Quase metade da população mundial viverá em áreas com grande escassez de água até 2030, alerta ONU
Reunião de alto nível debateu estratégias
para tornar sociedades mais resilientes. Mais de 11 milhões de pessoas
morreram devido à seca desde 1900.
Reunião de alto nível debateu estratégias para tornar
sociedades mais resilientes. Mais de 11 milhões de pessoas morreram
devido à seca desde 1900.
Para tornar as pessoas mais resilientes a secas, os governos precisam criar planos
nacionais coordenados que incorporem a preparação, o monitoramento e os
serviços de informação sobre a seca, pediram nesta quinta-feira (14)
funcionários das Nações Unidas ao final de uma reunião internacional de
alto nível em Genebra.
Em uma declaração conjunta, os chefes da Organização Meteorológica Mundial (OMM), da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD),
além de outros parceiros, afirmaram que “os quadros legais políticos
nacionais que melhoram a previsão de seca e tornam esta informação
disponível de modo que as comunidades possam agir são indispensáveis”.
Eles observaram que, enquanto as políticas nacionais de seca variam
de acordo com as circunstâncias locais de um país, o desenvolvimento
sustentável é a chave para comunidades mais resilientes, “permitindo que
as famílias escapem da armadilha de depender da ajuda alimentar de
emergência”.
A resiliência também torna possível evitar as respostas de curto
prazo que degradam a terra e buscar ações que restaurem áreas afetadas
pela seca, acrescentaram os funcionários da ONU.
O papel dos agricultores é essenciais na preparação para a seca,
afirma a declaração, citando a utilização de variedades resistentes à
seca e técnicas que aumentam a fertilidade do solo como formas de
aumentar a produtividade e sustentabilidade na agricultura propensa à
seca.
“Esses recursos devem ser introduzidos de forma a encorajar os
agricultores e outros produtores rurais para que sejam autossuficientes
na gestão de variabilidade climática”, disseram.
Desde 1950, terras secas aumentaram quase 2% em todo o mundo por década, segundo dados da declaração.
As secas têm afetado principalmente as regiões do Chifre de África e
do Sahel, EUA, México, Brasil, partes da China e da Índia, Rússia e o
sudeste da Europa. Além disso, 168 países afirmam ser afetados pela
desertificação, um processo de degradação do solo em terras secas que
afeta a produção de alimentos e é agravado pela seca.
“A seca é uma das causas mais comuns da falta de alimentos,
particularmente em países em desenvolvimento”, disse o Representante
Especial do Diretor-Geral da FAO, Ann Tutwiler.
Mais de 11 milhões de pessoas morreram e outras 2 bilhões foram
afetadas por secas desde 1900, de acordo com o Escritório das Nações
Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR).
“Quase metade da população mundial estará vivendo em áreas com grande
escassez de água até 2030”, alertou o Secretário Executivo da UNCCD,
Luc Gnacadja.
Fonte: Nações unidas no Brasil
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