INTRODUÇÃO
Hebreus 9.27 nos confronta com duas certezas
universais e irrevogáveis: a MORTE e o JUÍZO. Esta passagem não deixa
espaço para indecisões, esquivas ou ilusões. Todos nós, sem exceção,
enfrentaremos o fim desta vida. E segundo este versículo, haverá julgamento.
Esta é a verdade que Deus deseja que cada ser humano reconheça.
O tema escolhido faz cada um de nós venha refletir
sobre uma questão vital: aonde você vai passar a sua eternidade? Não é uma
pergunta para depois, mas para agora. A eternidade é real e a Bíblia não faz
concessões quanto ao seu destino.
O QUE É A ETERNIDADE?
Na Bíblia, eternidade não é apenas a ideia de “muito tempo” ou de
uma existência sem fim. A eternidade é, acima de tudo, a forma de Deus
existir. Ela
descreve a realidade divina que está acima do tempo, mas que também age dentro da história humana para salvar, restaurar e
conduzir todas as coisas ao Seu propósito.
1.
Eternidade é o próprio modo de ser de Deus – Veja que a Bíblia afirma:
·
“De eternidade a eternidade, Tu és
Deus” (Sl 90.2).
·
“Eu sou o Alfa e o Ômega” (Ap 1.8).
Isso significa que
Deus não começou a existir e nunca deixará de existir. Ele não é limitado pela passagem do
tempo, Ele o criou (Gn 1.1). Para Deus, passado, presente e futuro estão sempre
abertos diante dEle.
2. Eternidade, para nós, é relacionamento permanente com Deus - A Bíblia
nunca fala da eternidade apenas como uma linha infinita; ela fala como um estado
de vida:
·
Jesus disse: “E a vida eterna é esta: que Te conheçam a
Ti” (Jo 17.3). Ou seja, eternidade não é só duração,
mas qualidade de vida, a vida que nasce
da comunhão com o Pai, por meio do Filho, no Espírito. É viver na presença de
Deus agora e para sempre.
3.
Eternidade é esperança, não medo. A eternidade, na Bíblia, não é
uma ameaça, mas uma promessa amorosa para aqueles que estão em Cristo:
·
“Assim estaremos para sempre com
o Senhor” (1Ts 4.17). É a certeza de que a morte não é o final, que nossas lágrimas têm limite (Ap
21.4), e que existe um futuro onde o mal não terá mais poder.
4.
Eternidade começa no coração do crente aqui e agora
Quando a pessoa nasce de novo, ela não apenas
recebe um destino eterno, ela começa a
experimentar vida eterna já no presente:
·
“Quem crê tem a vida eterna” (Jo 6.47). O
Espírito Santo cria em nós essa consciência de que somos parte de algo maior
que o tempo, maior que o sofrimento, maior que a própria morte.
5. Uma definição pastoral
sobre a eternidade - Eternidade é a realidade divina onde o amor de Deus não tem
limites, o tempo não desgasta nada e a morte não tem voz. É o abraço permanente de Deus, começando agora e se
consumando para sempre.
Frase importante:
“A eternidade não é um lugar para se improvisar; é uma realidade para a
qual devemos estar preparados.”
TRÊS VERSICULOS IMPORTANTE NESSA MENSAGEM:
1)
Amós 4.12 (ARC): “Portanto, assim te farei, ó Israel; e porque te
farei isso, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus.”
2)
Eclesiastes 12.14 (ARC): “Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até
tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.”
3)
Mateus 24.44 (ARC): “Por isso, estai vós apercebidos também; porque o
Filho do homem há de vir à hora em que não penseis.”
Καὶ καθ’
ὅσον ἀπόκειται τοῖς ἀνθρώποις ἅπαξ ἀποθανεῖν, μετὰ δὲ τοῦτο κρίσις,
(Kai kath' hoson apokeitai tois anthrōpois hápax
apothanein meta de touto krisis)
Abaixo
está a tradução literal e o significado de cada parte:
Καὶ (Kai): "E" ou "Assim também"
(conectivo).
καθ’ ὅσον
(kath' hoson): "assim como" ou
"na medida em que".
ἀπόκειται
(apokeitai): "está ordenado",
"está reservado", "está determinado". É uma forma passiva,
indicando que a ordem vem de uma autoridade superior (Deus).
τοῖς
ἀνθρώποις (tois anthrōpois): "aos
homens", "às pessoas", "à humanidade".
ἅπαξ (hapax): "uma só vez", "uma única
vez". Esta palavra é crucial, pois enfatiza a singularidade do evento da
morte física para cada indivíduo.
ἀποθανεῖν
(apothanein): "morrer" (infinitivo
aoristo). Refere-se ao ato da morte física.
μετὰ δὲ (meta de): "mas depois", "e depois
disso".
τοῦτο (touto): "isto" (referindo-se à morte).
κρίσις (krisis): "juízo" ou "julgamento".
Refere-se ao ato de ser julgado após a morte.
O texto enfatiza a finalidade e a irreversibilidade
da morte como um evento único na existência humana, estabelecido por Deus,
seguido imediatamente por um julgamento. Não há menção ou espaço no texto grego
para conceitos como reencarnação ou segundas chances após a morte, que são
refutados pelo uso enfático da palavra "ἅπαξ" (hapax - uma só vez). O
contexto de Hebreus 9 compara a morte única dos homens ao sacrifício único e definitivo
de Cristo pelos pecados, contrastando com os repetidos sacrifícios da antiga
aliança.
Hebreus 9.27 começa afirmando uma realidade
inescapável: “aos homens está ordenado morrerem uma só vez.”
·
Não importa idade, posição social, inteligência,
riqueza ou obras.
·
Todos passam ou passarão pelo mesmo portão: a
morte.
·
É a grande equalizadora (uniformizadora) da
humanidade.
Exemplo bíblico:
Lembre-se de Elias, que foi levado ao céu de forma milagrosa (2 Reis 2). Ele
viveu com o destino eterno em mente, e sua vida demonstra que a consciência da
eternidade muda nossas decisões diárias. Muitas pessoas vivem como se fossem
imortais, adiando decisões espirituais importantes. Mas o texto é claro: não há
segunda oportunidade na terra para ajustar a eternidade.
Frase importante:
“Não é o que você acumula na vida que importa, mas o que você constrói para
a eternidade.”
Ilustração prática: Imagine um relógio que nunca
atrasa, nunca adianta, nunca para. Cada segundo de vida é precioso e
irrecuperável.
John Calvino escreveu: “A morte não é somente um
fim, mas o começo da eternidade que recompensa ou pune.”
3) O JUÍZO É INEVITÁVEL
O texto continua: “…vindo, depois disto, o
juízo.”
·
Não é apenas a morte que é certa, mas também o
juízo.
·
Não há neutralidade, limbo (lugar intermediário
entre o céu e o inferno) ou esquecimento. Cada vida será revista.
·
A palavra “juízo” indica responsabilidade,
avaliação e destino.
O juízo não é coletivo apenas; é pessoal. Cada
indivíduo prestará contas de suas escolhas. Nada do que escondemos de Deus
permanece oculto.
Exemplo bíblico:
O rei Saul (1 Samuel 28) mostrou que fugir do juízo ou da responsabilidade não
impede as consequências eternas.
Frase importante:
“O juízo é certo. A questão é: você estará preparado ou desprevenido?”
Martinho Lutero afirmava que “a consciência
do juízo final deve mover o homem à oração, arrependimento e fé diária.”
4) SOMENTE CRISTO PODE ALTERAR SEU DESTINO
Hebreus 9 não deixa apenas a advertência, mas
aponta a solução: Cristo é o mediador que abriu a porta da eternidade para quem
crê.
·
Jesus se ofereceu uma vez por todos, tornando
possível o perdão dos pecados.
·
O julgamento é certo, mas a graça é maior do que
qualquer pecado.
·
A única maneira de escapar da separação eterna é
pela fé em Cristo.
Exemplo bíblico:
O ladrão arrependido na cruz (Lucas 23:42-43) não teve tempo de obras longas;
ele confiou em Cristo nos últimos momentos de vida e recebeu a promessa do
paraíso.
Frase importante:
“Não é o quanto você viveu que determina seu destino, mas em quem você confiou
quando a vida terminou.”
C.S. Lewis dizia: “A questão não é ‘vamos
todos para o céu?’, mas sim ‘você está preparado para ir?’”
5) EXISTEM APENAS DOIS DESTINOS
A Bíblia é clara: existem dois destinos eternos.
- Céu: comunhão eterna com Deus,
vida plena, paz e alegria sem fim.
- Apocalipse
21.3-4 fala de um lugar sem morte, dor ou lágrimas.
- João
14.1-3 promete uma morada segura para quem crê em Cristo.
- Inferno: separação consciente e
eterna de Deus.
- Mateus
25.46 descreve a punição como eterna.
- Apocalipse
20.10,15 confirma o lago de fogo como destino definitivo.
Não há terceira opção. Não há purgatório, zona
cinzenta ou revisão futura.
Frase importante: “Na eternidade, não há ensaios; o que você
escolher agora, será seu para sempre.”
6) APLICAÇÃO DA MENSAGEM - Se a morte e o juízo são
inevitáveis, adiar a decisão espiritual é um risco que ninguém pode correr.
- Estamos
vivendo com a eternidade em mente?
- Nossa
fé em Cristo é genuína ou superficial?
- O
que fazemos hoje determina nosso destino eterno.
Pensamento de teólogo: John Stott dizia: “A fé que
não transforma o presente, não garante o futuro eterno.” Assim como
planejamos e economizamos para garantir segurança futura, precisamos “investir”
na eternidade. Escolhas diárias em oração, amor e fé constroem nosso destino
eterno.
Frase importante: “A eternidade começa agora; não adie decisões
que só poderão ser feitas uma vez.”
7) A Promessa de Eternidade com Cristo:
Exemplos Bíblicos e Fundamentação Teológica
A Escritura apresenta diversos exemplos e
categorias de pessoas que se encaixam na promessa de passar a eternidade com
Cristo, revelando a amplitude da graça divina e a centralidade da fé como meio
de acesso à vida eterna.
7.1 O ladrão na cruz
O caso do ladrão arrependido (Lc 23.43) é talvez
o exemplo mais direto e imediato da promessa de estar com Cristo após a morte.
A resposta de Jesus — “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” —
demonstra que a salvação não depende de obras ou ritos, mas da fé sincera e do
arrependimento genuíno. Nesse episódio, Cristo assegura a comunhão imediata do
crente com Ele após a morte.
7. 2. Enoque e Elias
Enoque e Elias são figuras únicas do Antigo
Testamento, pois não experimentaram a morte física de modo comum. Enoque “andou
com Deus e já não foi encontrado, porque Deus o arrebatou” (Gn 5.24; cf. Hb
11.5), e Elias foi levado ao céu em um redemoinho (2 Rs 2.11). Ambos são
compreendidos como exemplos da vitória sobre a morte e antecipações da
esperança escatológica dos salvos.
7.3. Abraão
Abraão, o “pai da fé”, é um modelo perene de
justificação pela fé: “Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça”
(Rm 4.3). Jesus se refere ao “seio de Abraão” como um lugar de consolo e
comunhão para os justos (Lc 16.22), apontando para a continuidade da vida após
a morte e a bem-aventurança reservada aos que confiam nas promessas divinas.
7.4. Os apóstolos e
discípulos de Jesus
Os apóstolos, como Pedro, João e Paulo,
entregaram suas vidas ao serviço do Reino e foram consolados pela certeza da
vida eterna. Paulo expressou o anseio de “partir e estar com Cristo, o que é
incomparavelmente melhor” (Fp 1.23), testemunhando a confiança do crente na
comunhão imediata com o Senhor após a morte física.
7.5. Todos os que creem
em Cristo
A promessa de vida eterna é estendida a todos os
que creem no Filho de Deus. Textos como João 3.16 e João 10.28 afirmam que
“todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”, e que os salvos
“jamais perecerão, e ninguém os arrebatará da mão de Cristo”. A vida eterna é,
portanto, um dom gratuito de Deus, assegurado pela fé e pela obra redentora de
Jesus.
Esses exemplos revelam que a eternidade com
Cristo não é privilégio de poucos, mas a herança de todos os que depositam sua
fé e confiança nEle, independentemente da época em que viveram.
CONCLUSÃO
Chamamos você agora à reflexão: Em Hebreus 9.27
nos desafia a encarar a realidade: a morte e o juízo são certezas, e a
eternidade é inevitável.
·
O convite de Deus é simples: arrependa-se, creia
em Cristo, viva de acordo com Sua Palavra.
·
A decisão deve ser pessoal e consciente.
·
A graça de Deus é maravilhosa, mas exige
resposta imediata.
Frase importante:
“O destino não espera. A eternidade não tolera procrastinação. Hoje é a
hora de decidir.”
Para aqueles que já crêem: fortaleçam a fé e vivam
com a consciência do juízo e da graça.
Para aqueles que ainda não creram: a porta ainda está aberta. Hoje é o dia de
escolher a vida eterna. Cristo pagou o preço para que você tenha acesso ao céu.
Assim, enfatizamos que Hebreus 9.27 não é apenas um
texto para memorizar. É um chamado à ação. A morte e o juízo são certezas. A
graça é a oportunidade. O destino é a decisão. Faça a escolha certa hoje. Viva
com a eternidade em mente, e garanta que sua eternidade será passada com Deus.
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