Um grupo de palestinos ateou fogo ao Túmulo de
José, na cidade de Nablus, no Norte do território palestino ocupado da
Cisjordânia, informou ontem 16/10/2015 o
Exército israelense.
“Ao longo da noite, dezenas de palestinos atearam
fogo ao Túmulo de José, em Nablus. Forças palestinas chegaram ao local,
extinguiram as chamas e dispersaram os autores do incêndio. O Exército
israelense fará as reparações necessárias para permitir aos fiéis visitarem o
lugar sagrado”, diz um comunicado militar.
O porta-voz do Exército, Peter Lerner,
acrescentou que “a queima e a profanação do Túmulo de José é uma flagrante
violação e uma contradição do valor básico da liberdade de culto”.
“As Forças de Defesa de Israel tomarão todas as
medidas para levar os autores desse depreciável ato à Justiça, restaurar o
lugar para que volte à condição prévia e garantir que a liberdade de culto seja
restabelecida”, destacou Lerner.
O túmulo do patriarca José é visitado há séculos
por cristãos, judeus e muçulmanos.
O Exército israelense retirou-se do local no
início da Segunda Intifada (em setembro de 2000), que desde então ficou sob a
responsabilidade da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
O mausoléu encontra-se na Zona A, onde a ANP tem pleno
controle administrativo e de segurança, de acordo com a divisão territorial
estabelecida nos Acordos de Oslo de 1993.
Contudo, o Exército israelense supervisiona em
coordenação com a ANP o acesso de fiéis judeus que pretendem orar no local onde
está o bíblico patriarca mencionado no Antigo Testamento, cujas visitas são
vistas por muitos palestinos como provocação.
Segundo o jornal Haaretz, o ataque ocorreu quando
centenas de jovens palestinos lançaram coquetéis-molotov e colocaram materiais
inflamáveis no túmulo.
Trata-se do primeiro incidente violento da
“sexta-feira da revolta”, organizada por palestinos para que a população
manifeste e crie distúrbios. Estão previstos protestos para a Cisjordânia e
Faixa de Gaza após a grande oração semanal muçulmana.
A região enfrenta uma onda de violência há 15
dias que já resultou na morte de 33 palestinos e sete israelenses, na série de
atentados, na maioria de palestinos contra israelenses.
A onda de violência em Israel e nos territórios
palestinos nas últimas duas semanas aumentado o receio de um terceiro
levantamento popular palestino, depois dos de 1987-1993 e 2000-2005, que
causaram milhares de mortos.
O Conselho de Segurança da ONU reúne-se hoje de
emergência para discutir o aumento da violência em Israel e nos territórios
palestinos ocupados.
EBC - Agencia Brasil.
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