segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Lição 02 - 10 de Janeiro de 2010 Deus chama Gideão para libertar Israel



 Texto Áureo

 "Então o anjo do Senhor veio, e assentou-se debaixo do car­valho que está era Ofra, que pertencia a Joás, abiezrita: e Gideão, seu filho, estava ma­lhando o trigo no lagar, para o salvar dos midianitas". Jz 6.11

 

Verdade Aplicada

 

Deus chama os ocupados para sua obra, mas o desocupado morrerá na sua própria pre­guiça.

 

Objetivos da Lição

 

      Conhecer um pouco sobre o chamado de Gideão;

      Identificar a pessoa de Gi­deão;

      Compreender por que somos chamados em momento de provação.

 

Textos de Referência

 

Jz 6.12      Então o anjo do Se­nhor lhe apareceu, e lhe disse: O Senhor é contigo, varão va­loroso.

Jz 6.13      Mas Gideão lhe res­pondeu: Ai, Senhor meu, se o Senhor é conosco, por que tudo isto nos sobreveio? E que é fei­to de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egito? Porém agora o Senhor nos desamparou e nos deu na mão dos midianitas.

Jz 6.14      Então, o Senhor olhou para ele e disse: Vai nesta tua força e livrarás a Israel da mão dos midianitas; porventura, não te enviei eu?

 

 

Quando Deus dá o chamado

"Então o anjo do Senhor veio, e assentou-se debaixo do carvalho que está em Ofra, que pertencia a Joásabíezríta: e Gideão, seu filho, estava malhando o trigo no lagar, para o salvar dos midianitas. Então o anjo do Senhor lhe apareceu, e lhe disse: O Senhor é contigo, varão valoroso" (Jz 6.17,12).

 

GIDEÁO DESTACA-SE ENTRE os heróis da fé por sua ousadia perante o Senhor. Ele que se considerava o menor, tornou-se o maior, porque resolveu atender ao chamado divino, aceitando as regras de Deus. E com apenas trezentos homens saiu vitorioso de uma grande batalha. Sua vida ainda é um exemplo para nós, pois sua maneira de se apresentar a Deus nos estimula a viver uma vida de vitória.

 

Ser juiz no tempo de Gideão era um verdadeiro desafio, visto que o povo sempre estava envolvido com violência, desobediência, falta de temor a Deus, idolatria, perda de visões espirituais, e, literalmente, fazendo a vontade da carne. No capítulo 17.6, encontramos a seguinte expressão: "Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que achava mais reto". Como deve ser difícil ser chamado por Deus quando tudo está fora dos seus devidos lugares, quando parece que as coisas estão às avessas e "ninguém" se coloca a disposição para que as coisas retomem o seu rumo e cheguem à perfeita harmonia. Tenho comigo, que foi essa a impressão que Gideão teve em relação ao seu chamado, isto é, ele estava olhando para o problema, para circunstância, e sendo levado pelo seu sentido racional ao ponto de responder: "Ai Senhor meu! Se o Senhor é conosco, por que nos sobreveio ísto?.."(Jz 6.13). Quando temos a visão do chamado com perspectiva terrena, sempre enfrentaremos questões que nos levarão a uma vida de conflito, e daí perdemos gradativamente a identificação do desejo de Deus para as nossas vidas. Ficando assim, entristecidos, desmotivados e fracos na fé, desvíando nos dos propósitos que Deus estabeleceu para cada um de nós.

 

Gideão é considerado o maior dos juízes. Os seguintes fatos confirmam essa realidade. Primeiro, a sua história é a mais longa no livro de Juízes; segundo a presença de Deus está mais visível em sua história do que em qualquer outra no livro; terceiro, o anjo do Senhor apareceu a ele, mas a nenhum outro juiz (6.11,24); e quarto, séculos mais tarde, Isaías relembra a derrota de Midiã por Gideão como uma grande vitória (Is 9.4; 10.26).

 

O nome Gideão significa "lenhador" ou "malhador". Ao quebrar a imagem de Baal em Ofra dos abiezritas, Gideão recebeu o apelido de Jerubaal, que quer dizer: "que Baal por si mesmo contende" (Jz 6.31,32). Era filho de Joás, um homem abastado e evidentemente de certa posição social em Ofra (Jz 6.27,31).

 

A maneira como o Senhor se dirige a Gideão é algo glorioso: "Então o anjo do Senhor lhe apareceu, e lhe disse: O Senhor é contigo, varão valoroso". Deus estava feliz e reconhecendo seu esforço de salvar o pouco de trigo lhe restava. Percebemos bem o fato com a seguinte expressão: "... estava malhando o trigo no lagar, para o salvar dos midianitas" (Jz 6.11b). Isso mostra o desespero e ao mesmo tempo a vigilância de Gideão, numa tentativa de evitar que os midianitas o descobrissem e tomassem até mesmo a pequena quantidade de trigo que tinha. Naquele momento de crise, ele era o mais valoroso em Israel ao olhos do Senhor. Ainda hoje o Senhor reconhece nosso trabalho e nos promete a vitória (1 Co 15.57).

 

O DEUS QUE TUDO VÊ

 

"Então o anjo do Senhor veio, e assentou-se debaixo do carvalho que está em Orfra,.." (Jz 6.11a).

 

Quantas vezes vem ao pensamento de que estamos sós, ninguém está nos observando, e que podemos agir livremente sem sermos notados? Mas é aí que nos enganamos, Deus está 24 horas a nos observar. A Bíblia diz: "Não deixará vacilar o teu pé, aquele que te guarda não tosquenejará. Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel. O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra a tua direita" (Sl 121.3-5). Essa passagem mostra claramente que o Senhor Jeová é imparcial, conhece tudo, isto é, Ele é onividente, sabe de tudo e mais um pouco, em outras palavras, até o que pensamos ser oculto está exposto diante de seus olhos.

 

Gideão chegou a pensar que estava abandonado, malhando o trigo no lagar, desfavorecido e esquecido. Não tem sido diferente de muitos de nós. Em determinadas situações achamos que estamos sozinhos e nos revoltamos. Mas a Bíblia diz: "Pode uma mulher esquecer-se tanto do filho que cria que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas, ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti" (Is 49.15). Deus conhece a cada um de nós, sabe o que realmente necessitamos, está sempre pronto a ouvir as nossas orações e tem prazer em respondê-las.

 

Fico maravilhado com a palavra vinda da parte de Deus a Isaías, nos fazendo refletir a essa indagação: PODE UMA MULHER ESQUECER-SE DO FILHO QUE CRIA? Sabemos que há uma possibilidade pequena, porém provável, de que uma mãe esqueça do fruto do seu ventre; reconhecemos que a mãe quer ajudar, quer defender e amar o seu filho. Mas o que Deus queria afirmar para o seu povo era o seguinte: "Eu não me esqueci e jamais esquecerei de vocês, isto é, tenho promessas para cumprir e tenho bênçãos para lhes dar, e se crerem e permanecerem no meu amor, lhes mostrarei um melhor caminho".

 

Quem sabe Gideão era menosprezado por ser filho de um homem idólatra? Ele era a pessoa menos indicada, aos olhos humanos, para ser levantado a liderar a libertação do seu povo, tinha menor qualificação por ser uma pessoa de pouca influência e de uma aparência simples. Mas Deus já estava de olho em Gideão, observando seus passos, seu coração, sua simplicidade, seu temor, seu amor, e porque não dizer, sua oração; quem sabe o que ele pensava em cada ação de malhar o trigo no lagar? Ele olhava para os céus e falava com Deus e relembrava as promessas que Ele havia falado durante muito tempo. O capítulo 6.13 nos dá uma rápida idéia do que se passava no coração desse servo de Deus quando falava diretamente com o anjo "... E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: não nos fez o Senhor subir do Egito? Porém, agora, o Senhor nos desamparou e nos entregou nas mãos dos midianitas". Há uma necessidade de sermos pessoas de oração e termos ousadia em falar, e, realmente, acreditarmos nas promessas de nosso Deus. Não poucas vezes temos visto ministérios sofrendo porque deixaram de ser pessoas de oração, não lembram mais da grandeza de Deus e tampouco experimentam o seu milagre.

 

O que Deus realmente viu em Gideão? Viu nele fé, esperança, desejo, condições, espiritualidade e, acima de tudo, obediência.

 

E importante ter em mente que o que Deus vê em nós é mais importante do que fulano e beltrano pensam de nós. Infelizmente, estamos sofrendo nos dias atuais porque temos a preocupação com aqueles que estão ã nossa volta, de como vamos agradá-los, como estão nos vendo, temos que assim pensar ou fazer para recebermos reconhecimento do "fulano'' e para sermos apreciado por "sicrano" e tirarmos proveito de alguma situação - pergunto onde está Deus nesse negócio? Onde está a direção de Deus que tanto pregamos nas Igrejas? É bom lembrar que nada passa sem que os olhos de Deus vejam. Oferecemos alguns versículos para meditação: "O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos homens'' (Sl 11.4);

"Eis que olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia" (Sl 33.18);

"Os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos ao seu clamor" (Sl 34.15);

"Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que estejam comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá" (Sl 101.6);

"Os olhos do Senhor estão em todo o lugar, contemplando os maus e os bons" (Pv 15.3);

"Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem os males" (1 Pe 3.12).

 

E importante enfatizar que Gideão entra no cenário de Israel por sua determinação em salvar sua colheita. Com toda dificuldade, Gideão trabalhava para manter o sustento da sua família em um lugar apertado. Ele não imaginava que era objeto de observação de Deus. Ainda hoje o Senhor observa os que estão trabalhando com amor e se identificam com a Sua causa e obra (2 Cr 16.9).

 

QUANDO DUVIDAMOS E TENTAMOS CONDICIONAR DEUS

 

"E Ele lhe disse: Se agora tenho achado graça aos seus olhos, dá me um sinal de que és o que comigo falas" (Jz 6.17).

 

Não temos dúvidas de que o chamado de Gideão veio do próprio Deus, que viu nele um sentimento verdadeiro. Mas, devido a tanto sofrimento que estava passando, Gideão nos dá a impressão que desconfiava de tudo, até do Senhor. E bem verdade que não podemos sair acreditando em qualquer tipo de revelação, mas temos que ter o discernimento de espírito e conhecer quando é Deus e quando não é. E nos parece que Gideão estava aceitando a chamada, porém, queria ter várias confirmações de que Deus realmente estava com ele naquela grande responsabilidade (Jz 6.36-40). Infelizmente, a nossa natureza humana quer compreender o que é espiritual de maneira terrena e questionar o que é divino através de nossas limitações. Deus havia falado com Gideão que era com ele, e havia lhe dado uma série de orientações (leia atentamente o contexto dessa passagem), mas, mesmo assim, Gideão estava com dúvidas e condicionando o operar de Deus à sua limitada natureza. Quantas vezes vemos pessoas reagindo da mesma maneira, Deus tem chamado, revelado, incomodado a pessoa até experimentado momentos de revestimento do poder, mas o seu entendimento e os seus olhos ainda não foram abertos para ver as maravilhas do chamado do Senhor.

 

Quando aceitamos o chamado de Deus, mais condicionamos e duvidamos daquilo que Ele quer realizar, essa reação pode retardar e impedir de experimentarmos grandes milagres e maravilhas do seu querer sobre as nossas vidas e ministérios. Quantas pessoas têm sido chamadas por Deus, mas dizem a Ele que só aceitarão se isso ou aquilo acontecer para realizar a obra, para se deixar ser usado pelo Senhor! Quantas atitudes vazias, carnais e impulsivas permitimos que dominem as nossas vidas, enquanto na realidade, deveríamos ser revestimos e controlados pelo Espírito de Deus e vencermos a velha natureza.

 

Como já mencionamos Gideão foi marcado por sofrimento e dissabores, e transferia para o seu chamado o medo, o receio e a tristeza. Há pessoas no meio evangélico vivenciando um drama semelhante, não querendo fazer a obra de Deus porque suas vidas estão amargas, experimentaram decepções, viram alguma coisa que fez parar o crescimento de seus ministérios, quebraram o elo de comunhão com Deus por causa de alguém que levantou alguma calúnia. É bem verdade que isso ocorre porque deixamos de orar, ver com olhos espirituais e ouvir a voz Deus.

 

Chamo a sua atenção para um ponto interessante na vida de Gideão. Ele deixou que fatores externos entrassem no propósito do Senhor, o seu povo havia desobedecido a Deus, negado a fé, o seu próprio pai era idólatra, as pessoas não queriam saber das leis divinas. Gideão deixou que essa situação mexesse com aquilo que Deus queria realizar através dele, ficou remoendo a situação de desgraça que estava vivenciando, ao invés de olhar para bênção que Deus estava lhe dando, que era trazer o livramento contra o midianitas. Essa situação lembra fatos de nossos dias, pessoas que deixam de ver as bênçãos que Deus está lhes dando e se enraízam nos problemas, vivem em dilemas e em questões que não trarão nenhum fruto. Mas aqueles que são filhos de Deus devem olhar para Ele. Certa ocasião, Paulo disse: "Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus'' (Fp 3.13,14).

 

IDENTIFICANDO A NATUREZA DO VERDADEIRO CHAMADO

 

O verdadeiro chamado ocorre nas situações mais diversificadas. Na sua maioria, ele acontece em meio a uma necessidade, um propósito e vontade de Deus. Muitas vezes, ele pode ser fruto de um desejo pessoal, o que não é pecado, desde que a pessoa seja espiritual e saiba o momento certo de Deus. Outras vezes, acontecem pela vontade soberana e exclusiva de Deus.

 

O caso de Gideão é um exemplo clássico do chamado direto e objetivo de Deus. Existem pessoas que estão sob o olhar de Deus, são fiéis ao chamado divino, não têm dúvidas sobre a posição e o local que devem estar, de maneira que não se desviam nem para a direita e nem para a esquerda. Na atualidade precisamos de pessoas desta natureza, que realmente compreendam o porquê de estarem na posição que ocupam e qual o sentido do seu chamado. Não poucas vezes temos visto pessoas que até começam bem seus ministérios, mas terminarem mal. A Bíblia nos alerta "Melhor é o fim das coisas do que o principio delas; melhor é longânímo do que o altivo de coração" (Ec 7.8).

 

Identificamos o chamado de natureza verdadeira naquele que não negocia os dons que lhe foi dado de graça pelo Senhor, que não barganha o seu ministério por um pequeno prato de lentilha, que não faz do púlpito um palanque para benefícios pessoais e usa o nome do Senhor para levantar recursos para o seu próprio deleite ou métodos semelhantes para surrupiar os pobres e as viúvas, ou seja, aquele que identifica a verdadeira natureza do seu chamado é aquele busca em todo o tempo que seus vestidos sejam alvos, e nunca falte o óleo sobre a sua cabeça (Ec 9.8).

 

Bibliografia J. A. Soares

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