Conta-se que uma
estação de rádio resolveu fazer um concurso de locução baseado em uma passagem
da Bíblia, e foi escolhido pelos ouvintes a passagem bíblica do Salmos 23, este
deveria ser citado pelos participante, até que a mesa julgadora escolheria o melhor
de todos, no dia da apresentação uma a um dos concorrentes começaram a
apresentar sua perfoma -se, um tinha mais habilidade e técnicas do que o outro
e, por isso, ganhavam as melhores notas. Mas, apareceu entre os participantes
um senhor idoso, que embora desprovido de todas as habilidades técnicas
necessárias, foi o único que tirou lágrimas do auditório, que atento o ouvia,
este por sua vez fez até os jurados esquecer de anotar os pontos. Mas, um dos
participantes sem entender a reação do auditório perguntou a um colega, por que
um homem de voz arranhada conseguiu fazer comover as pessoas ao citar o salmo
do pastor? A resposta foi enquanto todos os locutores demonstraram conhecer o
salmo do pastor, aquele homem idoso foi o único que demonstrou conhecer o
pastor do salmo. Entendemos que muitos têm uma boa informação técnica sobre
Deus, mas poucos ou nenhum relacionamento com Deus, o sumo pastor, por isso,
encontra-se perdido.
É importante mencionar
que oásis, deserto e curral é o cenário desse salmos, podemos ver isso nas
expressões como verdes pastos e águas tranquilas, vale da sobra da morte e
preparas uma mesa. É bem verdade que mostra dia-a-dia do pastor e das suas
ovelhas.
É curioso, mas se faz
necessário enfocar que as ovelhas devido a sua natureza coletiva, elas não se
dão bem com criação de isolamento, elas vivem melhor em rebanho, junto a
companhia de outras ovelhas, isso retrata bem a vida humana, alguém disse certa
vez: que nenhum homem é uma ilha.
Compreendemos que a
travessia do deserto nem sempre é uma tarefa fácil, devido certas
peculiaridades que são próprias das ovelhas que dificultam o processo, as
ovelhas são animais mamíferos com o peso médio de 50 quilos na fase adulta,
podendo fornecer 4 a 12 quilos de lã a cada tosquia. Mas, é onde para descrição
técnica que inicia as peculiaridades vista pelo pastor. É comum ver no oriente
médio duas pessoas cuidando do rebanho, um jovem e um ancião, uma moça e uma
rapazinho adolescente ou então uma criança.
Outro fato curioso é
que a ovelha não aceita bem a troca de proprietário, ela se acostuma tanto com
o pastor anterior que fica deprimida com sua ausência, recusando inclusive a
água ou comida dada pelo novo pastor que ainda lhe é um estranho, por isso, é
costume vender as ovelhas adultas caso o pastor não esteja junto para o
matadouro , e nunca para o outro pastor a qual teria dificuldade para se
adaptar por melhor que sejam tratadas, para remediar essa situação, caso haja a
necessidade do pastor se ausentar por um tempo, ou até mesmo definitivamente,
em caso de morte, a estratégia é colocar um segundo pastor frente do dito
rebanho, então as ovelhas estaria de modo gradativo acostumando com este outro
pastor, e assim as ovelhas podem superar a ausência do primeiro.
Contudo, podemos ver
que a relação pastor e ovelha é bem mais forte do que poderíamos imaginar, daí
a beleza de sermos considerados de forma poética ovelhas que podem chamar,
neste caso, o nosso Deus como meu pastor, como faz o salmista. Em hebraico
seria “Adonai Roí”, isto é, um título para Deus, um pronome de tratamento que
traduzido pode ser “Senhor o meu pastor”. Já o termo “nada me faltará” é bom
esclarecer que não têm o sentido de que tudo que eu desejo eu terei, mas
significa que “de nada teria falta”, ainda que não tenha tudo; seria
basicamente aquele pensamento que diz: “não tenho tudo que amo, mas amo tudo
que tenho”, ou seja, isto me faz mais suprido; Deus nós dá o necessário, do que
aqueles que dizem tenho todas coisas.
Outro traço marcante
das ovelhas é o senso de medo ou terror, tendo em vista não possuir elementos
naturais de autodefesa como garra, dentes afiados ou veneno, logo em virtude
disso, é compreensivo o porquê delas ter medo de qualquer coisa, e em alguns
casos até do seu próprio reflexo na água, como também o barulho das correntezas
pode assusta-las, é por isso, que após a travessia pelo deserto, o pastor deve
conduzi-las, é as águas tranquilas, chamada de água do descanso, ou a água que
descansa, portanto, águas tranquilas para não assusta-las ao ponto de impedir
que sacie a sua sede; isso é bastante curioso, imagine um animal próximo a
fonte de água, morre de sede, apenas por que tem medo, pois esse é o
comportamento bem semelhante do ser humano; afinal de contas quantas pessoas
existem que perdem a oportunidade de amor, de carinho, vitória na vida
apenas, apenas porque tem medo de amar,
medo de servir por causa da decepção, medo de confiar, medo de arriscar, o pior
medo de Deus. Podemos dizer que estas são como ovelhas sedentas, porém,
medrosas que se tornam infelizes de tanto querer serem felizes.
Conta-se que um beduíno
certa vez explicou que em algumas ocasiões, o pastor, tem que pegar água com as
mãos e trazer até a boca da ovelha para que a mesma possa beber e não morrer de
sede, isso aumenta mais o sentido do pastor aplicado a Deus, quando é dito que
Ele nos leva as águas tranquilas e refrigera a nossa alma, mesmo em meio aos
nossos temores e lutas. Vejamos a rotina dos pastores na terra de Israel, a sua
tarefa é vigiar as ovelhas para que nenhum mal aconteça e tenha cuidado para
que elas não passem necessidades. É bom informar que as roupas de um pastor não
são as mais bonitas que uma pessoa possa ter, levam as marcas do labutar
diário, além do sol do deserto que castiga sua pele todos os dias, o mais
interessante é que ele sabe que essa será sua tarefa na manhã seguinte, e mesmo
assim, o bom pastor não se importa, ele gosta do que faz e ama o seu rebanho;
Essa é uma comparação semelhante que jesus fez a sua pessoa e ao pastor de
ovelhas em João 10.11. Nosso Senhor faz a comparação do seu amor, como um
pastor que cuida seu rebanho.
Finalmente, chega à
tardinha é a hora de todos retornarem para o curral, o ideal é sair no momento
que não se pegue o causticante sol do dia, e tampouco, o vento frio da noite. Foi
talvez imaginado o caminho de volta ao aprisco, que Davi propôs, ele guia pela
vereda da justiça, isso quer dizer que Deus leva-nos por caminhos retos, não
tortuosos, com Deus estamos seguro de volta para casa ou ir a qualquer lugar.
O texto nos mostra a
possibilidade de provações ao longo do caminho, a companhia do pastor oferece
conforto e segurança, mas não garante uma paisagem aparentemente tranquila,
existe a possibilidade de andar pelo vale da sobra da morte. O vale da sobra da
morte seria um lugar real, na verdade era um caminho íngreme, e apertado em
meio as rochas que oferece risco de morte para o rebanho, desde os ataques de
animais que ficava nos penhascos, até mesmo aqueda que provocaria a morte. Mas,
esse era um trajeto inevitável para voltar para casa, como enfrentá-lo e como
fazer com que animais tão medrosos atravessem uma região tão difícil como essa;
bem alguns pastores desenvolveram uma técnica de adestramento, eles passaram a
cantar ou tocar para que as ovelhas ao som de sua voz se acalmassem, as ovelhas
por sua vez formavam uma fila e passavam pelo lugar perigoso, assim elas
reconheciam a voz do seu pastor e o seguiam. Jesus disse certa vez: “as minhas
ovelhas ouvem a minha voz e me seguem” (João 10.27). Porém, existe a
possibilidade de uma ovelha cair; caso a ovelha caísse como o pastor iria
regatá-la? Para isso o pastor contava com o seu cajado, pois o salmista afirma
que “a tua vara e o teu cajado” (Sl 23.4), é importante enfatizar que o cajado
do pastor tem três funções: A primeira, era que funcionava como vara, quando a
ovelha se dispersasse o pastor batia na ovelha desobediente fazendo voltar para
o grupo; A segunda, seria como o cajado servia para tocar o rebanho e suas
pontas funcionava como um gancho, literalmente o pastor pescava sua ovelha,
quando esta estava machucada ou fora do alcance de seus braços. A terceira era
que nas pontas do cajado tinha um segredo, havia um encaixe embutido que se
transformava em uma lança de metal, que o pastor usaria em caso de ataque de um
predado como um uso, lobo ou leão, ao lado disso, muitos pastores tinham uma
funda. Portanto, podemos dizer que a vara ou cajado servia para disciplinar,
salvar e proteger. Aprendemos que o nosso Deus salva, protege e também
disciplinar para aperfeiçoar.
O salmista faz menção: “preparas uma mesa perante mim.” (Sl 23.5). Agora vemos uma cena de um
rebanho próximo ao aprisco, as ovelhas parecem perceber que estão chegando em
casa, e que o deserto ficou para trás, ali o pastor costuma dá uma última
refeição que supre suas energias, aquelas gastas na travessia do deserto, e
assim, elas estarão prontas para dormir; mas antes disso o pastor faz uma
recontagem das ovelhas, pois este processo de contar as ovelhas é realizado ao
longo do dia para ver se não falta alguma. Pois, o deserto traiçoeiro pode
desviar alguma ovelha; certa ocasião Jesus falou do pastor que tinha cem
ovelhas e uma dessas ovelhas tinha se perdido, mas o bom pastor foi busca-la,
tal relato nos ensina que somos preciosos para o Senhor, mostrando assim, o
amor de Deus e o seu cuidado.
FRATERNALMENTE EM CRISTO.
Josué de Asevedo Soares
Que Histórico interessante desse Salmos. Mensagem esclarecedora. Deus seja louvado.
ResponderExcluirAprendi muito. Deus seja louvado!
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