terça-feira, 15 de junho de 2021

VIDA CRISTÃ ABUNDANTE

 

 



Apocalipse 11.1 afirma: “E foi-me dada uma cana semelhante a uma vara: e chegou o anjo, e disse: Levanta-te, e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram”. Essa expressão subtende níveis de vida espiritual. Deus deseja que vivamos uma vida cristã abundante (Jo 10.10; 7.38,39; Ef 5.18-21).

Ezequiel 47.5 fala das águas que “eram profundas; águas que se deviam passar a nado; ribeiro pelo qual não se podia passar”. Deus quer que cheguemos a esse nível em nossa vida espiritual. Ele deseja que vivamos uma vida cristã abundante, profunda, frutífera, vitoriosa em Cristo.
 
O crente e a salvação
 
Em Tito 2.11, vemos que a sa1vaçao pela graça de Deus é anunciada para todos os que quiserem. Em Tito 3.4,5, aprendemos que a salvação é recebida (“nos salvou”, v5). E em Hebreus 6.9, lemos que a salvação traz consigo muitas riquezas. O escritor bíblico fala de “coisas que acompanham a salvação”. Há bênçãos de Deus contínuas para aqueles que estão em Cristo.

E por falar em salvação, devemos nos lembrar da nossa responsabilidade de proclamá-la. O crente deve falar da salvação em Cristo todos os dias (Sl 71.15).
 
O crente e a Palavra de Deus
 
Se queremos ter uma vida cristã abundante, devemos meditar na, obedecer a e viver a Sagrada Escritura. A Palavra de Deus é “lâmpada para os meus pés” (isto é, agora) e também “luz para o meu caminho” (isto é, minha vida em continuação) (Sl 119.105).

Em Salmos 119.11, lemos que a Palavra de Deus nos guarda do pecado (e não no pecado). A Palavra de Deus “é viva e eficaz” (Hb 4.12). Ela é poderosa (Jr 23.29).

Todo crente deve ler a Bíblia todos os dias se quer crescer em Deus (Dt 17.18,19; Js 1.7; Ne 8.18; Sl 1.2; At 17.11).

O crente deve ter o conhecimento da Palavra de Deus (no seu intelecto) e o apego e obediência à Palavra (no seu coração) (Jo 8.32; Hb 8.10; Hb 10.16).
 
O crente, a oração e o jejum
 
1) O crente deve perseverar em oração, sem desfalecer (Lc 18.1).

2) Se você é um santo do Senhor, então ore! (Sl 32.6).

3) Efésios 6.18 nos mostra como deve ser nossa vida de oração:

a) Oremos sempre (“orando em todo o tempo”).

b) Oremos diversamente. Há muitas formas de oração a Deus (“com toda oração e súplica”).

c) Oremos “no Espírito”. Isto é, oremos através do Espírito Santo. Em outras palavras: não se consegue, sozinho, orar mesmo. Orar mesmo, só com a ajuda e a agência do Espírito Santo dentro de nós (Rm 8.26,27; Jd v20).

d) Oremos vigiando (“e vigiando nisto”). Isto é, oremos em estado de alerta espiritual, porque há um Diabo contra a oração, e contra quem ora.

e) Oremos com perseverança, sempre continuando (“com toda a perseverança e súplica”).

f) Oremos com amor, sem discriminação; oremos até mesmo pelos nossos oponentes (“por todos os santos”).
 
O crente deve orar cada dia
 
a) Salmos 88.9:  “Tenho clamado a Ti todo o dia”.

b) Disse Jesus “quando orares”, e não “se orares” (Mt 6.6).

c) Disse Jesus “quando jejuares”, e não “se jejuares” (Mt 6.12).
 
O crente e o Espírito Santo
 
a) O Espírito Santo age na conversão do pecador e na vida cristã subsequente (Jo 3.3-8; 16.8-11; 14.16,17,20; Rm 8 [todo]; 1Jo 4.1).

b) O batismo com o Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.5; 2.1-4,38; 10.44-46; 19.2-7).

c) Os dons do Espírito Santo (1Co 12.1-11,28-31; 14 [o capitulo todo]; Rm 12.6-8).

d) A vida do crente é sempre avivada e renovada no Espírito Santo (2Co 4.16; Tt 3.5; Ef 5.18-21). 2 Timóteo 1.6 afirma “que despertes”. No grego, é “ana/zoo/pireo”, que é “reaviva em ti o fogo do Alto".
 
O crente e o cuidado com a sua fé
 
a) Hebreus 11.6: “Sem fé é impossível agradar a Deus”.

b) Romanos 1.17 : “O justo viverá da fé”.

c) Mateus 17.20: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda...”.

d) Lucas 8.25: “Onde está a vossa fé?”.

e) Marcos 11.22: “Tende fé em Deus”.

f) Romanos 4.20: Abraão “foi fortificado na fé, dando glória a Deus”.

g) Hebreus 11.4-39: “Pela fé (...)”. Todos os homens e mulheres de Deus, referidos em Hebreus 11, tiveram um traço espiritual comum entre eles e Deus: a fé (“pela fé”).
 
O crente e a doutrina bíblica
 
a) A doutrina é a base fundamental e inicial em que a igreja deve apoiar-se (At 2.42).

b) Jesus levou aproximadamente um terço do Seu ministério terreno doutrinando (Mt 4.23; 9.35; Mc 14.49 – Nestas três passagens, “ensinando” e “doutrinando”, literalmente).

c) Sobre a igreja e a doutrina (At 5.42; 1Tm 4.6,16; 2Tm 4.2; Tt 1.9; 2.1), se na igreja houver omissão e/ou corrupção na doutrina haverá também corrupção no culto, nos seus elementos e no seu conteúdo.
 
O crente e a sua santificação
 
a) Há a santificação posicional do crente (a santificação “em Cristo”: 1Co 1.2; 6.11; Fp 1.1; 3.15; C1 2.10; Hb 10.10).

b) Mas há também a santificação subjetiva do crente, isto é, sua santificação pessoal e progressiva, no seu viver diário, aqui e agora (Lv 20.7; 11.44; Lc 1.75; 2Co 7.1; 1Ts 5.23; 1Pe 1.15,16; 2Co 3.17,18; Hb 10.14 [ver no grego]; 12.14; Fp 3.12; 1Jo 1.7,9; cf. Ez 24.13).

c) O crente deve viver em santidade e justiça cada dia (Lc 1.75).
 
O crente e sua adoração ao Senhor
 
Sobre o nosso culto ao Senhor:

a) Devemos louvar e adorar ao Senhor (2Cr 29.30).

b) O culto depende de haver sacrifício (2Cr 29.27 c/c Rm 12.1).

c) Cultuar a Deus conduz-nos à vitória (1Cr 17.16-18.1; ler também Salmos 95.6; 96.1-9; e Isaías 43.21).

d) Deus busca primeiramente adoradores, antes da adoração (Jo 4.23).

e) O crente deve adorar ao Senhor em cada dia (Sl 145.2; 61.8; 96.2; 2Cr 8.14).
 
O crente e o trabalho para Deus
 
Aqui vemos o crente como servo do Senhor; é o crente e sua diaconia. O crente torna-se filho de Deus pela fé (Jo 1.12,13) e torna-se servo de Deus por amor (2Co 4.5; Êx 21.2-6; Dt 15.16,17). É próprio do amor servir. Quem serve pouco é porque ama pouco. A oração do crente como servo de Deus deve ser: (1) Faz-me um servo BOM; (2) Faz-me um servo FIEL; (3) Faz-me um servo SANTO; (4) Faz-me um servo HUMILDE.

a) O crente e sua mordomia cristã como servo de Deus – De tudo o que somos e temos, somos apenas mordomos (=administradores); o dono mesmo de udo é Deus (Lc 12.42-48; Rm 12.14; 2Co 5.10).

b) Devemos observar: (1) a mordomia do SER inteiro do crente (espírito, alma e corpo) para com Deus; (2) a mordomia dos BENS pessoais do crente para com Deus; (3) a mordomia do TEMPO do crente para com Deus; (4) a mordomia dos TALENTOS do crente para com Deus; (5) a mordomia das FINANÇAS do crente para com Deus (1Cr 29.5; Ml 3.8-10).

c) Mais referências sobre o crente como servo: Mt 24.45-51; 1Co 9.19-23; 4.2; 15.58; Ef 2.10; 2Tm 2.21; 3.17; Fp 2.5-7; Rm 12.1,11; 15.2).

d) O Senhor Jesus como servo (Is 42.1-7; Mt 20.28; Jo 13.1-16 – e, pouco antes, como “rei”, em João 12.13,15). Em Filipenses 2.3-11, vemos Seu supremo exemplo como servo.

e) O crente, como servo, deve trabalhar para o Senhor todos os dias. Em Mateus 21.28, lemos “vai trabalhar hoje na minha vinha”.

Daremos uma breve pausa no assunto aqui e, na segunda parte, falaremos sobre crescimento e maturidade.
Sobre o crescimento e a maturidade na vida cristã, encontramos, por exemplo, as passagens de 2 Pedro 2.2, João 6.63 e Mateus 6.11. Mas, a Bíblia fala ainda:

a) Da nutrição para o crescimento espiritual do crente (Hb 5.11-14).

b) Da maturidade em atraso no crente: “pelo tempo (...)” (Hb 5.12). Ler ainda 1 Coríntios 3.1-4.

c) Dos crentes subdesenvolvidos espiritualmente (1Co 13.11).

Todos são “meninos” na fé na fase da conversão; até o apóstolo Paulo o foi (Ef 4.13-15). Todos devem procurar atingir a maturidade cristã (Cl 1.28,29). Um crente sempre imaturo é um problema para ele mesmo e também para os outros.

Não devemos viver em meninice espiritual. Efésios 4.14 afirma: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes (...)”. Crianças, no sentido físico, são relativamente fáceis de detectar; no sentido espiritual, também, havendo, é claro, exceções!

Vejamos a seguir alguns sinais de meninice espiritual do crente:

a) A criança fala muito;

b) A criança, por natureza, é egoísta (tudo é “eu”; tudo é “meu”);

c) A criança brinca muito;

d) A criança “briga” muito;

e) A criança dorme muito (e dorme em qualquer lugar);

f) A criança gosta muito de ruído, de barulho (E gosta geralmente nos momentos mais impróprios para os adultos! Quanto mais barulho, mas a criança gosta!);

g) A criança gosta muito de doces (Pv 25.16,27; Lv 2.11), e doce engorda, e engordar não é crescer;

h) A criança é muito sentimentalista, vive pelo que sente; é muito sensível; chora por qualquer coisa; amua-se por qualquer coisa e amua-se num instante;

i) A criança é muito crédula, não questiona as coisas, crê em tudo sem argumentar e aceita tudo sem testar e sem discutir;

j) A criança não gosta de disciplina, não gosta de obedecer (Mas, saiba-se também que é impossível viver uma vida santa e vitoriosa apenas pela obediência à lei de Deus; é preciso também a predominância do Espírito Santo em nossa vida, para que, além de obedecer a Deus, agrademos a Deus);

l) A criança é fantasiosa, exagera as coisas, cria o seu mundo para si;

m) A criança pequena não tem equilíbrio, não tem firmeza, tropeça com facilidade, escorrega, cai;

n) A criança é imitadora, e imita, inclusive, o ato de trabalhar (brincando de trabalhar);

o) A criança é fraca em geral, jamais tem resistência como um adulto;

p) E a criança não entende coisas difíceis, coisas de gente grande (2Tm 3.16,17).

Como criança, devemos ser apenas no que diz respeito à simplicidade (Mt 18.3,4).

A Palavra de Deus (2Tm 3.16) é o principal instrumento da maturidade cristã. “Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Tm 3.17).
Em Colossenses 4.12, Paulo escreveu: “Sauda-vos Epafras, que é dos vossos; servo de Cristo, combatendo sempre por vos em orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda a vontade de Deus”.

A vontade de Deus, no sentido individual, é o Seu querer e direção para a nossa vida pessoal e em todo o nosso viver e agir, em todos os aspectos da vida. A maior honra e privilegio do homem depois da Salvação é ter a oportunidade de fazer a vontade de Deus. Adão foi criado com esse privilégio, mas perdeu-o por causa do pecado (Rm 7.10). A vontade de Deus é assunto altamente prioritário na oração de todo filho de Deus, todos os dias (Mt 6.10; 1Jo 5.14).

Deus dotou o homem de três extraordinários poderes ou faculdades, a saber: intelecto, sensibilidade e vontade, sendo o poder da vontade o de maior responsabilidade. O poder da vontade (ou poder volitivo) é o nosso poder de escolher, de querer, de decidir e resolver (Jó 5.6; Gn 24.5b; Js 24.15; Is 1.19; Mt 23.37).

Textos-base para o estudo da vontade de Deus são Colossenses 1.9,10 (Devemos CONHECER a vontade de Deus), Efésios 5.17 (Devemos ENTENDER a vontade de Deus), Salmos 143 (Devemos orar para APRENDERMOS A FAZER a vontade de Deus) e Colossenses 4.12 (Devemos ser CONSUMADOS em toda a vontade de Deus).

Quatro tipos de vontade podem haver em nossa vida: a vontade de Deus, a minha vontade (=a vontade da carne) (Rm 7.18; 1Co 9.27; Jo 21.3) – essa vontade, mesmo sendo "boa", não é vontade de Deus –, a vontade de outrem ou de outros, e a vontade do Diabo (2Tm 2.26).

A vontade de Deus é manifestada sob dois aspectos: a vontade geral de Deus e a vontade individual de Deus para conosco.

A vontade geral de Deus é a chamada “providência divina”. São o Seu eterno plano, Seus eternos desígnios e Suas leis gerais em andamento (Ef 2.10; 3.11; Sl 119.91). Ela é manifesta através de Suas leis cósmicas, físicas, naturais, morais, cívicas e espirituais. A vontade geral de Deus é universal.

A vontade individual de Deus para conosco é a Sua vontade específica para cada indivíduo. Essa vontade individual de Deus não é determinista, fatalista, cega, arbitrária, que anula a liberdade do homem como homens, como ensinam os predestinalistas. Essa vontade individual de Deus pode ser Sua vontade permissiva ou perfeita. A vontade permissiva de Deus pode ser vista em passagens como Salmos 106.15 e Números 11.18. Já a vontade perfeita de Deus, em Romanos 12.2.

Pastor Antonio Gilberto CPAD NEWS.

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