segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Lição 07 - 14 de Fevereiro de 2010 Preciosas lições aprendidas com Gideão

 




Texto Áureo

 

"Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas". Hb 2.1

 

Verdade Aplicada

 

Os fatos narrados na história bíblica servem de aviso para o crente obedecer e servir me­lhor ao Senhor.

 

Objetivos da Lição

 

      Destacar que devemos apren­der com a Palavra de Deus;

      Conhecer sobre a importân­cia de permanecermos fiéis ao Senhor;

      Compreender que o cami­nho do temor traz bênção para o crente.

 

Textos de Referência

 

Hb 11.33   Os quais pela fé ven­ceram reinos, praticaram a jus­tiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões,

Hb 11.34   Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforça­ram, puseram em fuga os exér­citos dos estranhos.

Hb 11.35   As mulheres rece­beram pela ressurreição os seus mortos; uns foram tortu­rados, não aceitando o seu li­vramento, para alcançarem uma melhor ressurreição;

Hb 11.36   E outros, experi­mentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões.

        

Lições aprendidas com Gideão

 

 

É Bom lembrar que depois da morte de Josué, o povo de Israel passou por mais de três séculos nos quais "não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto" (Jz 17:6; 21.25).

 

Durante esse período, se repetia várias vezes o mesmo ciclo: o povo obedecia a Deus por algum tempo e, quase que seqüencialmente, afastava-se dEle. Como alerta à rebeldia do povo, Deus permitia que um inimigo o oprimisse. O povo se arrependia e pedia libertação; Deus, que é amoroso, levantava juízes para livrá-lo das mãos dos inimigos. Por sua vez, o povo resgatado servia ao Senhor durante o resto daquela geração, assim começando, de novo, o ciclo de faltas e falhas contra Deus. Gideão foi o quinto dos juízes, apresentado no Livro de Juízes, capítulos 6, 7 e 8. Da vida dele, podemos aproveitar muitas lições valiosas.

 

A MISSÃO COMEÇA EM CASA

 

Uma vez que Deus chamou a atenção de Gideão, Ele lhe deu a sua primeira missão: destruir os ídolos do próprio pai e fazer um altar ao Senhor no mesmo lugar (Jz 6.25-26). Gideão levou dez homens consigo e cumpriu o mandamento do Senhor na mesma noite. Os vizinhos ficaram irados, mas o pai de Gideão entendeu o significado de seu ato e o defendeu. Um "deus" que não consegue se defender contra um punhado de homens não merece defesa pelos homens. Parece que Joás, pai de Gideão, foi o segundo convertido nessa história.

 

A nossa missão, como a de Gideão, começa em casa. Tanto no Velho como no Novo Testamento, Deus destaca as nossas responsabilidades em relação à própria família. Filhos devem obedecer e honrar aos pais (Ef 6.1-3). Maridos e esposas devem amar um ao outro (Ef 5.25; 1 Pe 3.7; Tt 2.4-5). País devem instruir os filhos, criando-os na disciplina e admoestação do Senhor (Dt 6.6-7; Ef 6.4). Um dos alvos de cada servo de Deus é de influenciar sua família para servir ao Senhor (Js 24.15).

 

ACEITANDO A MUDANÇA EM DEUS

 

Ainda no pensamento de que Gideão aceitou a verdade do Senhor e destruiu as imagens de seu pai, e porque não dizer, daquela tribo, aqueles homens se revoltaram contra ele. Mas mesmo assim não desanimou, compreendeu que havia uma necessidade de mudança, isto é, Deus não poderia operar enquanto o povo tivesse pensamentos voltados para ídolos e não para Ele, o Todo Poderoso, que naquele momento tinha ordenado a Gideão para provocar mudança e despertamento em suas consciências. Veja que situação o povo estava: oprimido, com medo, escravo, na miséria, no sofrimento e mesmo assim estava agarrado a ídolos. Que situação triste! Será que isso não tem ocorrido com você ou com alguém que está próximo ou que você conheça, ou seja, estar envolvido com situações que não são aprovadas por Deus, mas mesmo assim acha que deve ser vitorioso? Recordo-me de um caso que, certa vez, aconteceu na congregação que fui dirigir. Tudo veio à tona porque desejava criar a classe de novos convertidos e levantar candidatos ao batismo; logo em seguida, um presbítero que me auxiliava me confidenciou que havia um homem que, na época do outro dirigente, iria se batizar, mas depois havia desistido. Aquele fato me despertou. Fui falar com o irmão e no desenvolver da conversa, ele me confessou que era viúvo e morava com um filho (até aí nada novo ou que desabonasse a sua conduta), porém, tinha uma senhora que ia em sua casa para realizar afazeres domésticos. Logo de primeira mão, eu já havia compreendido a situação, mas continuei a indagação como algo normal. Eu lhe disse que não havia problema, se ela era apenas uma diarista, que era natural aquela situação. No entanto, a coisa foi ficando complicada, quando lhe deixou escapar que a dona era casada. Voltei então a questionar: "Meu irmão, se a dona é uma empregada, qual a questão de ela ser casada?" Ele respondeu: "Ah! Pastor, sabe como é?" Respondi: "Como é o que, irmão? Aonde o irmão quer chegar?" (Fiz esta indagação para ele falar a verdade, pois o pior de tudo é que ele já estava há quase um ou dois anos naquela situação e o dirigente anterior havia deixado ele como porteiro da congregação). Continuando, ele respondeu: "Estou esperando que essa senhora fique viúva ou se separe do seu marido pra eu acertar minha vida com ela, pois queremos nos casar". Confesso que fiquei espantado e mudo por alguns segundos, pois nunca tinha visto um caso semelhante. Logo respondi: "O irmão está tendo um caso com essa senhora?" Ele prontamente respondeu que sim! Então disse: "Este é o motivo do prezado não querer se batizar?" Ele respondeu: "sim". Eu disse em seguida: "O irmão está em pecado e tem consciência de que se continuar desta maneira Jesus pode voltar e o irmão ficar, e pior ainda, se o irmão morrer, perde sua salvação". E bem verdade que no meu coração já pensava que aquela pessoa não podia ser um salvo, se estava com um pensamento mesquinho, porque estava de olho e querendo a mulher de outro homem, desejando a morte do verdadeiro marido para poder contrair núpcias. Não pense que a história pára aí; não muito depois daqueles dias, este homem ficou triste comigo e havia falado para alguns irmãos que o pastor lhe tinha retirado da igreja, tudo porque o tirei da portaria e coloquei um outro irmão; mas Deus, que não se deixa escarnecer, tomou a frente e pelejou. Quando certo dia chego á Igreja, tenho a notícia de que aquele irmão sofreu a um ataque cardíaco. Ele havia sido conduzido para um hospital, onde faleceu, não dando tempo nem para o pastor da igreja visitá-lo. Olha que redundância, ele, que esperava o marido da dona morrer, acabou indo primeiro; sem o batismo e sem a certeza de salvação. Claro que não quero dizer que ele não foi salvo, também não me atrevo a confirmar sua salvação, mas a Bíblia diz que "pelo fruto conhecereis a árvore". Por isso, meu amigo, aceite as recomendações de Deus.

 

OS INDECISOS SÃO REJEITADOS

 

Gideão e o seu grupo de homens cansados perseguiram os midianitas (Jz 8.1-21). Quando os soldados israelitas passaram nas cidades de Sucote e Penuel, eles pediram pão. Os homens dessas cidades não mostraram coragem para tomar uma atitude durante a batalha. Com medo de ofender os reis dos midianitas, eles recusaram a ficar em pé com os homens de Deus. Só depois da batalha, buscariam uma oportunidade e apoiariam os servos do Senhor.

 

A decisão desses homens mostrou uma preocupação política, em vez de convicção espiritual. Pensaram mais na influência de homens importantes do que na Palavra do Senhor. Gideão não aceitou tal postura. Ele voltou às mesmas cidades e castigou os covardes que recusaram apoiar os servos do Senhor na hora da batalha.

 

Gerações antes, Josué chamou o povo para tomar uma decisão em relação a Deus e contra os falsos deuses (Js 24.14-16). Séculos depois, Elias desafiou o povo indeciso com estas palavras: "Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém, o povo nada lhe respondeu" (1 Rs 18.21).

 

Hoje, muitas pessoas religiosas que alegam ser discípulos de Cristo demonstram a mesma covardia. Definem suas posições doutrinárias e práticas pelo vento de opiniões. Entendem mais de IBOPE do que de fé, mais de tradição do que de verdade, e mais de partidos do que de convicções. Paulo mostrou que o cristão deve sempre definir a sua posição pela Palavra de Deus, e não pela opinião da maioria. "Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo" (Gl 1.10).

 

BONS HOMENS TROPEÇAM

 

Apesar de sua ilustre carreira militar, Gideão não era perfeito. O povo lhe agradeceu com um presente: argolas de ouro do despojo da batalha. Gideão usou o ouro para fazer uma estola sacerdotal que ele colocou na cidade dele. Não sabemos a intenção dele, mas os resultados são evidentes. O povo usou aquela estola como um tipo de ídolo, e logo iniciou o próximo ciclo de apostasia. Leia o relato em Jz 8.22-35.

 

Devemos aprender com esse erro. Às vezes, bons homens nos ajudam a sair da confusão religiosa, assim como Gideão ajudou os israelitas a saírem da idolatria. Esses homens podem nos ajudar em muitos sentidos, mostrando como respeitar a Palavra de Deus em tudo o que fazemos. Mas, eles ainda são homens. Da mesma forma que Gideão tomou o primeiro passo de volta á idolatria. Bons homens hoje podem tropeçar e conduzir outros de volta à confusão religiosa. E uma ironia triste que, ao longo da História, muitos movimentos religiosos começaram com tentativas de sair dos sistemas errados de denominações humanas e resultaram na criação de novas denominações, com suas próprias tradições e falhas humanas. O fato de que alguém nos ajudou no passado não garante que sempre nos conduzirá no caminho de Deus. Paulo mostrou que bons exemplos ajudam somente quando seguem a Cristo (1 Co 11.1 ), e disse: "Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal" (1 Ts 5.21-22).

 

O EXEMPLO DE GIDEÃO

 

Gideão será lembrado sempre como exemplo de fé (veja Hb 11.32). A grandeza desse homem não se encontra na sua força física, nem na sua inteligência, nem na sua autoconfiança. A Bíblia não comenta sobre sua aparência física nem sobre seu jeito de falar. Gideão se destacou na História, não por ser um grande homem, mas por ter um grande Deus. Deus é capaz de transformar os fracos, os tímidos e os abatidos para dar grandes vitórias ao seu povo. Como Gideão disse: "O Senhor vos dominará" (Jz 8.23).

 

Precisamos a cada dia ser dominados e cheios do Espírito Santo. A medida que buscamos e nos aproximamos do Senhor, vamos aprendendo mais e mais e nos moldando à vontade Dele, e alcançando bênçãos que se fazem necessárias para vivermos uma vida de comunhão e retidão. E bem verdade que, se não permitirmos que o Senhor domine a nossa vida, o mal dominará; uma pessoa que não se encontra cheia de Deus estará cheia das coisas do mundo, e dificilmente será, no olhar bíblico, um exemplo para ser seguido pelo crente fiel.

 

DEUS QUER SER O EXÉRCITO DO SEU POVO

 

Os israelitas tinham sofrido sete anos de opressão. Todos os anos, os midianitas, os amalequitas e os povos do Oriente invadiam seu território com um grande exército e destruíam suas searas e seu gado. O povo escolhido de Deus, sofrendo por causa de seu próprio pecado, buscava refúgio em cavernas e escondia do inimigo alimento apenas para sobreviver. "Assim, Israel ficou muito debilitado com a presença dos midianitas" (Jz 6.6).

 

Deus ouviu o choro arrependido de Seu povo e resolveu salvá-lo de um modo íncomum. Ele começou com um homem tímido chamado Gideão, que vinha de uma família pobre e insignificante da tribo de Manasses. Primeiro, Deus converteu Gideão, dando prova clara de sua autoridade e poder divinos. Em seguida, Gideão teve que destruir os ídolos de seu próprio pai, assim tirando a influência do pecado de sua própria família. Então, ele chamou soldados de quatro tribos de Israel para lutar contra o formidável exército dos invasores. Ele reuniu 32.000 soldados para tentar derrotar 135.000 soldados inimigos. Ao enfrentarem uma situação em que havia quatro soldados do inimigo para cada um deles, eles se prepararam para a batalha. Mas Deus queria o seu próprio exército e não o que Gideão tinha levantado.

 

Deus disse que havia soldados demais no exército israelita, assim os que estavam amedrontados foram para casa. Dez mil permaneceram. Com mais de 13 soldados inimigos para cada guerreiro israelita, Deus disse que ainda eram demais! Ele deu ordem a Gideão para dispensar 9.700 dos soldados que restaram. Agora a diferença era mais amedrontadora: 450 a 1. Talvez você já conheça o resto da história. Deus transformou um comandante tímido e seu pequeno exército de 300 em um exército de vitoriosos, pois quem estava no comando era o Senhor.

 

A auto-suficiência torna-se um inimigo quando nos faz acreditar que sempre podemos fazer o necessário através de nossas forças. Para evitar esta atitude entre os soldados de Gideão, Deus reduziu seu número. Com um tão pequeno exército, não haveria dúvidas que a vitória viria do Senhor. Os homens não tomaram para si o crédito. Assim como eles, precisamos reconhecer o perigo de lutar com nossas próprias forças. Podemos confiar na vitória se tão somente colocarmos a nossa confiança em Deus e não em nós mesmos.

 

Você já se sentiu, alguma vez, assoberbado pela força do pecado e pasmado por tentações que tentam roubar a direção? Simplesmente tenha em mente que o Deus, que venceu os midianitas com o pequeno exército de Gideão, pode fazer com sua vida!

 

Jesus disse: "Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono" (Ap 3.21). Você confiará nele o bastante para vencer os inimigos da tentação e do pecado?

 

O CUIDADO DE NÃO TRAZER PARA SI O PERIGO

 

A história de Gideão tem um epílogo lamentável. Em Juízes 8.27, encontramos que ele compôs um "éfode" (uma estola sacerdotal) e que em face disso "todo o Israel se prostituiu". O texto ainda acrescenta: "...e foi um laço para Gideão e para sua casa". Gideão foi mais um, dentre vários varões valorosos de Deus, que soube atravessar a prova da adversidade, mas que foi reprovado na prova da prosperidade. Os louvores do sucesso são muito mais ameaçadores para o servo de Deus do que as dificuldades (leia Pv 27.21).

 

Gideão foi tão bem sucedido que seu povo tentou torná-lo rei (Jz 8.22). Ele recusou, acho que somente da boca para fora, pois chamou um de seus filhos, Abimeleque; literalmente "meu pai é um rei" (Jz 8.31). Ele se tornou um homem muito rico e respeitado. Apenas um apelo seu rendeu-lhe 1.700 ciclos de ouro (algo entre 16 e 30 kg). O texto ainda descreve o quanto ele lucrou com a vitória sobre os midianitas (8.26). O tal éfode foi construído com estes quilos de ouro que Gideão arrecadou. A Bíblia também relata que ele teve muitas mulheres e mais de 70 filhos homens! Estes são sintomas de que Gideão foi vítima da "síndrome de Lúcifer". E isto pode ocorrer com qualquer varão valoroso de Deus!

 

Na lista de qualificações dos pastores, em 1 Tm 3.6 e 7, encontramos que ele não deve ser neófito, "para que não se ensoberbeça e venha a cair na condenação do diabo" (v. 6) e que não caia "no laço do diabo" (v. 7). A Bíblia tem outros exemplos, além do de Gideão, de pessoas que, face á prosperidade, se ensoberbeceram e caíram em laço. O rei Davi, conforme I Crônicas 21.1, foi induzido por satanás a cair neste erro. Salomão, que começou tão bem seu reinado, corrompesse de forma lastimável (I Rs 11.1-6). Outro rei, Uzias, também caiu neste laço. Conforme II Crônicas 26, buscou ao Senhor e prosperou muito (v. 5); foi "maravilhosamente ajudado e se tornou poderoso" (v. 15); porém, "quando ele se tornou poderoso, o seu coração se exaltou de modo que se corrompeu" (v. 16).

 

Esta palavra é um alerta para nós, que estamos percorrendo o caminho para nos tornarmos os varões valorosos de Deus. Por vezes, para evitar que um servo seu caia neste laço, Deus utiliza o recurso do "espinho na carne" (II Co 12.7-10). Não obrigue Deus a utilizar este recurso em você.

 

TORNANDO-SE UM VARÃO VALOROSO

 

O processo de transformação do homem num "varão valoroso" é longo, árduo e marcado com muita perseverança. A experiência de Gideão, conforme livro de Juízes, bem mostra isto. Em Jz 6.34 encontramos o 5o passo: E o Espírito do Senhor apoderou-se de Gideão. Eis alguns textos bíblicos que nos ajudam a entender como e para que o Espírito Santo aja nas vidas dos servos de Deus:

 

a) João 14.12-23. No versículo 12, Jesus declara que aquele que crê nEle fará as obras que Ele fez e outras ainda maiores! Observe bem que esta palavra de Jesus é para nós, e não somente para os apóstolos! Nos versículos 15 e 16, o Senhor afirma que se O amarmos guardaremos os Seus mandamentos e que, então, Ele enviará o Espírito Santo para estar conosco para sempre! O versículo 23 confirma que o Espírito Santo capacita as pessoas que amam e obedecem a Jesus a serem varões valorosos (Se alguém me amar, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos a ele, e faremos nele morada).

b) João 16.13 e 14. O Espírito Santo guia e orienta na verdade e glorifica a Jesus.

c) I Ts 5.19 e Ef 4.30. Há o perigo de se extinguir (apagar o fogo) o Espírito (contra isto é preciso abster-se de toda espécie de mal, I Ts 5.22). O varão valoroso também cumpre Ef 4.30: não entristeçais o Espírito Santo de Deus.

d) O livro de Atos dos Apóstolos é recheado de exemplos de como o Espírito Santo capacita os crentes no serviço a Deus (1.8, 2.4, 4.31, 6.10, 9.31, etc).

 

E importante lembrar que, em Jz 6.33-40, aprendermos a depender e confiar no Senhor. Era já o oitavo ano consecutivo que os midianitas e seus aliados saqueavam os israelitas, e desta feita, no vale de Jezreel, estavam reunidos 120.000 homens (v. 33). A convocação que Gideão fez trouxe 32.000 homens, dos quais 22.000 se reconheceram inaptos de pronto devido à covardia! (7.3). Com a experiência de Gideão em provar a Deus, utilizando-se de um novelo de lã, tiramos algumas lições para nossas vidas:

• Que os varões valorosos de Deus são pessoas humildes, que se reconhecem limitadas e incapazes por si mesmos de empreender grandes batalhas. Além de Gideão, Moisés é outro exemplo, (Êx 33.12-17).

• Que Deus conhece nossa fragilidade, ouve nossas orações sinceras e fervorosas e nos ajuda a vencer o medo.

• Que Deus é o maior encorajador do mundo e que, como Pai, não se ofende por ser provado da forma como Gideão o fez: Provai e vede que o Senhor é bom (Sl 34.8). Observe que para encorajar Gideão, Deus o enviou até o arraial dos midianitas, a fim de ouvir o relato de um sonho, para que fossem fortalecidas as suas mãos (7.11).

 

Gideão, o jovem judeu da tribo de Manasses, foi escolhido por Deus para conduzir o povo de Israel na libertação da opressão implementada pelos midianitas. Nos fatos descritos em Juízes 6, encontramos os passos alçados por Gideão e que um cristão precisa percorrer até tornar-se um "varão valoroso" (esta foi a maneira como o Anjo do Senhor se referiu a Gideão em Jz 6.12).

 

Um cristão não pode se contentar com uma função puramente decorativa na Igreja. Precisa dispor-se a fazer parte do seleto grupo daqueles de quem o Senhor não se envergonha de ser chamado Seu Deus e de quem a Bíblia afirma que o mundo não foi digno! (Hb 11.16 e 38).

 

Primeiro: Reconhecer Quem Somos Para Deus. No queixume de Gideão no v. 13, ele afirma que duvidava de que realmente fosse especial para Deus (... se o Senhor é conosco, por que tudo nos sobreveio?). Um varão valoroso de Deus é alguém que descobriu o amor de Deus. Ele sabe que Deus é pelo Seu povo e que nada pode anular o amor dEle (Rm 8.31-39, Dn 3 e 9.20).

 

Segundo: Descobrir que Deus Faz Mara­vilhas. Para Gideão, assim como para muitos "crentes derrotados", as maravilhas do Senhor se restringiram aos tempos de Moisés (... e onde estão todas as suas maravilhas que nossos pais contaram? V. 13). O varão valoroso é alguém que crê como Davi no Salmo 40.5. Muitas são, ó Senhor meu Deus, as maravilhas que tens operado para conosco.

 

Terceiro: Entender que Deus é Justo e Misericordioso. O prazer de Deus é abençoar o Seu povo. Porém, nada Ele pode fazer quando este povo prefere percorrer o caminho da desobediência. Gideão ainda não entendia que todo o mal que pairava sobre seu povo era reflexo da apostasia ("o Senhor nos desamparou e nos entregou na mão de Mídia"). O capítulo 1 de Juízes conta que as tribos de Israel foram desobedientes e o capítulo 2 contém a Palavra do Senhor prevendo as conseqüências sobre o povo. Deus espera que Seu povo escolha servi-Lo (Dt 30.19).

 

Quarto: Cortar Todo e Qualquer Vínculo com satanás. À primeira tarefa que o Senhor determinou a Gideão foi de derrubar o altar a Baal e o ídolo de Asera, aos quais a família dele estava ligada (v. 25). A ordem foi obedecida e no lugar, onde o inimigo das nossas almas era servido, Gideão erigiu um altar ao Senhor. Este episódio fez com que os abíezritas apelidassem Gideão de "Jerubaal" ("Baal contenda"). Para ser um varão valoroso de Deus é preciso quebrar toda e qualquer ligação com o inimigo. É preciso restaurar o altar de Deus em sua vida.

 

Bibliografia J. A. Soares (Livro Vencendo como Gideão)

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