sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

ATOS DOS APÓSTOLOS



              Resultado de imagem para atos dos apóstolos

Introdução

            O livro de Atos junto com o evangelho de Lucas e a epístola aos Hebreus contém a redação grega mais culta de todo Novo Testamento.
            Devem ser feitas algumas considerações iniciais. Lucas escreve uma obra de literatura de alto nível. Sua dedicatória inicial assinala isso (1.1-4). Duas considerações preliminares devem ser efetuadas a fim de uma melhor compreensão do livro: a primeira é que os escritos de Lucas foram compostos de acordo com o estilo literário do Antigo Testamento grego (LXX). A segunda consideração é que o livro de Atos é a segunda parte de uma obre de dois volumes.
            Lucas e Atos formavam um todo. Assim sendo, devemos fazer a pergunta acerca do propósito destes dois livros como um todo. Como Liças procurava escrever a história dos começos do cristianismo no sentido geral é provável que ele considerasse a história de Jesus e a história da igreja como um todo único. Isto significa que, para Lucas, a história da igreja e a história da vida de Cristo estavam intrinsecamente ligadas.
            Os dois volumes abrangem o começo do evangelho, o estabelecimento da salvação no ministério de Jesus e a proclamação da salvação pela igreja primitiva. No evangelho, Lucas apresenta a atividade salvífica de Jesus mostrando sua realidade. Em Atos, Lucas mostra como a igreja proclamava e confirmava esta salvação. Como resultado disto, Lucas-Atos, pode também ser considerado como uma grande obra evangelística que proclama aos seus leitores a salvação.
            Lendo Atos também podemos notar que um dos propósitos de Lucas é demonstrar que o evangelho não tinha em mira apenas os judeus, mas também os gentios.
            Sobre a autoria há duas linhas de argumento de que o Lucas que foi o escritor do livro tenha sido o médico e amigo de Paulo (Cl 4.14, Fm 24, 2Tim 4.11). Em primeiro lugar a evidência interna de Atos: O pronome na primeira pessoa do plural. Evidentemente foi escrito por algum companheiro de Paulo. Quando nos perguntamos quem seria este companheiro eliminamos várias pessoas: Timóteo, Aristarco e os vários companheiros da prisão. Lucas se destaca como nome óbvio.
            Em segundo lugar as evidências externas apontam para isso. O prólogo anti-marcionita (160-180) afirma que Lucas, o médico e companheiro de Paulo, escreveu o evangelho e os Atos dos apóstolos. Irineu (185) concede uma das evidências mais antigas. Clemente de Alexandria (190) também cita que Lucas escreveu os Atos. Willian Robart comparou os escritos de Lucas com os escritos de autores gregos antigos, pois Cl 4:14 afirma ser Lucas um médico. Robart comparou a linguagem de Lucas com a de Hipócrates, Galênio, Discórides e Areteu. Chegou a conclusão de que este evangelho realmente fora escrito por um médico.
            Para tomar uma decisão sobre a data são necessários serem observados três fatores: o relacionamento entre os escritos de Lucas e os outros documentos; a relação entre a composição de Atos e a morte de Paulo e; o ponto de vista de Atos. Entende-se pois, que uma data pouco antes de 70 é a mais plausível.
            Sobre o lugar de escrita, a tradição costuma ligar Lucas à Antioquia. Outros dizem que teria sido escrito a partir de Roma pelo fato do livro terminar com sua história em Roma. Outro possibilidade é Éfeso pois o livro demonstra considerável interesse pelo local e é ali onde Paulo dirige o seu ‘adeus’ pastoral aos anciãos. 

Conteúdo
            Uma proposta de esboço pode ser: Atos de Pedro (1-12) e Atos de Paulo (13-28); outra: Atos da Igreja (1-12) e Atos de Paulo (13-28); outra possibilidade é seguir o esboço proposto por 1.8: Jerusalém (1-2), Judéia (3-7), Samaria (8-12), Confins da terra (13-28).
            Uma análise do conteúdo pode ser observada, de acordo com a análise de I. Howard Marshall, como se segue:

I.       O COMEÇO DA IGREJA – 1.1 – 2.47
a)      Prólogo – 1.1-5
b)      A Ascensão de Jesus – 1.6-1
c)      A volta dos discípulos para Jerusalém – 1.12-14
d)     O décimo-segundo apóstolo – 1.15-26
e)      O derramamento do Espírito Santo – 2.1-13
f)       Pedro prega o evangelho – 2.14-42
g)      Resumo da vida da igreja primitiva – 2.43-47
II.    A IGREJA E AS AUTORIDADES JUDAICAS – 3.1-5.42
a)      A cura de um coxo – 3.1-10
b)      Explicação de Pedro sobre o incidente – 3.11-26
c)      Pedro e João são presos – 4.1-22
d)     Os discípulos oram pedindo mais intrepidez – 4.23-31
e)      Outro resumo da vida da igreja primitiva – 4.32-37
f)       O pecado de Ananias e Safira – 5.1-11
g)      O crescimento contínuo da igreja – 5.12-16
h)      A segunda prisão dos apóstolos – 5.17-42
III. A IGREJA COMEÇA A EXPANDIR-SE – 6.1 – 9.31
a)      A nomeação dos sete – 6.1-7
b)      A controvérsia sobre Estêvão – 6.8-15
c)      O discurso de Estevão – 7.1-53
d)     A morte de Estevão – 7.54 – 8.1
e)      O evangelho se espalha até Samaria – 8.4-25
f)       A conversão de um etíope – 8.26-40
g)      A conversão e vocação de Paulo – 9.1-19
h)      Paulo começa a pregar – 9.19-31
IV. O COMEÇO DA MISSÃO AOS GENTIOS – 9.32-12.25
a)      As obras poderosas de Pedro – 9.32-43
b)      A conversão de Cornélio – 10.1-11.18
c)      A igreja em Antioquia – 11.19-30
d)     A prisão e o escape de Pedro – 12.1-25
V.    A MISSÃO À ÁSIA MENOR E SUAS CONSEQUÊNCIAS – 13.1-15.35
a)      A vocação à missão – 13.1-3
b)      A evangelização em Chipre – 13.4-12
c)      A evangelização na sinagoga de Antioquia da Psídia – 13.13-52
d)     O conflito em Icônio – 14.1-7
e)      A evangelização dos pagãos em Listra – 14.8-20
f)       A viagem de volta à Antioquia – 14.21-28
g)      O concílio em Jerusalém – 15.1-35
VI. A CAMPANHA MISSIONÁRIA DE PAULO NA MACEDÔNIA E ACAIA – 15.36-18.17
a)      Paulo, Barnabé, Marcos e Silas – 15.36-42
 
b)      A volta de Paulo a Derbe e Listra – 16.1-5
c)      A chamada à Mecedônia – 16.6-10
d)      Filipos: a primeira igreja da Macedônia – 16.11-40
e)     Tessalônica e Beréia – 17.1-15
f)      Atenas: o discurso no Areópago – 17.16-34
g)       Corinto – 18.1-17
II.    A CAMPANHA MISSIONÁRIA DE PAULO NA ÁSIA – 18.28-20.38
a)      Paulo parte de Corinto – 18.18-21
b)      Paulo viaja a Cesaréia e a Antioquia – 18.22-23
c)      A chegada de Apolo – 18.24-28
d)     Os doze discípulos em Éfeso – 19.1-7
e)      A obra de Paulo em Éfeso – 19.8-22
f)       A reação do paganismo em Éfeso – 19.23-41
g)      A viagem de Paulo de Éfeso a Mileto – 20.1-16
h)      O discurso de despedida de Paulo em Mileto – 20.17-38
III. PAULO É CAPTURADO E ENCARCERADO – 21.1-28.31
a)      A viagem de Paulo para Jerusalém – 21.1-16
b)      Paulo é capturado em Jerusaém – 21.17-36
c)      A defesa de Paulo diante da turba – 21.37-22.29
d)     Paulo comparece diante do sinédrio – 22.30-23.10
e)      Paulo é transferido para Cesaréia – 23.1-35
f)       Paulo comparece diante de Félix – 24.1-27
g)      Paulo comparece diante de Festo – 25.1-12
h)      Paulo comparece diante de Festo e Agripa – 25.13-26.32
i)        A viagem para a Itália – 27.1-28.16
j)        Paulo e os judeus em Rom a – 28.17-31




Nenhum comentário:

Postar um comentário