quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A IMPORTANCIA DA GENEALOGIA NA BÍBLIA

O verbo hebraico para registrar a descendência legítima é yahhás, traduzido por ‘ser registrado genealogicamente’ (1 Cr 5.17); o substantivo aparentado é yáhhas, traduzido por “registro genealógico”. (Ne 7.5) O termo grego genealogia ocorre em 1 Timóteo 1.4 e em Tito 3.9, com referência a linhagens ou “genealogias” pessoais.
A genealogia no texto Sagrado tem o seu valor e a sua razão de ser mencionada como podemos ler em passagens como em Genesis 46.1-27; Êxodo 1.1-6; Números 1.1-46; 2.1-34 e 3.1-51 que trata especificamente dos serviços para o Tabernáculo, porém em seu inicio existe menção de nomes; há também texto como em Esdras 8 a lista dos que voltaram da Babilônia com Esdras, como também no capítulo 10 que faz menção dos Israelitas que se arrependeram e despedem suas mulheres heteias e Neemias 7 que menciona a leva daqueles que vieram do cativeiro. O capitulo 10 os nomes dos que selaram concerto; não são estes últimos especificamente genealogias, mas apenas citações de nomes. Porém, os primeiros capítulos do livro de I Crônicas, sendo, mas específico dos capítulos 1 a 9, chama muito a nossa atenção devido o escritor dedicar tanto tempo a genealogia, isto é, entre 25 e 30 por cento de Crônicas, com base em uma contagem de palavras real. Eis aí uma questão que exige cuidado e reflexão!
É importante enfatizar que o homem tem o desejo inato de conhecer seus ascendentes e de manter vivo o nome da sua família. Muitas nações antigas mantiveram extensos registros genealógicos, especialmente das linhagens de seus sacerdotes e reis. Infelizmente, para muitos leitores nos dias hodiernos a genealogia é um registro sem importância, tendo em vista resultar em uma leitura enfadonha e sem propósito. O motivo pode ser a falta do conhecimento do por que desses registros ou o que levaria alguém mencionar nomes após nomes? Não creio que o cronista desejava apenas ocupar espaço para escrever um livro. É importante deixar claro que no mundo antigo, a identidade de uma pessoa estava enraizada na família, e possivelmente, no seu clã ou tribo. A etnia era a essência ou a confissão pública e particular da pessoa naquele tempo. Muitos compreendem que o principal propósito do escritor de Crônicas, foi transmitir uma idéia de unidade e fidelidade a Israel, que se encontrava dispersa e desacreditada no período de seu cativeiro. Podemos ainda corroborar que algumas genealogias foram registradas para indicar o parentesco entre Israel e tribos vizinhas, ao passo que outras estabeleceram a legitimidade de pessoas de posição e autoridade. As genealogias refletem uma visão teleológica da história, ou seja, uma visão que mostra a humanidade se movendo em direção a um objetivo definido por Deus. É importante ter em mente que os primeiros, nove capítulos de Crônicas cobrem o período inteiro de Adão à volta dos judeus do cativeiro; é uma espécie de epítome de toda a história sagrada anterior. Portanto, a genealogia mostra o lugar de uma pessoa, isto é, a sua origem, quem é ou não é sua família. Entretanto, podemos enfatizar sobre a importância de Israel no mundo e a sua unidade. Acrescentamos ainda que A.R. Buckland é em seus escritos comenta que nenhuma nação foi, em qualquer outro tempo, mais cuidadosa em conservar as suas genealogias do que o povo de Israel. Há pesquisador que compreende que a genealogia pode ser vistas em duas formas básicas: a primeira é conhecida como Linear, ou seja, é um exame de uma única linhagem de descendência, de geração em geração. A segunda, chamada de Lateral, isto é, um exame de varias linhagens paralelas de “irmãos”, um após o outro. Este exame é lido localizando descendentes, mas em outras ocasiões apenas localizando antepassados.  Portanto, os nomes mencionados com freqüência nas genealogias representam não apenas o individuo, mas como já mencionamos provavelmente o clã ou a localização geográfica ou as cidades edificadas por eles. Em resumo podemos dizer que a inclusão da genealogia na Bíblia ou especificamente no livro de Crônicas tem alguns propósitos como: servia para os exilados, que retornavam, de um elo com os seus antepassados, e com o seu papel histórico, no plano de redenção. Tal menção permitia a recuperação e a valorização de suas origens de forma consciente e espiritual. Por outro lado, a genealogia mostra como O Senhor nosso Deus de forma soberana manteve o seu povo no período pós-exílio, e por último como a genealogia auxiliava as famílias judias a repovoar as terras, de conformidade com as propriedades familiares hereditárias.  Mas, para alguns teólogos o principal objetivo da genealogia era planejar a origem dos descendentes da linhagem familiar, através da qual O Senhor iria trazer ao mundo a sua salvação.   
Quanto ao Novo Testamento a genealogia de Jesus Cristo está descrita por Mateus que abre seu relato com a seguinte introdução: “O livro da história, ou seja, genéseos, forma de génesis, de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.” (Mt 1.1) A palavra grega génesis significa literalmente “descendência ou origem”. Este termo grego é usado pela Septuaginta para traduzir o hebraico “tohledhóhth”, que tem o mesmo sentido básico, e, evidentemente, denota “história” nas suas numerosas ocorrências no livro de Gênesis 2.4. É importante que tenhamos em mente que o Evangelista Mateus apresenta o Senhor Jesus semelhante à prática do Antigo Testamento unindo as personalidades importantes com seus antepassados, fornecendo atos contínuos de salvação de Deus através da história. O Evangelista assim registra conformando com a convenção literária, mas para também unir a pessoa de Cristo com Abraão, o pai do povo judeu, com Davi, o rei que teve a promessa messiânica e com a totalidade histórica de salvação precedente, para mostrar que Jesus os cumpriu. Portanto, podemos dizer que, Mateus fornece mais do que apenas uma genealogia de Cristo. Ele prossegue relatando a história do nascimento humano, do ministério, da morte e da ressurreição de Jesus. Podemos concluir que a genealogia tem sua importância no campo dos registros bíblicos e nos ensina que Deus de forma soberana orientou os escritores da Bíblia a escrever para mostrar o inicio e o fim dessa realidade profética que é a nação de Israel, o povo escolhido por Deus de onde veio o Messias e nosso Salvador.
 
Josué de Asevedo Soares.

6 comentários:

  1. pastor, muito bom estudo. me ajudou bastante. Parabéns pelo "currículo espiritual"! abraço

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  2. Muito bom...esclareci minhas dúvidas!!Obrigada!Que o Senhor continue te abençoando!!

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  3. Me ajudou a compreender um pouco da importância desse registro. Sei que em nossa cultura não nos preocupamos muito com esse tipo de informação (genealogia), mas os povos de outras culturas - como Israel por exemplo - sabiam o valor dessa informação. Muito obrigado pela explicação. Deus o abençoe!

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  4. Me ajudou a compreender um pouco da importância desse registro. Sei que em nossa cultura não nos preocupamos muito com esse tipo de informação (genealogia), mas os povos de outras culturas - como Israel por exemplo - sabiam o valor dessa informação. Muito obrigado pela explicação. Deus o abençoe!

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  5. Me ajudou a compreender um pouco da importância desse registro. Sei que em nossa cultura não nos preocupamos muito com esse tipo de informação (genealogia), mas os povos de outras culturas - como Israel por exemplo - sabiam o valor dessa informação. Muito obrigado pela explicação. Deus o abençoe!

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  6. O texto, por algum motivo, está em branco, da mesma cor de fundo, de modo que só dá para ler se selecionar o texto com o cursor. Mas muito bom o estudo.

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