobre os livros do Novo Testamento, é mister
que tenhamos, ao menos, uma visão panorâmica sobre o período interbíblico.
Desenvolvimentos Religiosos no período interbíblico
1. Sinagogas – É uma
palavra grega que significa “estar juntos”. Teve seu início no cativeiro
babilônico. Para a organização da sinagoga eram necessários dez homens. Na
sinagoga haviam os Zeqenin, que eram os anciãos que administravam; além do
Sheliach, que era o presidente da sinagoga e; o Hazzam, que era o principal
Auxiliar. Seus horários de funcionalmente, geralmente eram nas horas terceira,
sexta e nona. Nos dias de Jesus havia em Jerusalém cerca de 500 sinagogas. Nas
sinagogas a liturgia cúltica desenvolvida era na seguinte ordem: Shema,
shemoneh Esrae, oração, cântico de salmos, leitura, sermão, bênção.
2. Templo – Era de suma
importância naquele tempo. Toda parte religiosa de Jerusalém funcionava em
torno do templo. Este templo não é um novo templo construído, ou um “terceiro
templo”, mas é o templo que foi reconstruído com Zorobabel, mas ampliado por
Herodes de 19 a C – 65 d C.
3. Sinédrio – Teve sua
origem na Grande Sinagoga dos tempos de Esdras, tendo seu início datado por
alguns em cerca de 400 – 200 a C. Era a suprema corte judaica onde o Sumo
Sacerdote era o presidente. O Sinédrio era a primeira assembléia do país. Por
tal característica sua atribuição dizia respeito aos judeus do mundo inteiro.
Grupos Político-Religiosos do período interbíblico
Quando
terminamos de ler o Antigo Testamento, em Malaquias, não encontramos nenhum
grupo conhecido por “político religioso” naqueles dias. Quando iniciamos a ler
o evangelho de Mateus, encontramos alguns grupos oferecendo resistência ao
ministério de Jesus. São chamados de fariseus, saduceus, etc. Estes grupos
tiveram seu desenvolvimento no período interbíblico. Desta maneira, para uma
melhor
Tradição Oral
Assim
como temos este comentário explicativo do Novo Testamento hoje, no passado
muitos já o faziam. Os judeus faziam seus comentários interpretativos, assim
como promulgavam diretrizes e normas para um viver religioso. Entretanto, estas
normas algumas vezes estavam tornando-se jugo, pois os judeus estavam tentando
incutir no entendimento das pessoas que para agradar a Deus era necessário o cumprimento destas normas. Não
nos ateremos pormenorizadamente a isso, todavia, há alguns vocábulos no tocante
ao assunto, que o estudioso do Novo Testamento precisa ter conhecimento:
a)
Haggadah – Interpretação e Comentário da lei.
b)
Halachah – a Haggadah quando lembrada e escrita.
c)
As leis orais unidas formaram a Mishnah.
d)
Um comentário da Mishnah chamou-se Gemarah.
Gemarah +
Mishnah = Talmude.
Cânon
Cânon é uma palavra grega que
significa reto, cana ou vara. É a designação que damos aos livros que,
conjuntamente compõem a Bíblia.
Os livros do
Novo Testamento não surgiram de um dia para o outro. Como se sabe, cada carta
de Paulo foi escrita em uma ocasião específica para uma igreja específica, bem
como demais escritos do Novo Testamento. Os escritos não foram agrupados
rapidamente pela expectativa que os apóstolos tinham da iminente volta de
Jesus. À medida que os discípulos das outras gerações viram que a volta de
Jesus não ocorria sentiram a necessidade de agrupar os escritos apostólicos
para que servissem para as gerações posteriores.
Podemos observar, então,
dois motivos principais para a formação de um cânon do Novo Testamento:
a) Demora da Parousia – Parousia é o
termo grego empregado para designar a volta de Jesus. Os discípulos aguardavam
seu regresso, expectando que ele ocorresse iminentemente. Quando observaram que
seu regresso ainda não era chegado passou-se a pensar na fixação de um cânon
para a instrução de igreja.
b) Surgimento de Seitas e heresias – Com a difusão
do evangelho também iniciam-se novos movimentos distorcedores dos ensinamentos
de Cristo. Isto gera a necessidade de uma fixação destes ensinamentos de uma
maneira escrita, gerando a necessidade de um cânon.
A fim de que não fosse uma seleção aleatória de
“textos preferidos” de algumas determinadas pessoas, houveram alguns critérios
que foram adotados pelas igrejas para fins de seleção. Estes princípios são
atestados por Eusébio em sua grande obra ‘História Eclesiástica’. Abaixo estão
alistados alguns princípios:
·
Apostolicidade – O livro deveria ter sido escrito por um
apóstolo ou por quem tivesse um contato muito próximo dos apóstolos.
·
Universalidade – O livro deveria ser conhecido das igrejas da
época e aceito pelas mesmas.
·
Ortodoxia – O livro deveria possuir qualidades espirituais, e qualquer ficção que
nele fosse encontrada tornava o escrito inaceitável.
“Pelo final do
quarto século, o cânon foi fixado. Vinte e sete livros foram reconhecidos como
possuidores de autoridade de Escritos Sagrados. Alguns outros (o Pastor de
Hermas, a Epístola de Barnabé e a Epístola de Clemente) foram permitidos serem
lidos em devoção privada para edificação; mas, uma grande distinção foi feita
entre estes e as “Escrituras”. Os escolhidos para estarem no cânon foram
aqueles que haviam sido lidos por um período de vários séculos e por serem de
valor espiritual especial para as igrejas. O testemunho dos séculos desde então
até os dias presentes levou os fiéis a professarem a operação do Espírito Santo
na escrita, seleção e preservação destes vinte e sete livros do Novo
Testamento”.
Fraternalmente em Cristo
Josué de A soares
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